O ‘resale’ e o impacto deste modelo de negócio no futuro do varejo e do planeta
O ‘resale’, se destacou este ano como um modelo que virou realidade para vários setores do varejo
O ‘resale’, se destacou este ano como um modelo que virou realidade para vários setores do varejo
23 de janeiro de 2023 - 16h50
Tendência do varejo mundial e presente nas últimas edições da NRF, o ‘resale’, se destacou este ano como um modelo que virou realidade para vários setores do varejo. Além da preocupação ambiental que está sendo cada vez mais considerada pelos consumidores, os EUA estão passando por um momento de inflação alta e os produtos de segunda mão estão ajudando neste período em que o poder de compra diminuiu. Além disso, o ‘resale’ está totalmente alinhado às boas práticas de ESG, contribuindo para a regeneração de recursos, uma preocupação muito observada pelas novas gerações.
Empresas como Macy´s, Ikea e J. Crew estão investindo bastante nesta modalidade de negócio, que deve crescer 126% até 2026, 3 vezes mais do que o mercado em geral, segundo o GlobalData 2022 Market Sizing and Growth Estimates. Outro dado da pesquisa é que 70% dos consumidores afirmam que está muito mais fácil comprar produtos de segunda mão por causa da tecnologia e disponibilidade desses produtos em marketplaces online. Ainda segundo a pesquisa, em 10 anos, a projeção é que este novo modelo de negócio represente ¼ das vendas nos EUA.
Algumas empresas já estão trabalhando com esta modalidade no Brasil, mas a adesão por parte do varejo ainda é muito abaixo do potencial que muitas marcas podem explorar. Dados de uma recente pesquisa da Globo, e divulgados na Plataforma Gente, indicam que na preferência de compra no varejo o que prevalece é o menor preço e as promoções, em 55% e 38%, respectivamente. É com base nesses dados e também na previsão mostrada na NRF, que o segmento tende a crescer 4 vezes mais do que o mercado convencional na América do Sul até 2026.
Um outro dado relevante que mostra a necessidade de acelerar iniciativas de economia circular, é que nós já produzimos muito mais resíduos do que o planeta consegue absorver. Por isso, o ‘resale’, assim como a conscientização das empresas para a tomada de decisões que contribuam de maneira sustentável para o planeta, são extremamente importantes e precisam se tornar prioridade na indústria, afinal, os consumidores estarão cada vez mais conscientes em relação ao impacto do consumo para o planeta.
Na economia circular, a preferência é por matérias-primas recicladas para a produção, ao invés de matérias-primas virgens, e esta é apenas uma das várias vertentes possíveis dela. Com menor impacto ao meio ambiente, eficiência de custos, geração de oportunidades de renda para muitos negócios e organizações de impacto, essa tendência, com certeza, será prioridade para o mundo.
Espero que o varejo brasileiro acelere suas iniciativas e modelos de negócio inspirados no ‘resale’ americano, apoiando práticas mais sustentáveis e contribuindo para uma gestão mais consciente de recursos do planeta.
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