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SXSW é cancelado em função do coronavírus e da pressão local

Festival, que ocorreria em Austin, de 13 a 22 de março, segue a linha de outros eventos como o MWC, Facebook Marketing Summit e GDC


6 de março de 2020 - 19h31

 

(Crédito: Galinast/iStock)

Por decisão de Austin em suspender todos os eventos que ocorreriam na cidade nos próximos meses em função do novo coronavírus, o SXSW anunciou, em comunicado publicado na noite desta sexta-feira, 6, o cancelamento do festival. “Seguindo as determinações da prefeitura, a organização resolveu por cancelar o SXSW Edu e o SXSW que começariam, respectivamente, dias 8 e 13 de março. Estamos arrasados por compartilhar esta notícia. ‘O show deve continuar’ está em nosso DNA e é a primeira vez em 34 anos que o evento não ocorrerá. Trabalhamos, agora, nos desdobramentos dessa situação sem precedentes.”, dizia o comunicado. A organização do evento ainda afirmou que “busca opções de reagendar o festival e trabalha na possibilidade de transmissões digitais para quem se inscreveu.”

Eram esperadas mais de 80 mil pessoas em Austin, sendo que a delegação brasileira, a maior estrangeira no ano passado, ultrapassaria 1 mil pessoas. O movimento financeiro gerado pelo evento era estimado em US$ 360 milhões. A pressão em torno do cancelamento do festival aumentou na última semana. Na quarta-feira, 26 de fevereiro, a organização do evento emitiu nota oficial afirmando que o planejamento estava mantido e que acompanhava de perto o avanço do coronavírus nos Estados Unidos. Na sexta-feira, 28, uma petição online foi criada pedindo o cancelamento do evento. A lista foi fechada nesta sexta-feira, com mais de 50 mil assinaturas.

Ainda no domingo, 1 de março, uma nota oficial publicada no blog do Twitter afirmava que estavam canceladas quaisquer viagens de profissionais e participações em eventos que fossem considerados “não críticos”. Apesar de não citar o CEO Jack Dorsey, uma das principais atrações do SXSW este ano, o documento deu a entender que as regras também valeriam para Dorsey. Logo, a participação do cofundador do Twitter no SXSW também passava a ser uma dúvida. No Brasil, os grupos no WhatsApp criados por profissionais de empresas, agências e outras áreas foram tomados pela incerteza em relação à realização do evento. Muitas pessoas chegaram a desistir da viagem em função das incertezas. Também já haviam cancelado a participação no SXSW empresas e marcas como Facebook, Netflix, Apple, WarnerMedia (HBO), TikTok, Amazon Studios, Mashable, Intel, China Gathering, Vevo, SAP, The Latinx House, Capital Factory e BMI.

Ao Meio & Mensagem, Hugh Forrest, diretor de programação do Interactive, havia afirmado, na semana passada, que não havia planos para cancelamento do evento. “A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que os viajantes pratiquem as precauções habituais. Continuaremos a monitorar a situação de perto e forneceremos as atualizações necessárias. Recomendamos que os participantes sigam as precauções de segurança sugeridas pela Organização Mundial da Saúde além de consultar os avisos da Austin Public Health”, disse Forrest na ocasião.

Onda de cancelamentos

Desde a oficialização do cancelamento do Mobile World Congress (MWC), que ocorreria em Barcelona, de 24 a 27 de fevereiro, feita em 12 de fevereiro após várias empresas cancelarem suas respectivas participações. Amazon, AT&T, Cisco, Ericsson, Facebook, Intel, LG, Nokia, Nvidia, Sony, Vodafone e ZTE, outros eventos também foram vítimas do vírus que vem se espalhando por vários países.

A lista inclui o Facebook Marketing Summit, que seria realizado neste mês de março, em San Francisco, e esperava um público estimado em quatro mil pessoas. A F8, conferência anual da plataforma que ocorreria em maio, também foi cancelada. No fim de semana, a Game Developers Conference (GDC), que se realizaria em San Francisco de 16 a 20 de março, também foi cancelada após empresas como Microsoft, Epic, Electronic Arts, Unity, Sony e Facebook cancelarem suas participações.

Viagens não essenciais suspensas

Várias empresas de tecnologia emitiram comunicados alertando seus profissionais em relação às precauções tomadas em torno de viagens e participações em eventos. Além do Twitter, a Amazon baniu até abril as viagens consideradas não essenciais por seus funcionários, seja internacionais ou dentro dos Estados Unidos, inicialmente, a restrição envolvia apenas a China. O Google também restringiu seus funcionários em viagens para China, Irã e algumas regiões da Itália. A lista segue com Facebook, Apple e Microsoft.

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