NRF 2024: Moda, influência e as tendências globais
A principais lições e reflexões do último dia de NRF
A principais lições e reflexões do último dia de NRF
18 de janeiro de 2024 - 14h59
À medida que a NRF termina, o que fica são suas camadas de experiências memoráveis, insights valiosos e propostas de soluções a partir de uma imersão única sobre a evolução do varejo. O evento, na sua majestosa 113ª edição, terminou, mas a reflexão persiste: quais tendências permeiam o cenário varejista moderno e como podemos nos adaptar? Essa discussão esteve no centro dos debates no último dia, e agora compartilho os pontos que mais chamaram a minha atenção.
Em grande estilo, literalmente, o encerramento da NRF deu espaço para um fascinante painel de ícones fashion, desde a palestra da Heidi Cox, da Crocs, até a instigante apresentação da Kristin Patrick, da Claire’s, ambas nos guiando pelo retorno das marcas à moda. Preciso pontuar que uma das grandes lições do dia consiste na necessidade de se adaptar para alcançar as pessoas. Marketing digital, parcerias com outras marcas, múltiplos canais de compra e adequação às tendências do mercado são algumas das ações tomadas pelas empresas para alcançar tamanho sucesso no varejo.
Além disso, um dos pontos mais cativantes que as executivas trouxeram para a discussão foi a transformação digital e a importância de acompanhar o comportamento do consumidor, sobretudo das novas gerações, Z e Alpha. Ambas as marcas acreditam que é crucial colocar o cliente no centro, e a utilização da tecnologia é indispensável para alcançar essa abordagem. Enquanto a Claire’s tem investido em inteligência artificial para gerar experiências personalizadas, a Crocs tem buscado a digitalização em seus processos de venda, ocupando os espaços digitais onde os consumidores também estão.
Outra apresentação que não posso deixar de citar é o painel de David Roth, o CEO da The Store WPP, que ao abordar sobre marcas relevantes trouxe uma afirmação importante: ser influente hoje não garante essa posição amanhã. Este lembrete ressoa como um eco no competitivo e volátil mercado do varejo, em que a marca com mais influência precisa, claro, aproveitar o presente, mas estando preparada para a dinâmica de um setor extremamente competitivo e instável, que pode mudar esse cenário a qualquer momento.
Em uma era em que influenciar decisões se torna uma moeda de grande valor, estou certo de que as empresas que fazem isso com excelência não apenas recebem mais atenção, elas também são valorizadas nos mercados de ações e em avaliações financeiras. Olhando para os consumidores, quanto mais reconhecida sua marca for, maior a relevância no dia a dia das pessoas, sendo elas do mesmo ciclo ou não, já que as empresas não operam apenas em seus próprios segmentos, mas impactam a cultura em geral.
Por fim, o que se sabe é que o varejo global está em transformação também devido à entrada de varejistas chinesas nos mercados ocidentais. É o que nos mostrou o painel de Jason Goldberg, chefe de estratégia comercial no Publicis Groupe, e Deborah Weinswig, CEO do Coresight Research, que analisaram o sucesso recente da Shein e da Temu nos EUA. Segundo os executivos, e aqui aconselho se atentar às dicas, o sucesso das varejistas se dá por investirem em logística, expandir categorias e marcas, marketing em redes sociais e programas de afiliados, análises de dados, automatização de processos, personalização e, claro, inteligência artificial.
Em meio às reflexões pós-evento, me despeço desta edição com a certeza de que existe um panorama desafiador e, ao mesmo tempo, repleto de oportunidades para o varejo neste ano. Saio da NRF 2024 com o sentimento de gratidão por tantos aprendizados em poucos dias.
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