Snapchat: popularidade x transparência
Snap Inc se envolve em uma discussão sobre manipulação de resultados
Snap Inc se envolve em uma discussão sobre manipulação de resultados
Karina Balan Julio
13 de janeiro de 2017 - 10h00
Como uma rede social adolescente, o Snapchat tem tentado mostrar que está amadurecendo. No começo deste mês, a Snap Inc. deu entrada na sua oferta inicial pública, com planos de abrir capital. Apesar de querer mostrar diversas novidades ao mercado, como a inauguração de uma sede internacional, uma parceria com o Uber e a entrada no mundo da realidade virtual, a empresa tem sido acusada de maquiar seus dados.
Na primeira semana de janeiro, foi anunciado que um ex-funcionário da equipe de crescimento do Snapchat, Anthony Pompliano, abriu um processo contra a empresa alegando ter sido demitido após se recusar a trabalhar em planos fraudulentos.
A oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) geraria U$ 4 bilhões em ações, o que avaliaria a companhia entre U$ 20 bilhões e U$ 35 bilhões. Aos investidores, a Snap divulgou uma expectativa de receita publicitária de US$ 1 bilhão em 2017.
O episódio corrobora para a desconfiança também do mercado publicitário. O caso pode parecer inofensivo, visto que o Facebook, conseguiu passar ileso aos questionamentos sobre a precisão de suas métricas de vídeo, no ano passado. Especialistas acreditam, no entanto, que uma crise de imagem pode ser muito pior para o Snapchat. De acordo com a Snap Inc., a plataforma hoje alcança 150 milhões de usuários.
Snapchat entra na polêmica das métricas
“O Snapchat pode ter problemas sérios no futuro, dependendo do resultado do processo. O Facebook, por exemplo, está comprometido em avançar na questão das métricas e tem credibilidade junto à comunidade de agências e empresas maiores, então tem total capacidade de reverter seu quadro porque os episódios com métricas não ressoaram nos clientes”, avalia Ricardo Leite, gerente e estrategista da Hytrade, consultoria de mídias digitais.
Facebook atualiza ferramentas de métricas
Para Túlio Bassi, analista da consultoria Conversion, ainda falta credibilidade também em métricas – um caminho que a Snap ainda precisa trilhar até ganhar autoridade. “De uns tempos para cá, o Snapchat passou a disponibilizar algumas informações, mas não é algo 100% ainda. Essa notícia gerou uma desconfiança maior, já que eles dizem ter um número de usuários maior até mesmo do que o Instagram”. Ele acredita, no entanto, que o episódio não vá gerar muito buzz no mercado. “Quando surgiram as informações de inflação dos números do Facebook, foi algo que acabou não gerando tanto impacto, mas teve potencial para gerar porque muita empresa investe muita grana ali, era algo que poderia mudar todos os planos de mídia e fazer anunciantes reverem seus relatórios. No Snap, como existe uma demanda ainda baixa de publicidade, acredito que poucos anunciantes tenham sequer revisto seus relatórios”, finaliza Bassi.
Compartilhe
Veja também
Novo canal, Times | CNBC quer falar do “dono da pizzaria ao da fintech”
CEO do conselho de administração e líder do projeto, Douglas Tavolaro acredita que nova emissora, que estreia domingo, 17, pode ajudar a popularizar os assuntos de negócios
Supercopa Desimpedidos remodela formato para se aproximar do público
Com versão 100% ao vivo, NWB escolheu Mercado Livre Arena Pacaembu para receber torcida e equipes de transmissão