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De 12 a 14 de janeiro de 2025 I Nova York - EUA
NRF

“Precisamos de imigração para impulsionar economia”, diz CEO do Goldman Sachs

David Solomon, CEO e presidente da empresa de investimentos também destacou que a inflação é uma questão com a qual o país terá de aprender a lidar


14 de janeiro de 2025 - 17h55

Imigração Goldman Sachs

(Crédito: Shutterstock)

David Solomon, presidente e CEO do Goldman Sachs, uma das principais companhias de investimentos do mundo, está bastante otimista em relação à economia dos Estados Unidos, bem como em relação aos negócios globais para 2025.

Convidado para abrir os trabalhos do terceiro e último dia da Retail’s Big Show, organizada pela National Retail Federation (NRF), Solomon dividiu com a plateia suas expectativas em relação às políticas fiscais propostas pelo presidente eleito, Donald Trump, e destacou que, de forma geral, os Estados Unidos encontram-se em posição privilegiada. “Temos mostrado, há anos, uma incrível resiliência e habilidade de seguir adiante. Continuo extremamente otimista em relação à tecnologia, em relação à saúde e bem-estar e sobre o aumento da produtividade e da participação das pessoas em uma economia extraordinária”, declarou.

Porém, nem tudo é tranquilidade. A inflação, que aumentou no país nos últimos anos, trouxe à tona um problema com o qual os varejistas norte-americanos, assim como as empresas de praticamente todos os segmentos, têm de aprender a lidar. Além disso, o possível endurecimento da política de imigração prometido por Trump também é algo que o executivo destacou que precisa ser observado com atenção.

“Acho que estamos em um lugar frágil”, resumiu Solomon, em conversa com Matthew Shay, presidente e CEO da National Retail Federation. O executivo contextualizou que, anos atrás, principalmente antes da pandemia, havia mais renda disponível do que no momento atual, nos Estados Unidos.

Solomon seguiu dizendo que a inflação, resultante de medidas fiscais para manter a economia aquecida, acabou sendo algo punitivo, com o qual, hoje, o país tem de lidar. “Sabemos que muitas famílias norte-americanas sentiram, principalmente as famílias de baixa renda, sentiram bastante [o aumento de preços]”, pontuou.

O especialista tocou no ponto das possíveis novas políticas migratórias de Donald Trump, que prometeu, assim que tomar posse, retirar do país os estrangeiros que estiverem de forma ilegal. Solomon deixou claro que, apesar de ser um tema política, a imigração é algo que impacta diretamente a força de trabalho.

“Temos decisões políticas a serem tomadas em termos de imigração, mas, sabemos que o trabalho é importante. E precisamos de imigração para que o trabalho continue crescendo e continue impulsionando a economia. É preciso ver como isso será implementado, o que encontrará, e como funcionará para os dois lados”, declarou.

A respeito dos negócios fora do território dos Estados Unidos, Solomon apontou que o crescimento do varejo acaba sendo algo que atinge todos os territórios e que a ampliação de consumo tende a gerar demanda e negócios em diferentes países.

Ele refutou, contudo, a ideia de ‘desglobalização’, conceito que pode ser definido por uma diminuição da interdependência econômica entre os países, por meio da criação de cadeias produtivas diretamente nos mercados consumidores.

“Não acredito em desglobalização. Depois de viver e operar a economia global, fica muito difícil voltar atrás. Temos que fazer algumas mudanças em relação à cadeia de suprimentos e matérias-primas do mundo, As pessoas estão repensando a forma como esses fluxos de recursos e de capital funcionam, mas tudo isso leva um tempo para mudar”, concluiu.

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