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YouTube estreia Originals no Brasil

Whindersson Nunes, Nathalia Arcuri, Porta dos Fundos, Desimpedidos e Manual do Mundo estão entre os creators com projetos no novo formato


25 de setembro de 2019 - 10h08

Na quinta-feira, 3, o YouTube lança sua primeira produção original no Brasil pelo canal de Whindersson Nunes. A série, denominada Whindersson – Próxima Parada, acompanha o comediante durante sua turnê de standup pelo mundo. Em oito episódios, o comediante conhece brasileiros que moram fora, entrevista artistas e visita atrações culturais em diversos países.

Whindersson – Próxima Parada faz parte da iniciativa YouTube Originals, que hoje tem cerca de 50 produções em 14 países. Além do comediante, estão na estratégia da plataforma produções em parceria com mais quatro canais: Porta dos Fundos, que terá o reality show O Novo Futuro Ex-Ator do Porta para buscar um novo humorista para fazer parte do elenco da empresa; Nathalia Arcuri, que protagoniza a série One Billion Women World Tour, na qual a jornalista entrevistará empreendedoras bem sucedidas; Desimpedidos, com o reality Fred Be a Pro, que acompanha o apresentador Fred numa trajetória para se tornar um jogador profissional com ajuda de Falcão, jogador de futsal; e Manual do Mundo, que vai fazer grandes experimentos em espaços públicos. Além desses, a produtora Los Bragas e a skatista Karen Jonz desenvolvem um documentário sobre esportes de rua e a vida e desafios de atletas mulheres.

O anúncio foi feito na noite de terça-feira, 24, durante o Brandcast, evento da plataforma voltado à agências, anunciantes e criadores. O assinante do YouTube Premium terá acesso a todos os episódios, sem anúncios, e a conteúdo extra das produções. O não-assinante deve esperar a estreia de cada episódio, conforme a estratégia do YouTube, porém verá anúncios. Cada produção tem uma agenda própria de lançamento.

Ao Meio & Mensagem, Margie Moreno, head de YouTube Originals para América Latina, afirmou que haverá marcas envolvidas em algumas produções, mas o objetivo da plataforma é garantir que essa presença pareça parte da narrativa, sem distrair o usuário. A executiva também comentou as estratégias potr trás da expansão do Originals ao País:

Margie Moreno, head de YouTube Originals para América Latina (Crédito: Divulgação/Orquestra de Imagens)

Meio & Mensagem — Como vocês decidiram que o Brasil seria o próximo país a lançar conteúdos originais?
Margie Moreno — Quando nós lançamos lançamos nossos primeiros Originals, cerca de cinco anos atrás, nós começamos nos Estados Unidos porque é o mercado mais fácil de produzir conteúdo para todo o resto do mundo. Mas, quando começamos a pesquisar como expandir essa estratégia, nós olhamos para onde fica nossa maior base de inscritos e de onde a maioria das visualizações estão vindo e, de uma perspectiva de negócios, o Brasil está entre os três maiores mercados. Esse é um dos motivos. O segundo aspecto que procuramos é saber onde estamos vendo os maiores criadores de conteúdo para a plataforma tendo mais sucesso, e o Brasil é o maior mercado nesse quesito. Então avaliamos esses dois fatores para determinar onde expandir o YouTube Originals e aí, quando decidimos mudar o modelo para ad-supported, o Brasil foi para o topo da lista, porque, numa visão de negócios, o segmento de conteúdo com anúncios aqui é muito forte se comparado a demais países no mundo.

Em termos de público brasileiro, como foi o desenvolvimento do formato?
Pesquisamos bastante informações sobre a concorrência para ver o que estava funcionando e o que não estava, olhamos dados da nossa plataforma para entender o tipo de conteúdo que tem funcionado na região e consultamos bastante o time local para pegar alguns insights deles sobre para o que deveríamos olhar mais atentamente. É uma união dessas três coisas. E então, seguimos duas direções. Uma delas foi consultar nossos creators para saber que tipo de produção eles gostariam de fazer que já não fazem nos seus canais, com a qualidade que eles encontrariam na Netflix e na Apple, por exemplo, e eles trouxeram suas ideias. Outro caminho foi produtoras que sugeriram projetos e procuravam o talento que teria fit com o conteúdo.

Há algum diferencial na audiência brasileira comparada aos demais países que tem YouTube Originals?
A audiência brasileira é muito ampla e concentrada. Em vários outros lugares temos uma audiência grande, mas não concentrada. Ter essa audiência disponível nos permite fazer mais coisas, porque você sabe o que eles querem, o que eles estão vivendo todos os dias e como tocar na emoção para se conectar com eles. Isso é um luxo que não temos na maioria dos países. Eu sempre digo para as pessoas que, no Brasil, estamos criando conteúdo para o Brasil. Não estamos criando conteúdo brasileiro para os Estados Unidos ou outros países. É um conteúdo que os brasileiros vão se orgulhar e vamos colocar holofotes para o resto do mundo, assim se as pessoas de diferentes países quiserem ver, elas podem, mas o importante é ser celebrado no Brasil.

Algum desse conteúdo poderia ser adaptado para outros países?
Com toda certeza. Eles já são. Players como Netflix e outros streamings já destacaram o conteúdo brasileiro. Para mim, agora é o melhor momento para ser um criador de conteúdo, seja no YouTube ou um ator, escritor, diretor, porque há tantas formas de fazer seu conteúdo ser visto. É engraçado que nos Estados Unidos alguns dos títulos mais conhecidos não estão em inglês. Eles são de outros países. Teve um show da Alemanha que ganhou muito interesse dos estadunidenses. Ninguém liga para a língua mais, eles ligam para bom conteúdo.

**Crédito da imagem no topo: Reprodução

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