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13 A 16 DE JANEIRO DE 2024 | NOVA YORK - EUA
NRF

As lições do primeiro dia da NRF

Retail media, inteligência artificial, logística, sustentabilidade e muitas provocações na maior feira de varejo do mundo


15 de janeiro de 2024 - 12h00

Esta é minha primeira vez na NRF. Sempre ouvi falar da maior feira de varejo do mundo, mas só agora consegui vir. Estou em uma comitiva da Startse, que, além da feira, organiza visitas técnicas e momentos de troca com um grupo qualificado.
Será que vale a pena vir para a NRF? Mais de 3 mil brasileiros acham que sim e estão participando da exposição esse ano, a maior delegação internacional. A maioria trabalha com varejo, mas também cruzei com gente que presta serviços, indústrias e tecnologia. Varejo é venda. E quem tem cliente tem algo a aprender nas mais de 400 palestrantes que entregam conteúdos de tecnologia a liderança, passando por sustentabilidade, logística, marketing digital e inteligência artificial.
A NRF é liderada pelo CEO do Wal-Mart, que abriu o evento. Na sequência, uma enxurrada de lições de muitos líderes de grandes empresas. Algumas me chamaram muito a atenção:

Michelle Gass, presidente da Levi´s, afirmou que os “consumidores gravitam em torno de marcas que conhecem e confiam”. Ela contou que a rede tem 3 mil lojas ao redor do mundo e que operam sempre pensando “direct to consumer first”. Ela reforçou muito a importância de ter uma marca forte no varejo: “Sempre seremos famosos pelos nossos jeans azuis e queremos ser os donos disso”

Raj Subramajian, CEO da FedEx, foi o próximo, em uma clara demonstração do evento sobre a importância da logística no varejo. Mostrando números fantásticos de venda online, Raj confirmou o potencial desse mercado: 5 milhões de entregas por dia, para 4 bilhões de clientes no mundo (metade do planeta). Ele fez questão de frisar que “96% dos clientes que compram online vão comprar de novo se for fácil devolver o que eles quiserem”.

Marissa Jarrat, CMO da 7-Eleven, falou muito sobre as intenções da empresa com mídia no varejo. Com 12 milhões de clientes por dia (muitos deles passando duas vezes em suas lojas diariamente), a rede entendeu que tem a oportunidade de monetizar os dados de comportamento de consumo da sua clientela de maneira inteligente. Chegou a afirmar que a rádio que toca na 7-Eleven, por exemplo, tem mais audiência que qualquer rádio norte-americana. Mas avisa: “não adianta ter um monte de dados se você não souber que problema está tentando resolver”

O tema de retail media foi ainda mais fundo no painel entre Marcelo Pimentel, CEO do grupo Pão de Açúcar, e Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre, que fizeram uma sessão muito disputada na NRF. Ficou claríssimo a intenção de ambos trazerem uma importante receita através da monetização do seu conhecimento da sua audiência. Fernando contou que o Mercado Livre é, hoje, o lugar onde mais as pessoas buscam por produtos no Brasil.

Michelle Evans, diretora da Euromonitor Internacional, trouxe um esperado estudo de 5 tendências do Marketing Digital para o varejo, que está diponível para download nesse link:
https://go.euromonitor.com/webinar-2024-consumer-trends-to-watch.html?utm_source=QR-code&utm_medium=event_NRF&utm_campaign=WB_24_02_08_LIVE_2024_Consumer_Trends_to_Watch . Um material muito interessante que vale a pena ler e que confirma: quanto mais digitalizado for o seu cliente, mais personalizado ele espera que seja o seu serviço.

Entre tantas outras palestras, destaco por fim as ideias de Marc Benoiff, CEO da Salesforce. “Você lembra da cena do Tom Cruise entrando em uma loja Gap no filme Minority Report”? As coisas malucas que apareciam em um filme 20 anos atrás (atendimento virtual, conhecimento das suas vontades) estão virando realidade. A inteligência artificial vai deixar cada vez mais frequentes as situações em que os clientes sentem que as lojas adivinharam o que eles queriam”.

Quais dessas provocações mais chamaram a sua atenção?

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