Transparência e responsabilidade: valores para os creators
Estudo da Squid aponta valores genuínos como itens importantes para a manutenção do interesse por conteúdo de influenciadores nas redes sociais
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Bárbara Sacchitiello
23 de março de 2021 - 8h20
As mudanças que a pandemia da Covid-19 vem trazendo para o cotidiano da sociedade há um ano vêm causando transformações também na relação entre influenciadores e seguidores. Diante de uma situação de insegurança, incertezas e riscos, a exposição de um dia-a-dia incompatível com a realidade, bem como demonstrações de alienação em relação à situação do País e do mundo, não parecem ter mais lugar no ambiente dos criadores de conteúdo.
Essa é uma das percepções de um relatório realizado pela Squid, empresa especializada na conexão entre creators e marcas. Batizado de “Não Tendências”, o estudo visa apontar, justamente, as abordagens e comportamentos que vêm perdendo força nesse segmento de comunicação ao mesmo tempo em que destaca como os anunciantes e, também, os criadores de conteúdo possam criar negócios e conexões mais efetivas.
Um dos insights extraídos do estudo, que foi elaborado pela empresa com base em análises do setor no último ano e também com a interpretação de outras pesquisas já realizadas no segmento, reforça que fatores como transparência, autenticidade e responsabilidade nunca foram tão demandados dos creators como agora. Independente do tipo de conteúdo produzido ou nicho de atuação, na visão da Squid, marcas e influenciadores serão cada vez mais cobrados por seus posicionamentos e valores – que estão, por consequência, diretamente relacionados com o movimento de profissionalização dos criadores de conteúdo que contam com grandes audiências e um forte poder de influenciar seus seguidores.Outra tendência que o relatório da empresa aponta é o crescimento do social-commerce. Impulsionado pelo aumento do consumo digital no ano passado, o uso das redes sociais como canais de vendas deve ser cada vez mais explorado pelas marcas. Segundo a Squid, a união entre o conteúdo postado nas redes sociais e os hábitos de compras online podem representar boas oportunidades de monetização, tanto para os criadores de conteúdo como pelos anunciantes. Algumas plataformas, como o Instagram, já vêm, inclusive, investindo em ferramentas de exposição de produtos para a venda online.
As formas de monetização de conteúdo também devem ganhar novas nuances, segundo o estudo. Aquela imagem do influenciador publicando uma foto posada, segurando um produto, tende a ser cada vez menos procurada pelas marcas. A tendência é que agências de marketing de influência, creators e anunciantes descubram novas formas de envolvimento entre personalidades e marcas, com os criadores de conteúdo ocupando funções mais estratégicas e importantes no marketing dessas empresas. São exemplos desse movimento a parceria de Anitta com a Skol Beats (a cantora é contratada para auxiliar no desenvolvimento de produtos e de campanhas) e da Tanqueray com Manu Gavassi (que neste mês anunciou a atriz e cantora como sua nova head de de conteúdo).
Complementa o relatório da Squid a observação a respeito da maior demanda por inovação e criatividade no segmento do marketing de influência. O mesmo tom de humor e de brincadeiras que cabem no uso de plataformas como TikTok e Reels, por exemplo, também devem ser utilizadas nas ações publicitárias que façam uso dessas plataformas.
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