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De 12 a 14 de janeiro de 2025 I Nova York - EUA
NRF

O varejo sempre foi e sempre será sobre pessoas

No final do dia, a mensagem foi clara e simples: o varejo é, foi e sempre será sobre pessoas.


15 de janeiro de 2025 - 6h00

Se existe algo que me fascina em eventos como a NRF, é a capacidade de cada edição nos proporcionar uma visão mais clara sobre os rumos do mercado. Gosto especialmente de observar como as palestras acabam conectando um fio condutor que reflete o tom e as prioridades do setor. Neste segundo dia de evento, ficou evidente: o varejo é e continua sendo sobre pessoas.

Início com propósito: liderança e inclusão

O dia começou com uma palestra inspiradora de Tracee Ellis Ross, CEO e fundadora da Pattern Beauty, uma marca global de beleza que celebra a riqueza dos cabelos étnicos. A fala de Tracee girou em torno de lideranças autônomas e do papel das empresas em capacitar as pessoas a tomarem decisões com propósito.

Um ponto que me marcou foi quando ela desafiou a ideia de mercados “de nicho”. Cabelos étnicos, por exemplo, são frequentemente classificados assim, mas Tracee mostrou que essa percepção é fruto de uma lente distorcida. Dados revelam que 75% da população mundial possui cabelos crespos – ou seja, um mercado multibilionário. Este é apenas um dos exemplos de públicos “subatendidos” por vieses inconscientes. Sua mensagem não poderia ser mais clara: atender pessoas significa olhar para elas com atenção e sensibilidade.

Tecnologia e consumo: o papel do valor

A sequência do evento manteve o foco nas pessoas, mas agora sob a ótica do consumo e da tecnologia. Durante a palestra da Target, em um debate sobre o futuro do varejo com IA generativa, foi compartilhada uma pesquisa da Kantar que trouxe um dado intrigante: o consumidor não busca apenas preço baixo, mas sim valor. É um comportamento que reforça a necessidade de entender profundamente o que move as escolhas das pessoas.

Experiências memoráveis na loja física

A relevância da loja física também apareceu com força. LEGO e IKEA demonstraram o quanto esses espaços ainda desempenham um papel essencial na construção de marca. A LEGO transforma suas lojas em playgrounds criativos, onde a personalização é o ponto alto, enquanto a IKEA utiliza planejadores digitais para criar experiências sob medida. Essas estratégias reforçam que, no centro de tudo, estão as pessoas, vivenciando experiências que vão além do ato de comprar.

Javier Quiñones, CEO da IKEA U.S., destacou algo que ecoa muito do que venho dizendo: “Nenhum consumidor diz que é um omniconsumidor.” Eles simplesmente esperam ser tratados como únicos, independentemente de onde começa ou termina sua interação com a marca. Isso só é possível quando processos, tecnologia e pessoas estão perfeitamente alinhados.

Conexões reais no social commerce

Para fechar o dia, cases apresentados por H&M e Alpargatas ilustraram como o social commerce está transformando o varejo. Focado especialmente no público Zalpha (Gerações Z e Alpha), o debate destacou a busca por autenticidade, valores e cocriação como pilares fundamentais.

A Havaianas brilhou ao mostrar que, ao trabalhar influenciando os influenciadores, conseguiu esgotar uma linha de produtos em apenas 48 horas. Já a H&M aposta em criadores de conteúdo para alinhar inspiração a resultados comerciais. Em ambos os casos, fica evidente que redes sociais não são apenas plataformas de comunicação, mas verdadeiras redes de pessoas. E agora as pessoas SÃO o canal de vendas até!

Uma conexão inquebrável

No final do dia, a mensagem foi clara e simples: o varejo é, foi e sempre será sobre pessoas. Seja pelo olhar de lideranças que capacitam seus times, seja pela forma como consumidores são atendidos em suas demandas por valor, experiência e autenticidade. Não importa o canal ou a tecnologia empregada, o que faz o varejo pulsar são as pessoas. E são elas que nos desafiam, nos inspiram e nos movem a inovar todos os dias.

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