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De 12 a 14 de janeiro de 2025 I Nova York - EUA
NRF

O varejo do futuro não é sobre o que vendemos, mas sobre como fazemos as pessoas se sentirem

Entre dados estratégicos e parcerias autênticas, a personalização e a IA definem as principais tendências para conquistar o consumidor


13 de janeiro de 2025 - 16h13

Emergir nas palestras da NRF sempre é uma grande aventura. É aproveitar para escutar, assimilar e ir além nas estratégias de varejo para 2025 e para os próximos anos. No cenário atual do varejo, o sucesso vai muito além de oferecer produtos de qualidade, trata-se de criar experiências memoráveis e personalizadas que conectem marcas e consumidores em um nível mais profundo.

Se pudesse resumir o primeiro dia de evento em uma só palavra, essa seria “transformação”. Falou-se muito sobre como as marcas precisam se reinventar e transformar, principalmente, quando o assunto é a experiência do cliente.

Um belo exemplo disso é a recente transformação digital de empresas como American Girl e Reebok. Essa mudança ilustra como a combinação de tecnologia, criatividade e foco no cliente pode revolucionar o setor.

Experiência em lojas: muito além do produto

As lojas físicas continuam a ser um ponto de contato essencial para criar experiências imersivas. A American Girl exemplifica isso ao transformar suas lojas em destinos de celebração, com chás, salões de beleza e eventos personalizados. Metade dos seus visitantes está comemorando um aniversário, por exemplo, reforçando o poder de uma experiência que vai além da compra. E é exatamente nesse ponto que o varejo precisa focar e direcionar sua atenção.

A Reebok, por sua vez, está investindo em lojas de preço total que oferecem experiências interativas, alinhadas à campanha “Wear Your Story”, que ressoa com os consumidores jovens. Essas iniciativas mostram que, para atrair e fidelizar clientes, é essencial oferecer mais do que um produto, é preciso criar momentos significativos.

Por isso, a integração digital e física torna-se um caminho necessário, sendo a sua fusão uma tendência indispensável. Quando olhamos para os jovens consumidores das gerações Z e Alfa, fica evidente que eles esperam que suas interações com as marcas sejam fluidas, independentemente do canal. A omnicanalidade vai indo além da integração, ela precisa ter um adicional, incluindo o papel da inteligência artificial na personalização.

Dados de consumidores, quando analisados de forma estratégica, permitem que marcas ofereçam experiências sob medida, aumentando a satisfação e a fidelidade. O programa de recompensas robusto da American Girl, de forma inteligente, utiliza dados de primeira mão para compreender melhor seus clientes e criar benefícios relevantes.

Além disso, a IA pode ser usada para integrar realidade aumentada nas lojas, como sugerido nas discussões sobre tendências futuras. Imagine um cliente experimentando virtualmente um tênis Reebok através de um aplicativo ou recebendo recomendações personalizadas com base em suas interações anteriores? Essas inovações aumentam as vendas, mas também criam um vínculo emocional entre a marca e o consumidor.

O poder do conteúdo e dos influenciadores

As estratégias de marketing digital também desempenham um papel fundamental no engajamento do consumidor. Conteúdos em vídeo são ferramentas poderosas para contar histórias e criar conexões emocionais. Além disso, a autenticidade dos micro influenciadores tem se mostrado eficaz para alcançar nichos específicos, como visto no programa ‘Collab’.

Parcerias com digital influencers não são apenas uma tendência; são uma estratégia comprovada para aumentar a relevância e a confiança da marca. A colaboração da Reebok com atletas como Bryson DeChambeau e o foco em talentos culturalmente relevantes demonstra como essas parcerias podem atrair novos públicos e reforçar a identidade da marca.

Inteligência Artificial: presença marcante

Aproveitando um pouco o tema do evento, ficou claro que o grande game changer do varejo é a Inteligência Artificial, mas não acredito que seja simplesmente fazer as tecnologias acontecerem no setor. John Furner, presidente do Walmart nos EUA disse que a jornada de IA é complexa e intimidante, mas é absolutamente necessária.

É certo que o varejo foi impactado pela ascensão da IA Generativa nos últimos anos, mas o setor ainda não viu nem o início dessa revolução. Há um grande oceano de possibilidades que foram debatidas entre Walmart e NVIDIA. O Starbucks usa IA para otimizar o tempo de preparo e entrega de pedidos, especialmente em horários de pico, a Levi’s investiu em novas tecnologias de busca e recomendações para aumentar a receita. As novidades surgem a todo momento.

Está claro que o futuro do varejo está em oferecer experiências personalizadas, imersivas e autênticas que vão além da transação. As marcas estão liderando esse movimento ao adotar tecnologias inovadoras, focar na personalização e criar conexões significativas com seus clientes. Ou seja, investir em IA, conteúdo relevante e integração digital-física é tendência e uma necessidade para atrair, engajar e fidelizar consumidores em um mercado cada vez mais competitivo.

Afinal, o varejo do futuro não é sobre o que vendemos, mas sobre como fazemos as pessoas se sentirem.

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