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NRF

As dez tendências de IA para o varejo em 2025

A Coresight Research apresenta recomendações para a aplicação da tecnologia e especialistas da área comentam cases já implantados e perspectivas sobre os temas


16 de janeiro de 2025 - 9h30

A NRF 2025 foi uma vitrine para que varejistas e fornecedores apresentassem e dialogassem sobre os casos de uso da inteligência artificial no segmento – dando luz à prática e complementando a teoria que permeou as discussões sobre a tecnologia no ano passado.

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NRF Expo reúne empresas para a apresentação e demonstração de soluções emergentes a profissionais do varejo (Crédito: Divulgação/Jason Dixson Photography)

Durante painel, Vicki Cantrell, CEO da Vendors in Partnership, afirmou que a jornada da aplicação da inteligência artificial não precisa estar, especificamente, ligada a planos estratégicos voltados para a aplicação da tecnologia. O uso de soluções está conectado, na maior parte das vezes, aos desafios de negócios que podem ser solucionados por meio da tecnologia e, consequentemente, a IA.

Outra sessão contou com Deborah Weinswig, fundadora e CEO da Coresight Research, em que introduziu as tendências tecnológicas que deverão moldar o varejo em 2025. Confira as 10 recomendações da consultoria para a aplicação de IA no varejo, bem como alguns casos práticos em quatro principais áreas: criação de novos negócios, reinvenção da cadeia de suprimentos, otimização de operações e melhoria da experiência de consumo.

Criação de novos negócios

1. Destrave o retail media

O retail media é uma das formas de gerar mais monetização no varejo. Ainda que o crescimento do canal seja notório, ainda existem desafios relacionados à fragmentação de infraestrutura de compra programática, falta de transparência e padronização de métricas, bem como na infraestrutura de compra programática e diversas tarefas manuais, sobretudo relacionadas à criação e lançamento de campanhas. E todos podem se beneficiar da potência da IA atrelada ao retail media.

2. Eleve o nível do desenvolvimento de produtos

Expandindo as possibilidades para além do Midjourney, aplicativos como o Maestro orquestra modelos de IA que incorporam dados da marca e os aplicam na geração de novas ideias de produto sem perder a essência da marca. Espera-se que, neste ano, ferramentas do tipo democratizem a geração de imagens para ampliar a criatividade no processo de desenvolvimento de produtos.

Otimização de operações

3. Acelere a descrição de produtos e a criação de imagens

A tendência para o futuro do varejo será deixar tarefas detalhistas e trabalhosas de lado, como adicionar descrições de produtos e geração de imagens para facilitar a tomada de decisão dos consumidores. Além de fornecer descrições detalhadas com base nas preferências dos usuários e resultados com base em contexto e semânticas de conteúdo mais assertivos, a aplicação de ferramentas do tipo é traduzida em cortes de tempo e custo para as marcas.

4. Democratize o acesso e a análise de dados

Para além de dados dos consumidores, dados internos são valiosos para que colaboradores tenham acesso a informações em tempo real – e, graças à IA, sem depender da expertise tecnológica. Aplicações de sucesso já são vistas em varejistas como Target e Walmart, que tem implementado soluções que permitem que parceiros otimizem seu tempo, dedicando-se mais aos clientes.

A Albertsons Companies, varejista de alimentos e farmácias norte-americana que detém mais de 2 mil unidades em 34 estados, mais o distrito de Columbia, sob diferentes bandeiras. Ao todo, são mais de 250 mil parceiros que compõem o ecossistema.

A companhia tem aplicado a IA para otimizar o tempo gasto com treinamentos, dando espaço para que os associados direcionem esforços para o atendimento: “Esperamos que essas pessoas forneçam o melhor atendimento ao cliente e garantam que estejam executando tudo o que queremos – e queremos que sejam o mais eficientes possível, e ainda não fornecemos algo tão transformador para que façam tudo isso. É assim que vemos a IA como a verdadeira virada de jogo”, afirmou Suzanne Long, chief sustainability and transformation officer da Albertsons Companies.

Em 2025, deverá crescer a valorização de dados corporativos de diversas áreas, bem como as plataformas que permitem o acesso a tais informações.

5. Crie uma nova força de trabalho com a IA agêntica

A popularização do ChatGPT abriu caminho para que os consumidores interajam de forma inédita com modelos de inteligência artificial. Espera-se que essa tenha sido a porta de entrada para a criação de agentes de IA, capazes de elevar os níveis de produtividade nas empresas, atendendo aos comandos de colaboradores em tarefas como o lançamento de campanhas e o follow up via e-mail.

Reinvenção da cadeia de suprimentos

6. Alcance a previsão de demanda 3.0

A IA fornecerá previsões de demanda, sobretudo com base em dados não estruturados. A tecnologia dribla a complexidade enfrentada pelo varejo em tempos em que a demanda é afetada por expectativas dos consumidores e flutuações políticas e econômicas, por exemplo. Além disso, as soluções fazem uso de diversos modelos que aprendem padrões da varejista, reagindo rápido à mudanças.

Apesar disso, Kok, fundador da invent.ai, alertou sobre a dificuldade de obter benefícios de sistemas: “Previsões sozinhas não geram dinheiro. Precisamos incorporá-las e converter em decisões”, apontou. Para ele, a tomada de decisão é essencial para aproveitar todo o potencial da IA no varejo.

7. Preencha lacunas em cadeias de abastecimento fragmentadas

A IA deverá se mostrar eficaz em identificar e mitigar lacunas e disparidades nas cadeias de suprimentos, dada a habilidade de processar informações inéditas de forma dinâmica. As possibilidades de monitoramento vão desde o design de produtos, passando por insumos, manufatura e logística até a chegada nas lojas e gestão de estoque.

Em sua loja no Soho, em Nova York, a H&M aposta em sensores locais para localizar itens com precisão nos quase mil metros quadrados. A solução possibilita uma melhor gestão de estoque e facilita o trabalho dos vendedores.

Ellen Svanström, Chief Digital Information Officer da H&M, reiterou que estratégias potencializadas pela IA dependem da colaboração ecossistêmica: “O ritmo das mudanças mostra que precisamos ser muito mais colaborativos e aproveitar a inovação externa no mercado para realmente estarmos na vanguarda da criação de mais valor para o cliente e valor comercial para a empresa”, declarou.

Melhoria da experiência de consumo

8. Cumpra a promessa de personalização em larga escala

Por meio de preferências de consumo, atividade e histórico de compras, a IA garante que os clientes recebam conteúdos e recomendações cada vez mais relevantes. A Coresight Research chama atenção para um levantamento da Salesforce, de 2024, que revela que 43% dos profissionais de marketing adotam abordagens fragmentadas personalizadas, com a identificação de necessidades dos usuários em um determinado estágio, mas com investimento em comunicação de massa.

9. Entregue resultados reais com pesquisa contextualizada

Consumidores têm sido cada vez mais específicos em seus processos de buscas e o varejo deverá acompanhar essa tendência. Soluções tecnológicas generativas são capazes de entender contextos e referências culturais, bem como potencializar pesquisas semânticas.

Atenção também às pesquisas visuais. O Google, por exemplo, oferece o recurso “Circle to Search”, que permite que usuários fotografem um item para encontrá-lo à venda no mercado. A Meta já possibilita que a jornada de compra seja iniciada por comando de voz através dos óculos inteligentes em parceria com a Ray-Ban.

10. Capacite as forças de trabalho com IA

IA e modelos de linguagem aplicados à melhoria do atendimento por meio de recursos que capacitam os parceiros, alguns deles sendo o rápido acesso a políticas da empresa e informações sobre produtos; recomendações personalizadas em tempo real; sugestão de produtos e ações específicas e recursos de provador virtual, por exemplo.

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