Os planos e desafios do X para se tornar um super app
X direciona esforços para acrescentar serviços à plataforma, como a parceria com a Visa, mas regulamentação ainda é uma questão
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Meio & Mensagem
14 de fevereiro de 2025 - 12h32
*Com informações do Ad Age
Ao adquirir o então Twitter em 2022, Elon Musk declarou a ambição de tornar o atual X em um super app. Isso significa unificar, em um único aplicativo, diversos serviços, como financeiros, de mensagem, entretenimento, vídeos, entre outros.
Plataforma foi adquirida em 2022 por Elon Musk (Crédito: Volf/Shutterstock)
Alguns recursos lançados nos últimos anos já sinalizam para a estruturação de uma plataforma do tipo. O X conta com a solução X Hiring, um recurso de contratação ao estilo do LinkedIn voltado para carreira; o X TV, voltado para TV conectada; e, mais recentemente, o X Money em parceria com a Visa.
O X, contudo, não é a primeira empresa de mídia social a criar um sistema de pagamentos no aplicativo. Em setembro de 2022, a Meta renomeou o Facebook Pay para Meta Pay, o que permite que os usuários vinculem seus cartões e contas bancárias para fazer compras online e enviar dinheiro a outros usuários.
Ainda assim, a conexão da X Money com um ecossistema maior diferencia a plataforma da maioria dos concorrentes na indústria de mídia social e pagamentos, disse Angela Zepeda, head global de marketing do X, ao Ad Age. A executiva acrescentou que os creators da rede serão pagos por meio da X Money, o que deve atrair aqueles interessados em monetizar e gerenciar seus ganhos em um único lugar.
Em novembro, o X alterou seu programa de monetização para criadores de conteúdo para pagá-los com base no engajamento de usuários premium, em vez de anúncios em respostas.
O X não é a primeira empresa de mídia social a alcançar o status de super app. Outras plataformas dos EUA já contam com recursos como compras no aplicativo e pagamentos peer-to-peer. Apesar disso, nenhuma construiu um ecossistema comparável aos super apps no exterior, como o WeChat da Tencent – que Musk declarou ser o modelo para o X.
Especialistas acreditam que as plataformas dos EUA têm dificuldade para construir super apps devido a preocupações dos reguladores sobre privacidade de dados e violações antitruste. No entanto, Andrew Frank, vice-presidente analista da Gartner, afirma que o X agora vive em um “mundo diferente”, marcado por um cenário regulatório enfraquecido.
“O X está apostando no fato de que parece haver um grande impulso na direção da desregulamentação e da falta de moderação em conteúdo”, sinaliza. “Mas esta é uma iniciativa internacional e ainda há bolsões de resistência regulatória que eles terão que abordar se quiserem escalar o X Money para uma verdadeira plataforma de pagamento global. Vimos o quão difícil isso pode ser, particularmente em um ambiente onde há uma hostilidade crescente na frente econômica entre os EUA e suas metas tarifárias”.
A companhia não compartilhou detalhes sobre como planeja abordar quaisquer potenciais preocupações regulatórias relacionadas ao X Money. Como Musk é um forte aliado do presidente Trump, é possível que ele tenha influência sobre os reguladores sob o controle do governo.
“Não há dúvida de que estar perto das alavancas do poder é uma vantagem quando se está tentando implementar algo tão vasto e de longo alcance como X”, reforça Frank.
Contudo, a influência de Musk e sua natureza polarizadora são questões ambíguas. Ele recentemente atraiu o escrutínio público por sua liderança no Departamento de Eficiência Governamental criado por Trump, conhecido como DOGE.
Uma reportagem recente do The New York Times revelou que Musk havia recebido acesso a dados confidenciais do Tesouro e dos contribuintes. O membro do Comitê de Finanças do Senado, Ron Wyden, enviou uma carta ao Secretário do Tesouro Scott Bessent em 31 de janeiro expressando preocupação de que “funcionários associados a Musk podem ter pretendido acessar esses sistemas de pagamento para reter ilegalmente pagamentos a qualquer número de programas”.
No entanto, o Tesouro se manifestou ao Congresso alegando que a equipe recebeu acesso somente à leitura ao sistema de pagamento federal do Departamento do Tesouro e que as despesas federais não foram afetadas.
O DOGE também alarmou a National Treasury Employees Union depois que o governo Trump mirou no Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) como parte de um esforço abrangente para cortar gastos do governo. Russell Vought, diretor do Office of Management and Budget, ordenou que o órgão suspendesse suas atividades. Os funcionários foram informados de que a sede do CFPB em Washington, DC, será fechada esta semana.
O CFPB regula bancos, credores e outras instituições financeiras, incluindo facilitadores de pagamentos e carteiras digitais.
“Musk e DOGE estão desmantelando o CFPB ao mesmo tempo em que tentam lançar e escalar um novo sistema de pagamento que normalmente seria regulado por essa organização”, alertou o VP da Gartner. “Haveria pelo menos alguma receio potencialmente promovido por alguns dos oponentes de Musk de que isso não representa apenas uma preocupação sobre o uso adequado de dados, mas também sobre a segurança de todo o mercado financeiro do consumidor”.
*Tradução por Giovana Oréfice
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