A revolução humano-tecnológica no varejo
Trabalhadores digitais e o futuro da personalização
Trabalhadores digitais e o futuro da personalização
21 de janeiro de 2025 - 11h11
A NRF Big Show 2025 deixou claro que o futuro do varejo não será apenas digital, mas uma fusão estratégica entre tecnologia e criatividade humana. A integração de trabalhadores digitais, o redesenho do papel das lojas, o uso avançado de dados e a sofisticação do retail media estão redefinindo o setor. Marcas que conseguirem equilibrar eficiência operacional com experiências personalizadas e autênticas estarão bem posicionadas para liderar.
Os trabalhadores digitais, habilitados por inteligência artificial e aprendizado de máquina, já estão ocupando funções críticas nas operações de varejo. Eles processam grandes volumes de dados em tempo real, otimizam decisões e oferecem respostas personalizadas que seriam impossíveis de alcançar apenas com a força humana. Na Albertsons, por exemplo, assistentes cognitivos são usados para melhorar a segurança no transporte da cadeia de suprimentos. Com o uso de visão computacional e análise preditiva, a empresa reduziu significativamente acidentes, aumentando a eficiência e a segurança logística.
No cenário das lojas físicas, o papel da tecnologia é redefinir a experiência de compra sem substituir o toque humano. A loja permanece um espaço essencial para criar momentos memoráveis, mas sua função está evoluindo. A IKEA transformou suas lojas em centros de experiência comunitária e personalização. Configurações interativas de produtos ajudam os clientes a visualizarem como eles se encaixam em seus espaços, combinando dados e storytelling para uma jornada de compra mais envolvente.
Já no campo da hiperpersonalização, o Home Depot se destaca por integrar dados de navegação online e interações nas lojas para oferecer sugestões de produtos complementares. Essa integração omnicanal não apenas melhora a experiência do cliente, mas também amplia o ticket médio, otimizando cada ponto de contato da jornada de compra.
Enquanto isso, o retail media está se consolidando como uma peça-chave no marketing contemporâneo. Redes varejistas estão se transformando em plataformas de mídia sofisticadas, capazes de segmentar consumidores com precisão em cada ponto da jornada. Dados do IDC mostram que 40% dos investimentos em retail media devem migrar para experiências off-site até 2028. A Nordstrom exemplifica essa tendência com sua integração de campanhas on-site e off-site, utilizando estilistas embaixadores para criar conteúdo autêntico que ressoa com seu público-alvo, enquanto maximiza os dados para insights em tempo real.
Ainda assim, os insights do BIG SHOW deste ano reforçaram que a criação de uma estratégia de IA em nível enterprise vai muito além da simples adoção de tecnologias avançadas. As empresas enfrentam desafios significativos para superar a fragmentação de dados em silos organizacionais, o que exige esforços robustos em integração e governança. Além disso, é indispensável alinhar objetivos estratégicos aos recursos da IA por meio de uma colaboração efetiva entre as áreas de tecnologia e negócios. Com regulamentações de privacidade mais rigorosas e a necessidade de um uso ético da IA, as organizações precisam construir uma base sólida que priorize talentos qualificados e promova uma cultura de inovação constante. Apenas com esse equilíbrio entre estratégia, tecnologia e pessoas será possível transformar o potencial da IA em resultados reais.
O varejo do amanhã não será construído apenas por algoritmos ou insights de dados, mas pela harmoniosa colaboração entre a tecnologia e o elemento humano. Esse equilíbrio é o que permitirá criar experiências que encantam, conectam e fidelizam consumidores. Para os profissionais que souberem navegar essa complexidade, o futuro não será apenas um desafio, mas uma oportunidade de liderar em um mercado em constante transformação, com criatividade, estratégia e propósito.
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