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NRF

Para onde vai o varejo global em 2023

Marketplaces, novas fontes de receita, Life Time Value


22 de fevereiro de 2023 - 13h08

Passo a passo para entrar no Metaverso

Crédito: Shutterstock

A NRF 2023 saiu direto do Metaverso (tema predominante em sua edição anterior) para a realidade nebulosa do varejo neste ano. Saíram os espaços 100% digitais e voltaram o caleidoscópio de interações e experiênciase físicas, online e híbridas passando por múltiplos canais. O cenário macroeconômico também se impôs com inflação alta (globalmente), juros altos e acesso mais caro a financiamentos e persistência das dificuldades para repor o estoque, fatores que estão levando muitos varejistas nos EUA a adequarem suas operações.

Porém, apesar do cenário desafiador, principalmente no primeiro semestre, alguns caminhos importantes para o setor despontaram. A maioria não é realmente novo, mas ganha toda uma nova importância no contexto atual.

Para driblar (pelo menos parcialmente) a necessidade de compra e renovação constante de estoque (que passou a ser mais custoso tanto pelas inconstâncias do comércio internacional como pelo custo maior do financiamento), muitas marcas estão transformando suas lojas online em marketplaces especializados. Desta forma, aproveitam os clientes\audiência que já possuem para vender outros produtos de terceiros, reduzindo de forma muito significativa a imobilização de capital em estoques.

Outra alternativa muito discutida foi buscar uma fonte adicional de receita, uma vez que a primária está comprimida por fatores macroeconômicos que no curto prazo irão se manter. Cada negócio tem uma situação particular, mas uma ideia apontada é agregar à operação a possibilidade de compra e venda de itens de segunda mão (na área de Moda e Luxo, por exemplo), o que ajuda o consumidor tanto a ter mais renda para compras como facilita o acesso a produtos, as vezes até de alto valor, que ele não conseguiria de outra forma.

A integração das vendas físicas e virtuais ganhou um personagem revigorado: o vendedor híbrido que atende o cliente na loja (se possível até vendendo o estoque local e da “nuvem”) e, quando não há ninguém, trabalha uma lista de clientes VIP via WhatsApp e outras redes sociais. Durante o evento, por exemplo, a C&A disse que faturou mais de US$ 50 milhões com esta abordagem apenas nos EUA em 2022. Ou seja, uma venda incremental ativa, que não deixa de ser uma estratégia de relacionamento de médio e longo prazo com um custo baixíssimo.

Na mesma linha, ficou claro nas discussões que, no atual ambiente e a inflação da mídia digital, as marcas devem priorizar a retenção e desenvolvimento dos clientes fiéis, dando mais foco a métricos como Life Time Valeu (LTV) e a recorrência de compra. Claro, a busca de novos consumidores continua sendo fundamental, mas está mais cara e o retorno demora mais tempo.

Trata-se de mais uma reinvenção do varejo, sendo que, neste sentido, as empresas brasileiras saem na frente. Estamos mais acostumados a navegar em ambientes de inflação, baixo acesso a crédito e de mudanças bruscas. Cabe agora a nós acelerar nosso digitalização, extraindo ao máximo os recursos online não mais em detrimento, mas em consonância com as interações no mundo físico.

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