Vencedora de licitação de mídia estática no Brasileirão já foi loja de móveis
Reportagem da Folha de S.Paulo questiona a formação da BR Newmedia, que formatou nova empresa para a gestão das propriedades esportivas
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Roseani Rocha
23 de novembro de 2018 - 13h57
Contratada no final do ano passado numa licitação intermediada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a exploração comercial da mídia nos campos de futebol da série A, a BRFoot Mídia assinou um contrato de R$ 550 milhões. Nesta quinta-feira, 22, no entanto, reportagem publicada pela Folha de S.Paulo trouxe a informação de que a vencedora era há pouco tempo uma empresa de móveis, a Farimor Mobiliários de Escritório.
Em dezembro de 2017, a Junta Comercial do Rio de Janeiro aprovou a mudança do contrato social da Farimor e de sua atividade econômica para agência de publicidade: BR Newmedia Distribuição de Conteúdo Digital. Foi a proposta desta empresa a apresentada e aceita pelos clubes. Mas quem assinou o contrato efetivamente – R$ 110 milhões pelos direitos internacionais de transmissão e R$ 440, pelas placas de publicidade, sendo 10% do total comissão à CBF — foi a BRFoot Mídia, criada após a licitação.
O jornal questiona o fato de uma empresa de origem inusitada e recém-fundada ter batido gigantes internacionais como a francesa Lagardère (1.600 funcionários e 50 anos de experiência) e as americanas Octagon (que gerencia atletas e faz cerca de 13 mil eventos por ano) e IMG (escritórios em mais de 30 países e dona de direitos internacionais da Libertadores e campeonato inglês), além de players locais, como Klefer, Propaganda Estática e SportPromotion (que ficou com os direitos de comercialização de Corinthians e Flamengo, que não se alinharam à CBF na licitação).
A reportagem também lembra que após a assinatura do contrato com a CBF, a BRFoot Mídia foi vendida a um fundo chamado FanFoot, localizado no paraíso fiscal de Delaware, nos EUA. Já a BR Newmedia tinha como representante jurídico na época da negociação Caio Cesar Vieira Rocha (ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Ele apontou Patrícia Coelho como controladora da empresa e disse não saber se a exclusão da BR Newmedia da licitação havia ocorrido por “irregularidade, desvio de conduta ou incapacidade financeira”.
Procurada pela reportagem de Meio & Mensagem para comentar a reportagem, a Footflix, que pertence à BRFoot Mídia e fará a comercialização das placas de campo (a FanHero, outra empresa do grupo, terá direito sobre a transmissão internacional), enviou a seguinte nota:
“Em relação à reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 23 de novembro, a BRFoot Mídia S.A. vem a público esclarecer que é uma empresa pertencente ao Grupo Futbol Holding. Que não tem nem nunca teve qualquer ligação com a BR News Media ou com a Sra. Patrícia Coelho. A BRFoot Mídia ressalta que a sua participação em concorrência organizada pela CBF se deu de forma lícita, transparente e idônea. A BRFoot Mídia S.A. foi a empresa constituída para abrigar os investidores que disputaram a concorrência. A proposta encampada pela BRFoot Mídia S.A. foi inicialmente considerada a mais vantajosa pelos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Ressalta que, em sentido contrário ao que já foi publicado, não coube à CBF a palavra final na escolha da melhor proposta mas apenas aos próprios clubes. Dentre os 20 clubes que escolheram a proposta da BRFoot Mídia S.A. como mais vantajosa, 17 já assinaram o contrato para ceder o direito de utilização da publicidade estática dos respectivos estádios, durante o Campeonato da Série A. O contrato que cede os direitos de transmissão internacional do mesmo campeonato, por sua vez, já foi assinado por de 18 dos mesmos 20 clubes. A empresa destaca que a comissão prevista em contrato para a CBF é resultado de tratativas entre os Clubes e a própria CBF, não comportando à BRFoot Mídia S.A. qualquer comentário a respeito.”
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