YouTube e a importância da diversidade
Empresa se consolidou como uma plataforma de mudança social
Empresa se consolidou como uma plataforma de mudança social
Isaque Criscuolo
22 de dezembro de 2016 - 9h20
Em tempos digitais, não faltam reflexões sobre o papel de grandes corporações como Google, Amazon e Facebook na vida das pessoas. O que as três gigantes possuem em comum, em termos gerais, é conseguir, através de suas plataformas, alterar a maneira como as pessoas enxergam e interagem com o mundo ao seu redor.
O YouTube, em particular, é uma das plataformas que ganhou destaque nos últimos anos. O atual mercado de influenciadores digitais, por exemplo, é formado em sua maioria por youtubers. Na 2ª. edição da pesquisa “Os Novos Influenciadores – quem brilha na tela dos jovens brasileiros”, feita pela Provokers, cinco das dez celebridades mais influentes entre os adolescentes brasileiros são youtubers. Entre os três primeiros colocados da pesquisa, dois são youtubers.
No mercado digital brasileiro, a plataforma de vídeos ganhou relevância não somente entre criadores de conteúdo, agências e anunciantes, mas entre o público. De acordo com outra pesquisa da Provokers, 85 milhões de brasileiros assistem a vídeos online e 82 milhões destes são através do YouTube. Entre os motivos para que isso aconteça estão a facilidade de acesso e a quantidade de conteúdo disponibilizado na plataforma.
youPIX mapeia o mercado de influenciadores
O que pode explicar o sucesso do YouTube no Brasil e no mundo está em uma palavra: diversidade. Ao longo de 2016, a gigante de vídeos se consolidou como uma plataforma de mudança social e de promoção da diversidade, não somente em termos de conteúdo, mas de valorização de suas comunidades. O posicionamento, apresentado no Brandcast 2016, evento para anunciantes, agências e players do mercado de comunicação brasileiro, mostrou como a plataforma quer deixar claro que tem dado voz a comunidades que antes não alcançavam o mainstream.
Se existe algo que o YouTube consegue fazer como plataforma é permitir que qualquer pessoa com algo a dizer possa criar seu conteúdo e distribuí-lo. Uma pessoa comum pode construir relações e se comunicar com uma determinada comunidade, gerando discussões relevantes e dando visibilidade a questões que antes não saíam dos centros destas comunidades. Para Cauã Taborda, gerente de comunicação e políticas públicas do Google, o YouTube oferece uma plataforma para que todo esse ecossistema se sustente, mas os conteúdos são manifestações das pessoas e dos canais que os produzem.
“O que o YouTube tem de mais valioso é sua comunidade. O YouTube não é um repositório de vídeos, mas um suporte tecnológico que, caso as pessoas não a utilizassem, não valeria nada”
Ao longo deste ano, o YouTube trabalhou em parceria com alguns youtubers para aumentar o impacto dos conteúdos relacionados a diversidade. Em março, o Programa Global Para Mulheres reuniu cinco influenciadoras de nacionalidades diferentes para falar sobre empoderamento feminino. A youtuber Jout Jout foi escolhida para representar o Brasil e produziu, com outras youtubers brasileiras, uma série de vídeos sobre o universo feminino para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Bruna Vieira, Flavia Calina, Julia Petit, Ana de Cesaro, Lili Prata, Tati Feltrin, Malena, Lorelay Fox, Mandy Candy, Ana Lídia Lopes, Isa Lima, Nátaly Nery, Jessica Tauane e Débora Baldin são as youtubers brasileiras que também participaram do projeto.
Em junho, a plataforma apoiou o movimento global #OrgulhoDeSer (#ProudToBe) para promover a diversidade e o mês do Orgulho LGBTI. Na ocasião, criadores de todos os tamanhos puderam usar a visibilidade da plataforma para falar de temas delicados e importantes para a comunidade.
Em novembro, o #YouTubeNegro celebrou o dia da Consciência Negra e deu espaço a criadores de conteúdo como Nátaly Neri, do Afros e Afins, além de Ana Paula Xongani, Xan Ravelli e a cantora Elza Soares para falar de temas como “Expressão negra na música”, “O negro em ascensão”, “Criando filhos negros”, “Relacionamentos inter-raciais”, entre outros.
O que estes três momentos, trabalhados ao longo do ano, mostram sobre a plataforma é o seu potencial de mudança social. É no conteúdo independente de cada criador que comunidades se fortalecem e o mercado de comunicação tem a oportunidade não só de encontrar novos nichos, mas de dar visibilidade a criadores dos mais diversos tipos e criar um novo ecossistema para a sociedade.
A relevância e o poder dos influenciadores
Em termos de mudança social, estamos falando de pessoas e grupos que antes não se viam representadas nos meios tradicionais, e nem mesmo em produtos de entretenimento, ganhando os holofotes e podendo construir relações de representatividade cada vez mais fortes. Para Helena Martins, gerente de políticas públicas do Google, como os videos na plataforma tem um impacto de transformação social muito grande, o trabalho do YouTube é identificar criadores que produzem determinados conteúdos e dar visibilidade a eles.
Do ponto de vista mercadológico, quanto mais visibilidade as comunidades ganham perante a sociedade e, consequentemente diante do mercado publicitário, melhor para o YouTube. Entretanto, ao dar voz à diversidade de seu público e todos os que fizeram da plataforma ser o que ela é hoje, a gigante dos vídeos endossa a diversidade e mostra que o futuro é esse.
“O que o YouTube tem de mais valioso é sua comunidade. O YouTube não é um repositório de vídeos, mas um suporte tecnológico que, caso as pessoas não a utilizassem, não valeria nada”, finaliza Taborda.
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