Twitter quer permitir que usuários cobrem por conteúdo
Plataforma revelou que pretende lançar modelo de assinatura que monetize o fornecimento de conteúdo e informações exclusivas a outros usuários
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Bárbara Sacchitiello
25 de fevereiro de 2021 - 20h02
O Twitter Inc. deu um indício de como deve ser seu novo produto de assinaturas, que permitirá aos usuários cobrarem um valor de seus seguidores pelo conteúdo ou experiências oferecidas na plataforma. A proposta visa criar uma nova fonte de receitas para a rede social ao mesmo tempo em que permite aos usuários mais “premium” monetizar seu conteúdo na plataforma.
A empresa mencionou a nova ferramenta, batizada de Super Follows, durante o Analyst Day, evento realizado nesta quinta-feira, 25, nos Estados Unidos, descrevendo-a como uma “assinatura de conta”, em que os usuários poderiam cobrar de outros o fornecimento de conteúdo. Isso poderá ser feito de várias maneiras: com o acesso a tuítes exclusivos ou a mensagens diretas e conversas por áudio ou até mesmo com uma newsletter, de acordo com Kayvon Beykpour, head de produto do Twitter. Segundo ele, a empresa pretende lançar o Super Follows ainda este ano.
A companhia também está considerando outas possibilidades de monetização de conteúdo para os usuários, como permitir que um usuário doe dinheiro pela plataforma a um outro usuário que ele gosta de seguir. Há também a ideia de cobrar pelo acesso ao Tweetdeck.
“Também pensamos em um modelo financiado pelo público, em que os assinantes possam remunerar diretamente os conteúdos que eles gostam e valorizam, como um modelo de incentivo durável que alinha os interesses dos criadores e dos consumidores de conteúdo”, declarou Dantley Davis, chief design officer do Twitter.
A Bloomberg já havia publicado uma reportagem contando que o Twitter pretendia criar um produto de assinatura e o CEO da companhia, Jack Dorsey, mencionou em uma entrevista recente a possibilidade de os usuários poderem pagar para desbloquear um conteúdo na plataforma ou pelas dicas dadas por outros usuários.
Atualmente, quase 90% da receita do Twitter vem da publicidade, que pode ser influenciada por fatores sazonais e alheios ao controle da empresa. No segundo trimestre do ano passado, por exemplo, durante o auge da paralisação das atividades por conta da pandemia, a receita da empresa caiu 19%.
Os possíveis novos produtos foram exibidos durante um evento para analistas que durou mais de três horas e abordou as diferentes áreas de negócio do Twitter. Também nessa quinta-feira, 25, a rede social estabeleceu a meta de dobrar sua receita anual para US$ 7,5 bilhões em 2023 e disse que espera um incremento de cerca de 20% na base de usuários, em média, pelos próximos três anos.
Apesar da menção à busca por uma nova receita com assinaturas, o Twitter deixou claro que ainda espera que a maior parte de sua receita venha da publicidade direcionada no digital e os executivos da companhia disseram que a empresa ainda tem muito espaço para crescer nessa área. A plataforma obtém 85% de sua receita publicitária com anúncios para marcas, o que significa que, ainda, uma fatia menor da composição de sua receita provém de anúncios direcionados, que costumam gerar vendas diretas. Esse tipo de anúncio tornou-se mais importante pelo crescimento do e-commerce e a plataforma vem trabalhando para tentar ampliar as receitas de anunciantes de médio e pequeno porte, que constituem a maior parte dos anunciantes do Facebook.
Ainda no evento, o CEO, Jack Dorsey, admitiu que a rede social costuma demorar mais para fazer movimentações e lançar produtos do que os concorrentes e reconhecer a necessidade de agir de maneira mais rápida. Além dos objetivos em termos de receitas e crescimento de usuários, o Twitter também afirmou que quer “dobrar a velocidade de desenvolvimentos” até 2023. Isso significa duplicar a quantidade de produtos desenvolvidos por funcionário
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