Vitória no Oscar impulsiona a visibilidade do cinema brasileiro no mundo
Especialistas em audiovisual avaliam momento atual da repercussão de Ainda Estou Aqui e citam benefícios do Oscar para o cinema brasileiro
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Caio Fulgêncio
3 de março de 2025 - 14h16
A conquista inédita do Oscar coloca o cinema brasileiro em um patamar diferente no cenário internacional. Antes mesmo da vitória, ainda na fase das indicações, a alta visibilidade do filme já vinha sendo tratada como um momento especial para o audiovisual brasileiro.
O filme Ainda Estou Aqui venceu a categoria de Melhor Filme Internacional no último domingo, 2.
Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”, concorreu à categoria de Melhor Atriz no Oscar 2025 (Crédito: Reprodução)
Na visão de Renata Brandão, CEO da Conspiração Filmes, a evidência do filme de Walter Salles vem em um momento especial, principalmente por conta da pandemia, que afetou diretamente o audiovisual, e das dificuldades enfrentadas no âmbito de políticas públicas entre os anos de 2019 e 2022. O tema do filme estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, sensível para a história do Brasil, também se conecta com o cenário mundial.
“Estamos vendo, por exemplo, uma expansão dos governos totalitários. Então, o longa-metragem saiu e encontrou o seu momento no mundo. No Brasil, ele chegou depois de anos políticos muito complicados. Então, é uma celebração”, acrescenta.
Caio Gullane, produtor e cofundador da Gullane, produtora responsável por Senna, um dos principais sucessos da Netflix do ano passado, acredita que o audiovisual brasileiro está entrando em um novo ciclo, com ainda mais visibilidade no exterior, maior diversidade de projetos e novas formas de financiamento. “A qualidade e o profissionalismo das nossas produções estão no mesmo nível das de outros países, alcançando audiências globais”.
Essa projeção, de acordo com o executivo, pode trazer benefícios para o setor, sem esquecer da necessidade de fortalecimento das políticas públicas de fomento ao audiovisual para que “mais investidores diretos e indiretos, exibidores e a própria população apostem mais” no conteúdo local.
Andrea Barata Ribeiro, sócia e produtora da O2 Filmes, ressalta que furar a hegemonia americana, como foi o caso de Ainda Estou Aqui não é tarefa fácil, ainda mais em um idioma pouco falado. Por isso, sempre que um filme de nacionalidade diferente da norte-americana ganha destaque, a tendência é “jogar luz sobre a cinematografia daquele país”.
É da O2 grandes sucessos como Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, com quatro indicações ao Oscar em 2004, e o documentário Lixo Extraordinário, coprodução com a Inglaterra e também indicado. No streaming, a produtora tem entre os títulos Cangaço Novo, Irmandade, Manhãs de Setembro, Segunda Chamada, além do recente Cidade de Deus: A Luta não Para.
As plataformas, obviamente, se tornaram janela importante para o mercado nacional e, para Andrea, o Brasil também é estratégico para elas. Tanto pelo tamanho continental quanto pelo número de assinantes, que superar o de muitos outros países, investir em conteúdo local acaba sendo fundamental. “Diz-se que existe uma crise nos streamings, mas ainda não vejo isso refletido de forma pesada no nosso mercado”, avalia.
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