NRF 2024: o que podemos esperar do maior evento de varejo do mundo?
Claro que é uma tarefa desafiadora prever o que vai acontecer na NRF, mas eu peço licença para palpitar em três tendências que devem dominar as discussões
Claro que é uma tarefa desafiadora prever o que vai acontecer na NRF, mas eu peço licença para palpitar em três tendências que devem dominar as discussões
11 de janeiro de 2024 - 16h32
O primeiro mês de 2024 me traz grandes expectativas, ainda mais no lado profissional. Quando cito o setor de varejo, especificamente, um dos temas mais relevantes é a NRF, simplesmente o maior evento do tema do mundo, que acontece anualmente em Nova Iorque e dita grandes tendências para o mercado. Em 2024, por mais um ano, trarei algumas visões para o Meio & Mensagem, pois na segunda semana já estarei embarcando para NY em busca de grandes lições.
Estes eventos, na minha visão, são incríveis, pois é uma forma de gerar mais aprendizados, absorver conteúdos diferentes e trocar experiências com pessoas com visões de variados mercados. Apesar de ser um evento sobre varejo, a NRF pode oferecer uma gama de possibilidades. Eu, no entanto, estarei muito focada nas temáticas que rondam o mercado, já que, atualmente, estou atuando na ponta com estes clientes.
Após anos ainda incertos por conta da pandemia, 2023 parece ter sido a volta completa da NRF e 2024 promete ser um marco de networking, compartilhamento de conhecimento e imersão nas principais práticas adotadas pelo varejo global. Em Nova Iorque, prevejo um ambiente onde a inovação vai ser o grande pilar das conversas, permeando ideias de omnicanalidade, forte tema da edição de 2022, com uma mescla de inteligência artificial, tema de 2023.
Claro que é uma tarefa desafiadora prever o que vai acontecer na NRF, mas eu peço licença para palpitar em três tendências que devem dominar as discussões.
Retail Media e as suas inúmeras possibilidades
O “retail media” deve chegar com força para a NRF de 2024. Contextualizando, trata-se de uma estratégia na qual os varejistas utilizam seus próprios canais de comunicação, tanto on quanto off, para divulgar anúncios e conteúdos patrocinados aos consumidores. Mas com qual intuito? Isso permite que as empresas disponibilizem espaços publicitários em seus próprios canais, oferecendo aos anunciantes a oportunidade de atingir um público direcionado e mais propenso a realizar compras.
Ao veicular anúncios diretamente para os consumidores, o retail media permite uma interação mais direta e personalizada com os clientes. Isso resulta em uma publicidade mais relevante e contextual, melhorando a experiência do consumidor e aumentando as chances de conversão.
Com o avanço de algumas tecnologias, como a inteligência comportamental, um plus da inteligência artificial, focada no comportamento do consumidor, as possibilidades de conversas mais personalizadas tendem a ser outra tendência do varejo.
Fiz uma pesquisa e, de acordo com um estudo da eMarketer, o mercado global de Retail Media deve movimentar US$ 110 bilhões em 2026. Já no Brasil, segundo a Nielsen, os valores devem ficar na casa de R$ 1,6 bilhão em 2024.
Esse tipo de tecnologia, insights e dados, na hora de fazer comunicações com a sua base de clientes, por exemplo, faz total diferença. É uma etapa que você consegue se comunicar com o cliente certo, pelo canal certo, no momento certo.
Li que, durante o evento, devem surgir muitos exemplos inspiradores de varejistas que utilizam essas estratégias para aumentar a conversão e fidelizar os clientes. Uma das palestras que devo assistir, inclusive, é “Como a 7-Eleven está redefinindo a mídia de varejo”, por meio de gestão de dados e insights poderosos.
Inteligência artificial e a sua continuidade
A Inteligência Artificial vai se manter em foco. É um tema, por mais que muito falado, ainda novo e cheio de possibilidades e, creio eu, será uma edição onde alguns cases serão apresentados. Olhando rapidamente a lista de palestrantes, alguns nomes me chamam a atenção, como John Furner, Presidente e CEO do Walmart; Edward W. Pilha, Presidente Executivo da DICK’S; Adrian Mitchell, Diretor Financeiro da Macy’s; Dayna Quanbeck, COO e CFO da Rothy’s; Linda Li, Chefe de Ativação de Clientes e Marketing da H&M; Michelle Gass, Presidente da Levis Strauss; Christina Hennington – VP Executiva e Chief Growth Officer da Target; Megan Black – VP Digital Marketing & Media da Sephora; Sucharita Kodali, VP e Principal Analista da Forrester – essa última, inclusive, deve trazer algumas das tendências mais relevantes para o varejo em 2024.
Ao olhar para estes nomes e para as mais de 170 sessões, alguns temas são destaque, como personalização, gestão de dados, analytics, realidade aumentada e robótica. Essa é uma forma de trazer para o “agora” as incontáveis aplicações da IA.
Pessoas e pessoas
Além disso, vejo que a cultura organizacional ganhará espaço. A pandemia impulsionou debates sobre questões relacionadas às pessoas e ao propósito das empresas na vida de cada uma. As grandes empresas devem mostrar como capacitam suas equipes para lidar com um ambiente tecnológico complexo, que necessita de agilidade, mas sem se esquecer da importância da gestão de talentos.
O próprio tema da NRF deste ano, “Make it Matter”, em tradução literal, “Faça Com Que Isso Importe” mostra que o propósito e o cuidado com as pessoas precisam ser encarados como prioridades. Não tem segredo: sem cultura sólida, sem a possibilidade de implementar estratégias de sucesso. Certo?
Nos meus palpites, uma coisa é certa: os varejistas estarão, ano após ano, cada vez mais orientados por dados. O futuro de vários negócios passa por essa gestão que pode facilitar a assertividade nas comunicações, estratégias e planejamentos.
A NRF Big Show 2024 será uma experiência transformadora e ficarei feliz em compartilhar com vocês. É o melhor momento para aprender e ir além.
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