AWS: a tecnologia a favor do varejo de ponta a ponta
Executivos da Amazon Web Services (AWS) contextualizam momento de adoção tecnológica do varejo brasileiro e opinam sobre desdobramentos do mercado
Executivos da Amazon Web Services (AWS) contextualizam momento de adoção tecnológica do varejo brasileiro e opinam sobre desdobramentos do mercado
Giovana Oréfice
17 de janeiro de 2024 - 7h05
A extensão do estande da Amazon Web Services (AWS) na feira de expositores da NRF Retail’s Big Show representou a proporcionalidade da experiência da empresa no ramo da tecnologia. Com mais de 15 anos de atuação, a empresa de tecnologia da Amazon enxerga o commerce como uma porta de entrada para a otimização e eficiência por meio de soluções cada vez mais sofisticadas.
A companhia já investiu mais de US$ 3 bilhões no mercado brasileiro, que hoje conta com adoção de sistemas de nuvem em larga escala. A tecnologia é dada como essencial para colocar na rua modelos disruptivos de ferramentas emergentes, como é o caso de IA e machine learning, que configuram um momento de oportunidades diversificadas para que o varejo segmentado melhor atenda os consumidores.
Cleber Morais, diretor regional da Amazon Web Services (AWS) para a América Latina e Caribe, diz que a empresa vem trabalhando em proporcionar soluções específicas para cada necessidade usando o dado como diferencial competitivo. “A oportunidade que temos no Brasil agora é de ajudar na transformação do varejo”, endossa.
Durante o evento, Morais falou ao Meio & Mensagem, ao lado de Ênio Garbin, líder de desenvolvimento de negócios da AWS para a América Latina, sobre os negócios da empresa e a ascensão da aplicação tecnológica de ponta a ponta no segmento:
Meio & Mensagem – Como as tecnologias apresentadas na NRF’s Retail Big Show podem solucionar gargalos do varejo? Quais estão sendo as aplicações práticas vistas pela AWS?
Cleber Morais – A AWS nasceu do varejo para o varejo. Isso significa muito para o varejista, porque pegamos toda uma inteligência de mais de 20 anos de retail e começamos a levar como serviços varejo em geral, isso de uma forma ampla. Isso vai desde você a perspectiva do usuário na ponta desde como faço uma oferta, como conhecer o usuário até a questão de como podemos ajudar o varejista dentro do nosso processo interno de entregas. Hoje, mais do que nunca, é importante para o varejista conhecer o perfil do usuário, suas preferências, o que e onde ele compra. Para fornecer tudo isso, é preciso ter muita informação dele — e essa informação é analisada pela AWS de uma maneira muito ampla, desde o momento que o consumidor entra no site e pesquisa alguma coisa até o momento que vai em uma loja e faz uma compra.
O primeiro ponto que o consumidor e a empresa precisam se relacionar é entender o cliente e, a partir daí, maximizar ofertas para atendê-lo. Por trás dessa coisa simples, existe um milhão de tecnologias para a personificação. Entendemos o perfil de compra para enviar ofertas que atendam a uma necessidade ou incentive o processo de compra. Em um segundo momento, entendemos como fazer essa entrega de maneira efetiva. As empresas precisam saber o que o cliente pretende comprar para colocar esse produto disponível na loja e para ele nenhum tipo de problema. Para o comércio eletrônico, existe o planejamento do estoque de maneira a ter um prazo de atendimento muito rápido então hoje. As soluções atendem a necessidade do varejista de ser mais eficiente e de que forma que ele vai atender o consumidor.
M&M – Qual é o estágio de maturidade do mercado brasileiro no que diz respeito à aplicação de novas ferramentas e soluções?
Morais – O varejo no Brasil é muito maduro no sentido de ter um desafio enorme de logística, taxação e de ter que fazer um modelo de entrega maior. Um carrinho inteligente, em que você coloca um produto e ele consegue identificar uma compra, é uma solução que está disponível no Brasil, mas ela tem um custo muito alto. As soluções que a gente procura levar para o País são as que atendam demandas localizadas, como de personificação, soluções de contact center em que é possível conhecer o perfil de quem está te ligando, em que a IA atende a demanda desses clientes. Algumas das coisas que lançamos no mercado americano têm um feat pelo fato de serem usadas na nuvem de maneira muito rápida. Outras, tem uma demora maior por uma questão de ter um custo mais adequado. O varejista hoje, principalmente do Brasil, tem uma oportunidade única de entender que a AWS — dado que temos um perfil muito forte de varejo — leva para ele soluções já testadas em mercados maduros.
M&M – A IA generativa foi um tópico bastante discutido no evento. Como está sendo aplicada aos produtos da AWS? E ainda existem desafios em sua implantação?
Morais – Inteligência artificial, machine learning, nós já usamos há mais de 20 anos. Não é algo novo para a Amazon, por isso que falo que a nossa expertise é muito forte nessa área. Ela vai desde e robô, com um centro de distribuição que tem toda uma inteligência de coleta de produtos de forma que é possível acelerar a entrega no limite de acompanhar qual o melhor produto para determinada localização. Tudo isso vem através de Inteligência Artificial. Até em empresas como AI21 Labs, que é uma parceira nossa de LLM de IA, onde em conjunto com a AWS já leva facilidades para os clientes para identificar de forma mais rápida vários componentes, como a definição de uma roupa ou entender o melhor perfil para o lançamento de um produto. Passamos por um modelo que vai desde entregar um drone o produto na sua casa até sair da fábrica com produtos especializados. A IA vai no limite do que um varejista pode utilizar.
Ênio Garbin – A utilização de IA pela Amazon é vista desde a experiência de compra no consumidor com a personalização para sugerir o correto, ajudar o consumidor na sua decisão de compra, ajudar a ter ofertas de produtos. Muito recentemente, aplicamos a IA generativa para ajudar os nossos sellers a descrever os seus produtos. A Amazon tem mais de 2 milhões de sellers, e alguns são pequenos. Como é que podemos ajudá-los a descrever o produto para que ele tenha uma discoverability e, com isso, possa ser uma uma oferta melhor para todo mundo. O uso de modelos de IA e machine learning para ajudar a fazer melhor trazem uma eficiência na operação por um lado de edição de custo, e por outro entrega uma experiência melhor para o consumidor por melhorar o nível de serviço.
M&M – A segurança de dados também tem sido uma preocupação crescente. De que forma o setor de cloud computing está se adequando para proteger os varejistas e consumidores e atender às regulamentações de privacidade?
Morais – O grande fundamento da nuvem é a segurança, e não existe nuvem sem segurança. Hoje, a nuvem é o ambiente mais seguro para se colocar os dados. Por trás disso, a AWS tem investido não só alguns bilhões, mas tem tido parcerias com várias empresas que trabalham com o cliente de forma a ajudá-lo a ter um processo de segurança mais efetivo, como capacitação, controle e prevenção. Mas o que sempre falamos é que a segurança é um processo compartilhado. Não adianta eu colocar a fechadura e a cerca na casa se a pessoa deixar a porta aberta. Então, o que temos feito muito é, primeiro, treinar esses clientes. Segundo, levar toda essa estrutura tecnológica para eles. Para se ter ideia, no ambiente da AWS, acabamos tendo quase um quadrilhão de ataques cibernéticos em todo mundo. A inteligência que está por trás de prevenir tudo isso, entender que não vai ter um impacto no cliente e ajudá-lo nesse ambiente. Talvez ele não consiga fazer isso sozinho.
Garbin – Recebemos toneladas de ataques por hora, por minuto. Essa quantidade exige que tenhamos muita segurança na nuvem. Trabalhamos com os nossos clientes para que eles saibam explorar e fazer isso, ou seja, que ele se prepare para utilizar da melhor maneira possível, não são os recursos tecnológicos que estão lá disponíveis, mas também a segurança necessária para ele poder trabalhar. Tem um aspecto educacional importante em que preparamos ele como desenvolvedor, como um agente do mercado e os clientes deles. É uma via de mão dupla.
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