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NRF

Prepare o seu varejo: 2024 será um ano de extremo pragmatismo na área

Comércio pode esperar bastante uso de IA Generativa, Live Commerce, marketplaces, bastidores da decisão de compra e muito mais


19 de janeiro de 2024 - 16h13

A NRF deste ano adotou um tom menos idealista e mais prático e destaco aqui a ausência do metaverso nas suas discussões e a inteligência artificial (IA) presente mesmo em conversas que não tinham o tópico como principal assunto. Foi ótimo ouvir tantos exemplos de implementação bem-sucedida de IA, contudo, teria sido maravilhoso ver alguns casos de uso como “arte do possível” na IA Generativa, mesmo que ainda não tenham sido totalmente lançados. Embora o pêndulo pareça ter se afastado completamente de movimentos audaciosos, houve muitas lições valiosas e aprendizados interessantes nesta edição da conferência.

Várias sessões destacaram a importância da excelência operacional por meio de melhorias no planejamento de demandas, na redução de devoluções de produtos e sempre o apoio à equipe. Os varejistas enfatizaram ainda a relevância contínua das lojas físicas como canal de compra e como elas garantiram no último ano que o comércio presencial contribuísse ao máximo para a eficiência das vendas omnichannel.

Para melhorias no planejamento, algumas marcas falaram sobre a decisão crucial de usar a previsão de vendas e comparar com a quantidade das compras feitas de fato. Além disso, as integrações de IA para devoluções ajudaram os comerciantes a identificarem motivos pelos quais os clientes devolvem produtos e como prosseguir quando isso ocorre, com base nos custos das diferentes opções a serem tomadas. Enquanto isso, a IA para integração de novos funcionários reduziu o tempo de adaptação para vários comerciantes.

Divergindo de alguns temas mais comuns, três sessões em particular se destacaram como novas mudanças agradáveis. O bate-papo de Live Commerce mapeou as semelhanças e as diferenças para três marcas que hospedam esse tipo de varejo todos os dias. O trio Fanatics, Roku, HSN falou sobre o poder da comunidade em atrair repetidamente audiências durante as transmissões live.

Especificamente para a primeira companhia, há uma intencionalidade em manter as transmissões em um formato menor para que os participantes possam se envolver mais, pois, quanto maior o envolvimento com os outros, mais retorno eles têm. Enquanto isso, a HSN geralmente pretende atrair audiências maiores, aproveitando celebridades de grande alcance em vez de microinfluenciadores. Assim, foi reconfortante ouvir sobre o futuro brilhante do Live Commerce, pois acredito fortemente em suas oportunidades no mundo afora.

A sessão “Streamlining your tech stack while accelerating digital transformation” com as gigantes Radar e Michaels também foi única, pois ofereceu uma visão dos bastidores de como são tomadas as decisões de compra. Bhaskar Mishra, Chief Product Officer da loja Michaels, explicou que há muita conversa sobre construir ou comprar pilhas de tecnologia.

Na empresa, ele disse que a compra de um conjunto coletivo de soluções geralmente ocorre para projetos de baixa visibilidade e prazos mais curtos, enquanto a construção de uma combinação de tecnologias ocorre para aspectos de negócios de alto tráfego e nuances que exigem personalização. Ao escolher fornecedores, ele compartilhou que a Michaels prioriza aqueles que orçam de maneira mais realista em termos de tempo, citando os inúmeros ciclos de teste exigidos na maioria das reformulações.

Também gostei muito da conversa dedicada a falar sobre os diferentes casos de uso para drop shipping, inventário próprio e marketplaces. Nesse momento, o moderador apresentava exemplos potenciais de varejistas com vários graus de controle sobre as decisões de merchandising e logística, enquanto eles discutiam o modelo mais otimizado a ser seguido. Ouvir as motivações divergentes por trás da escolha de um modelo em detrimento do outro revelou benefícios convincentes de cada um, demonstrando que realmente não há um ajuste único ou certo – depende muito das necessidades e dos objetivos de cada negócio.

Em geral, os temas altamente técnicos e operacionais apresentados na conferência parecem estabelecer que 2024 será um ano de pragmatismo no varejo, em vez de um ano de empurrar e chegar a limites extremos. Pessoalmente, espero ver os apps se tornarem muito mais sofisticados, novos pilotos e projetos de IA Generativa, como uma ferramenta que sabe direitinho o que está em seu armário e cria várias opções de looks para você, com a adição de uma nova peça que o comprador está prestes a comprar, ou uma ferramenta que modera conversas entre membros da comunidade online de um varejista para estimular mais discussão sobre certos produtos. Além disso, acredito fielmente que o Live Commerce deve se tornar mais globalmente bem-sucedido.

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