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NRF

Quais são as oportunidades no burnout do bem-estar?

Enquanto consumidor se preocupa cada vez mais com seu estado físico, mental e social, taxas de satisfação permanecem inalterados


15 de janeiro de 2025 - 6h01

Entre 2020 e 2022, o mercado global de bem-estar movimentou US$ 5,6 trilhões, globalmente, segundo o estudo do Global Wellness Institute em parceria com a AG7. A projeção é que, até 2027, o montante chegue à casa dos US$ 8,5 tri. O avanço aparece não só nas cifras do mercado, mas no comportamento dos consumidores.

Burnout do bem-estar

Calvin McDonald, CEO da Lululemon, é entrevistado na NRF 2025 (Crédito: Taís Farias)

No relatório Top global consumer trends 2025, a Euromonitor International destacou a busca por saúde preventiva e 67,7% dos brasileiros afirmaram acreditar que, nos próximos cinco anos, terão mais saúde do que atualmente. Essa compreensão de saúde passa não só pelo bem-estar físico, mas mental.

Nascida como uma marca de roupas para a prática de yoga, a canadense Lululemon abriu capital em 2007 e, doze anos depois, foi avaliada com um valor de mercado de US$ 29 bilhões. O objetivo da companhia, hoje, é se tornar uma marca dominante globalmente e a primeira escolha para os atletas. Um dos caminhos para isso é o bem-estar.

Desde 2021, a companhia mantém o Lululemon’s Global Wellbeing Index, o indicar avalia o bem-estar das mental, físico e social dos consumidores. A edição 2024 avaliou 15 mercados e apresenta um “burnout do bem-estar”, de acordo com a chief brand & product activation officer da marca, Nikki Neuburger.

Isso porque, de 2021 para cá, os níveis de bem-estar indicados pela pesquisa se mostraram estagnados. Em contrapartida, o esforço e o interesse do público em melhorar seu status segue em uma crescente. “Passamos muito tempo falando sobre cuidar de nós mesmos e temos acesso a todas essas ferramentas incríveis, seja um produto que nós fazemos, um anel Oura ou acesso a um coach nutricional. Mas as pessoas estão se sentindo estagnadas”, descreve Neuburger.

A Oura, citada pela executiva, é uma empresa finlandesa que criou um anel inteligente que monitora a saúde do usuário a partir de vários parâmetros, como atividade física, sono, frequência cardíaca e oxigênio no sangue. O anel é sincronizado com um aplicativo que disponibiliza os dados e faz recomendações.

Para o vice-presidente global de varejo da Oura, Jeremiah Linder o gadget permite que as pessoas entendam melhor o funcionamento e as necessidades do seu corpo e pode ser um aliado da saúde preventiva. “Parece tão normal que, no meu check-up anual com um médico, eu entenda o estado do meu corpo. Mas são nos 364 dias daquele momento até a próxima visita que nossos hábitos bons ou ruins de saúde podem realmente entrar em ação”, explica.

Equidade e bem-estar

Construir oportunidades nesse mercado também passa por entender onde estão as falhas e públicos não atendidos. O investimento da Lululemon, por exemplo, é construir uma base de dados sobre a saúde das mulheres para municiar o desenvolvimento de produto. O CEO da companhia, Calvin McDonald, conta que maior parte dos calçados de alta performance para mulheres eram desenvolvidos a partir de pés masculinos. “Você assume que a sensação é a mesma”, afirma.

Isso fez com que a marca atrasasse seu lançamento em calçados para poder levar ao mercado uma linha que fosse desenvolvida para mulheres. “Meu ponto é: ainda existem lacunas e oportunidade para criar e invadir. Quando fazemos isso, vemos sucesso”, aponta o CEO da Lululemon.

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