WME+Awards by Music2! celebra a pluralidade da música feminina
Cerimônia, realizada pela Mynd, premiou Luísa Sonza, Manu Gavassi, Maiara & Maraísa e homenageou outros nomes da música nacional orma Womens Music Event
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Renan Honorato
22 de dezembro de 2022 - 17h29
A sexta edição do Women Music Event (WME+Awards by Music2!) – realizado pela Mynd com patrocínio de Heineken, L’Oreal, Meta, Johnny Walker, Marisa e GMT – premiou 18 mulheres. Escolhidas pelo júri e pelo voto popular, Luísa Sonza subiu ao palco para pegar o troféu – um seio negro – duas vezes, como “Melhor Videoclipe” e “Melhor Cantora”.
A cerimônia que ocorreu na noite de terça-feira, 21, em São Paulo teve como host Preta Gil e, para o anúncio de cada categoria, foram convidadas cantoras e influenciadoras: Gaby Amarantos, Pepita, Tulipa Ruiz, Katu Mirim, Silvanny Sivuca, Slam das Minas, Joyce Prado e Fernanda Takai foram alguns dos nomes que estiveram presentes no evento.
Outras duas categorias do voto popular destinaram o prêmio de “Melhor Álbum” para Manu Gavassi, por “Gracinha”, e “Esqueça-me se for capaz”, da falecida Marília Mendonça com a dupla Maiara e Maraisa, ganhou “Melhor Música Mainstream”. O voto popular também decidiu as categorias Dj, Música Alternativa, Música Latina, Show e Revelação, sendo Tasha & Tracie as nomeadas nessa última.
O júri, composto por quase 500 mulheres, escolheu as ganhadoras nas categorias Compositora, Diretora de Videoclipe, Instrumentista, Jornalista Musical, Produtora Musical e Radialista. Ademais, as embaixadoras (como são conhecidas as profissionais inscritas na plataforma) também nomearam a Profissional do Ano e a Empreendedora Musical, que ficaram com Daniela Ribas e Bia Nogueira, respectivamente. Aqui você confere na íntegra as indicadas de todas as 18 categorias.
Criado em 2016 por Claudia Assef e Monique Dardenne, a Womem Music Event é a plataforma de negócios e tecnologia voltada para produtoras musicais que anualmente é responsável pela WME Conference, o Selo Igual e a WME+Awards by Music2!. Foi com a sociedade com a Mynd que o projeto tomou corpo, gosto e muita música. “Todo ano é uma luta para conseguirmos patrocínio, sendo que têm anos que nós chegamos a ter prejuízo, mas esse é um prêmio que vai além do lucro, porque queremos investir na plataforma e nessas mulheres que querem e sobem no palco”, explica Fátima Pissarra, CEO da Mynd.
Na ‘hexa edição’ do WME+Awards, a produção criativa quis materializar as ancestralidades da mitologia egípcia em convergência com diversidade feminina brasileira. Segundo Clô Azevedo, diretora de arte responsável por reunir a rede de profissionais autônomas que trabalhou junto com o pessoal da Mynd, o design pode ser chamado de “Maracatu Egípcio”. “Apesar de não termos participado do brainstorm conceitual, tivemos muita liberdade em materializar o evento. Tivemos a pré-produção de dois meses, mas só temos dois dias para transpor ao palco o que estava no papel. É unânime, o dia da montagem é o dia do desafio”, comenta Clô.
Figurinos, imagens, cinematografia foram os alicerces da equipe. Segundo Thais Monteiro, assistente e cenógrafa na equipe responsável pela montagem, o maior desafio foi desmembrar aqueles conceitos que vieram da produção executiva do WME+Awards e da Mynd em todo o espaço físico. “Um grande diferencial de trabalhar em um evento voltado para mulheres foi poder trabalhar efetivamente ao lado de mulheres e isso representa muito da diversidade feminina que a premiação almeja alcançar”, diz Thais.
Uma das preocupações da Mynd é trazer a coexistência entre estilos, gêneros e personalidades do mainstream e de nicho. Em 2019, por exemplo, o coletivo de poesia Slam das Minas ministrou algumas oficinas de escrita durante WME Conference daquele ano. Em 2022, o Slam – composto por Pam Araujo, Carolina Peixoto, Apêagá, Ibu Helena e Aflordescente – foi responsável por anunciar a categoria de “Melhor Compositora” que deu o prêmio à Brisa Flow.
Outro destaque na noite foi a participação e a indicação de Kaê Guajajara, originária do povo Guajajara de Mirinzal, Maranhão. A compositora e cantora cresceu no complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e em suas canções busca retratar a dicotomia de circular pela cidade, pelo campo e pela floresta, ao mesmo tempo que expõe em suas canções narrativas sobre a vivência com desrespeito e o racismo. Com seu primeiro livro publicado – “Descomplicando com Kaê Guajajara” –, ela fundou o selo musical “Coletivo Azuruhu”, sua tentativa de potencializar vozes originárias. “Em 2023, a Azuhuru passa a promover ainda mais os artisitas indígenas e, com isso, tira das mãos das grandes produtoras as descisões de quem pode estar no palco. Agora iremos ocupar tudo com nossa arte”, comenta.
Nos interlúdios das apresentações das categorias, foram ao palco para cantar Larissa Luz, Gaby Amarantos e bloco Ilú obá de Min em homenagem à Elza Soares. Luísa Sonza, Bixarte, Kaê Guajajara, MC Taya entraram em seguida para demonstrar a diversidade brasileira no campo musical. Outra collab foi Marina Sena e Rachel Reis que desfilaram pelo palco.
Assucena, Ana Cañas e Preta Gil homenagearam Gal Costa que faleceu em 9 de Novembro de 2022. Para encerrar a noite, a futura ministra da cultura Margareth Menezes esteve sob os holofotes com Preta, Josyara e Luedji Luna. “Toda iniciativa que celebre, incentive e premie o protagonismo da mulher na indústria da música merece ser comemorada! Viver de música, sobretudo para nós, mulheres, é uma batalha”, exclamou Margareth durante o fechamento.
Falas potentes
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