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Mídia

Startups respondem à demanda por novo jornalismo

Nexo, Money Times e MyNews são algumas das iniciativas que juntam inovação à conteúdo e atraem investidores


7 de maio de 2019 - 6h00

 

Criado em 2016, o Money Times foca na demanda por conteúdo de investimento e finanças (Crédito: Rodrigo Guedes)

A demanda por conteúdo diferenciado, interativo e baseado em novos formatos motivou, nos últimos anos, a criação de plataformas e startups de jornalismo. Esse movimento também atraiu investidores como a organização Luminate, criada por Pierrer Omidyar, fundador do eBay, que aportou, no ano passado, US$ 920 mil na plataforma Nexo e prevê investimentos de até US$ 1,5 mihão em startups de jornalismo independente na América Latina em 2019. “Um ecossistema de mídia diversificado é essencial para qualquer democracia. É possível ser um veículo independente, pequeno e exclusivamente digital”, afirma Paura Miraglia, CEO e fundadora do Nexo, ressaltando a independência da plataforma.

Independência também é uma premissa de Gustavo Kahil, fundador da Money Times,  plataforma especializada na cobertura de finanças e criada em 2016. Com anos de experiência na cobertura de finanças e negócios, Kahil percebeu que corretoras e gestoras não tinham um espaço apropriado para divulgar produtos e dialogar com o seu público-alvo. “Notícias sobre novidades de empresas são divulgadas por canais oficiais como CVM ou assessorias de imprensa e a maior parte dos sites apenas replica as agências tradicionais”, afirma. Em abril deste ano, a plataforma teve 1 milhão de usuários únicos, alta de 200% em relação à abril do ano passado.

 

Criado no ano passado, o MyNews mescla o formato dos youtubers com o jornalismo (Crédito: Divulgação)

Kahil reforça que, do ponto de vista de anunciantes, ainda há um desafio de criar novos formatos e possibilidades. “Senti muito interesse em parceiros quando o site começou a despontar. Muitos, contudo, quiseram comprar o site para criar um modelo igual ao do player consolidado. Optei por esperar para ter um perfil aberto para todos os anunciantes”, explica.

Parte do crescimento da audiência do Money Times acompanha a curva de crescimento dos investidores brasileiros. A B3, bolsa de valores de São Paulo, iniciou o ano de 2019 registrando recordes que não estão relacionados ao desempenho de determinada ação ou na performance do índice Ibovespa. Em janeiro, o número de brasileiros que investiam no mercado de ações chegou a 858 mil, alta de 5,5% em relação ao final de 2018. Somente no primeiro mês do ano, a B3 ganhou 45 mil novos investidores somando em um ano uma alta de 38% em investidores pessoa física.

Antonio Tabet, cofundador do MyNews, explica que interação e diversidade de formatos estão diretamente associados ao desempenho do canal, criado em março do ano passado. “Acho que a pluralidade tem uma diferença muito grande, essa diversidade, trazendo todas as correntes de pensamento para participar dos diversos programas do canal, agrada ao público, que sente falta disso. E é fácil: o cara consome no celular, em casa, na televisão, onde ele quiser. A demanda é por mais conteúdo, um conteúdo analítico e plural”. Tabet acrescenta que o fato de ter sido lançado em ano eleitoral também pode ter impactado no crescimento do MyNews “Além disso, tem este contato direto com a audiência, que escreve, deixa recado, que elogia, critica, que dá sugestão. Isso tudo deixa o jornalismo mais dinâmico.”

Apesar disso, ele reconhece que trazer anunciantes e patrocinadores é realmente um desafio, “até porque está todo mundo aprendendo a precificar esta audiência, aprendendo a lidar com esta audiência. Não é só fazer um vídeo ou jingle bonito e colocar. É mais uma coisa tailor-made”, afirma Tabet.

 

*Crédito da imagem no topo: Vijay Kumar/iStock

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