Lojas tecnológicas e girl power: as armas de sedução das marcas esportivas
Ativismo, inclusão e ampliação das experiências físicas e digitais são bandeiras de empresas como Under Armour e Jordan
Ativismo, inclusão e ampliação das experiências físicas e digitais são bandeiras de empresas como Under Armour e Jordan
Bárbara Sacchitiello
16 de janeiro de 2024 - 4h00
Um discurso comum entre as empresas dos mais variados segmentos é de que o ideal, para qualquer negócio, não é conquistar consumidores, mas fãs. Se há uma categoria em que, de certa forma, esse sonho esteja mais próximo de ser consolidado é a de esportes, em que as emoções costumam reger as escolhas do público-alvo.
Por isso, é interessante acompanhar como algumas companhias do segmento esportivo vem procurando inovar para transformar o sentimento em bons negócios. Na programação deste ano da Retail’s Big Show, algumas potências do universo do esporte foram convidadas a participar da programação e contar sobre como vem procurando se conectar com as pessoas.
Inspirar e dar poder aos atletas – principalmente às atletas – foi o grande objetivo enfatizado pela Under Armour em painel, que contou com Stephanie Linnartz, CEO da companhia. O fato de a líder ser uma mulher acaba abrindo caminhos para a marca enfatizar uma bandeira de empoderamento, explicitada em campanhas e em patrocínios a atletas de diversos segmentos.
Uma delas é a jogadora de basquete Diamond Miller, atleta do Minnesota Lynx, que dividiu o palco com Stephanie, levantando a bola para a CEO comentar sobre temas como a preocupação da empresa com sustentabilidade, inclusão e, também, com estilo.
A jogadora da WNBA pediu à executiva da Under Armor dicas para as garotas que se sentem desestimuladas ou desencorajadas a praticar esportes. Stephanie respondeu que, como a primeira mulher a liderar uma grande marca esportiva global, se vê como advogada das atletas mulheres e de sua participação na indústria. “O conselho que sempre dou às jovens é: se arrisquem, não tenham medo de aceitar trabalhos os desafios. E, também, não tenham medo de fazer coisas diferentes”, destacou.
A CEO também comentou sobre os desafios de conectar a marca esportiva com as gerações Z e Alpha. Segundo ela, tudo começa com o objetivo de atender à necessidade do atleta, como um todo. “Os consumidores e preocupam com inovação, desempenho, com o estilo e também com a sustentabilidade”, declarou.
Para isso, a executiva disse que a companhia tem conversado com as atletas mulheres para entender, de fato, o que elas precisam. “Por meio de nossos trabalhos em escolas e com as atletas profissionais, nós descobrimos, por exemplo, que as jogadoras de vôlei não gostam de usar roupas brancas pois muitas delas jogam maquiadas, o que poderia sujar o uniforme”, exemplificou.
Assim como a Under Armour, a Jordan, que faz parte do portfólio da Nike, nasceu a partir da premissa de atender às demandas dos atletas – especificamente às de Michael Jordan, o principal nome da história do basquete norte-americano, ainda na década de 1980.
Se dentro do território dos Estados Unidos a paixão pelo basquete e pelo ídolo já estava garantida, a Nike sentiu a necessidade de trabalhar esse sentimento em outros territórios. Foi assim que, em abril do ano passado, a companhia escolhe a cidade de Tóquio para estruturar a World of Flight, loja-conceito criada para explorar a conexão da população local com o ídolo do basquete.
A loja, inclusive, foi um dos cases citados na edição de 2024 do relatório Retail Inovation, que lista 52 iniciativas de varejo que estão conseguindo se diferenciar pela inovação e experiências entregue aos consumidores. Presente na programação da Retail’s Big Show, Marcelo Trevisan, diretor sênior de planejamento global da Jordan, explicou sobre a loja conceito instalada no Japão.
“A ideia da loja é, essencialmente, refletir a manifestação das pessoas sobre a marca. Toda a estrutura foi planejada para que o público se sentisse, de fato, voando pelos ambientes, além de poder escolher as roupas e tênis novas”, comentou Trevisan.
A ideia, segundo ele, é conseguir entregar aos consumidores coisas que eles ainda não sabem que precisam. “O futuro está convergindo para um momento em que você entregará as experiências físicas, convergindo com as facilidades do digital.
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