Como a sustentabilidade está definindo os novos rumos do varejo
Consumidores esperam que marcas desempenhem um papel central nas mudanças necessárias rumo a um modelo econômico de baixo carbono
Consumidores esperam que marcas desempenhem um papel central nas mudanças necessárias rumo a um modelo econômico de baixo carbono
20 de janeiro de 2023 - 11h23
Provavelmente, você já ouviu frases como estas: “vivemos em um planeta de recursos finitos”, “não existe planeta B”, “seja parte da solução, não da poluição”. E sabe o que elas têm em comum? Estão todas absolutamente corretas.
Recentemente, atingimos a marca de 8 bilhões de pessoas dividindo o mesmo planeta, e o aquecimento global está próximo do ponto de não retorno – ou seja, quando as mudanças climáticas se tornam irreversíveis, como mostrou estudo recente publicado pela Science. Segundo o ACNUR, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, desde 2008, em média, 21,5 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas devido às drásticas mudanças de clima todos os anos. A estimativa é que, até 2050, serão 1.2 bilhões refugiados climáticos no mundo – o equivalente a quase seis vezes a população atual do Brasil.
E para mitigar esse futuro distópico que bate à porta, consumidores esperam que marcas desempenhem um papel central nas mudanças necessárias rumo a um modelo econômico de baixo carbono. Isso significa causar o menor impacto possível no meio ambiente, reduzindo ou eliminando a emissão de gases responsáveis pelo superaquecimento do planeta. Segundo o Edelman Trust Barometer de 2022, índice que mede o nível de confiança das pessoas em diferentes instituições, globalmente, apenas empresas são vistas como confiáveis; enquanto, no Brasil, a confiança se estende também às ONGs.
Entre as muitas soluções apresentadas durante a NRF Big Show 2023, destacam-se:
Juntamente à urgência despertada pelas questões climáticas, a venda de produtos usados (conhecida como resale) também é impulsionada pelos altos níveis de inflação e desemprego no mundo. Marcas como a sueca IKEA, loja de móveis e decoração, e a americana Saks Off 5th, loja de departamento e marketplace de moda de luxo, foram cases de destaque no tema.
Uma legislação recente criada pela União Europeia impõe que todas as embalagens devem se tornar recicláveis e economicamente viáveis até 2030, sendo este apenas um item do pacote de mudanças propostas, que inclui ainda o aumento da reutilização de embalagens através do uso de refis, além de um percentual mínimo de plástico reciclável na composição das embalagens.
Com a crescente preocupação relacionada à escassez de água e preservação dos biomas naturais, a tendência é que o custo da celulose se torne cada vez mais alto, o que impactaria negativamente os custos de embalagem e, por consequência, o varejo como um todo. Para não se tornarem reféns dessas mudanças iminentes, diversas empresas têm buscado matérias-primas alternativas. Recentemente, a Adidas, em parceria com MR Bailey, criou uma embalagem de tênis biodegradável feita à base de cogumelos.
Há muitos anos citada como a principal alternativa às fontes de energia à base de carbono, a energia renovável é a única alternativa para um mundo de baixo carbono. Embora ela esteja amplamente presente em quase todo planeta – seja na luz do sol, na força dos ventos ou na correnteza das águas -, armazená-la ainda parece ser um desafio. Segundo o Dr. Richard Young, físico-químico e fundador da Astuta Consulting: “Não temos cobre e cobalto suficientes para baterias para veículos elétricos. Você não pode mudar para energias renováveis sem neodímio (…). Quem controla os minerais de terras raras controla a tecnologia e a mitigação climática”.
No Google, também estamos atentos às necessidades climáticas e queremos ajudar usuários e empresas a tomarem decisões cada vez mais conscientes. Por isso, anunciamos no Search On 2022 (nosso evento global para compartilhar nossas novas soluções da Busca do Google) diversas inovações voltadas à redução das emissões de carbono. Veja algumas delas abaixo:
Roupas são responsáveis por 10% das emissões de carbono, e atos simples como estender a vida útil de uma peça por nove meses podem reduzir em até 30% o impacto ambiental, segundo o estudo “Valuing Our Clothes” feito pela WRAP em 2017. Pensando nisso, criamos um selo que destaca produtos de resale, atualmente disponível nos Estados Unidos.
Um quarto das poluições globais são emitidas pelo transporte, segundo o Relatório das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Por isso, queremos ajudar as pessoas a diminuírem suas emissões de carbono, sugerindo rotas com menor gasto de combustível ou energia, no caso de carros elétricos ou híbridos.
Atualmente disponível nos Estados Unidos, Canadá e Europa, as Rotas Eco-Friendly ajudaram a reduzir as emissões de carbono em 500 mil toneladas, o equivalente a substituir 100 mil carros à base de combustível fóssil das ruas.
Essas e outras iniciativas para ajudar pessoas e empresas a fazerem escolhas mais sustentáveis estão disponíveis aqui.
O aquecimento global certamente é um dos maiores desafios da atualidade, e embora haja muita incerteza, definitivamente os novos rumos do varejo estão intrinsecamente ligados a empresas e marcas capazes de abraçar completamente a economia de baixo carbono.
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