Como a NRF discutiu o possível banimento do TikTok nos EUA?
Enquanto varejistas evitaram um posicionamento contundente, TikTok Shop despontou nas discussões como símbolo do potencial do social commerce
Enquanto varejistas evitaram um posicionamento contundente, TikTok Shop despontou nas discussões como símbolo do potencial do social commerce
Taís Farias
16 de janeiro de 2025 - 6h00
O próximo domingo, 19, marca a data limite para que a ByteDance, controladora do TikTok, se desfaça da plataforma nos Estados Unidos. Após uma série de processos no país por coleta irregular de dados e questões envolvendo a saúde mental de jovens, em março do ano passado, a Câmara Legisladora norte-americana votou uma lei que estipula que a chinesa venda o TikTok para uma empresa com sede no país.
A medida foi sancionada pelo presidente democrata Joe Biden, em abril. A ByteDance contesta a lei e chegou a pedir anulação da medida na Justiça dos Estados Unidos, mas teve seu pedido negado.
Assim, caso a venda não seja feita até o domingo, a empresa deverá enfrentar a proibição para funcionar nos EUA. Representantes do comitê sobre a China já notificaram a Apple e o Google, exigindo que retirem o TikTok de suas lojas de aplicativos, App Store e Google Play Store, na data determinada. Segundo reportagem da Reuters, a plataforma planeja fechar o acesso para todos os usuários norte-americanos.
A lei, no entanto, exigia apenas a proibição de novos downloads, o que permitiria o uso dos usuários já cadastrados por um tempo. Donald Trump, presidente eleito nos EUA em novembro, toma posse na segunda-feira, 20, e é contrário a determinação. Ele pediu à Suprema Corte a suspensão do prazo de 19 de janeiro para que sua administração buscasse uma resolução política do caso.
Com esse contexto, o possível banimento do TikTok foi citado inúmeras vezes durante a NRF 2025. Ainda que os varejistas e analistas evitassem um posicionamento contundente – a favor ou contra a medida – o TikTok Shop despontou como uma das principais materializações do avanço do social commerce e do seu desempenho entre a Geração Z.
Um estudo da The New Consumer, com três mil consumidores norte-americanos, apontou que 60% do público GenZ usa o TikTok diariamente e 57% já fizeram compras no TikTok Shop. A plataforma já teria ultrapassado nomes como Sephora e Shein, no gasto total dos consumidores norte-americanos.
Sky Canaves, analista principal de varejo e e-commerce do EMarketer, destacou que o social commerce deve ultrapassar a casa de US$ 1 trilhão na China e, embora os números ainda sejam modestos nos EUA, o TikTok Shop é o principal responsável pelo crescimento da modalidade. No ano passado, a plataforma registrou US$ 100 milhões em vendas na Black Friday, um aumento de cerca de 300% em relação a 2023.
Para Canaves, independente do futuro do TikTok nos EUA, o social commerce será uma força irremediável. “É parte de uma mudança muito mais ampla que está ocorrendo globalmente em como os consumidores novos e mais jovens interagem com o varejo”, afirmou a executiva. Quem também participou da discussão foi Fernando Rosa, presidente da Havaianas Brasil.
Ele citou desafios locais, como barreiras legislativas e a falta de confiança do brasileiro nas compras online. Mas reforçou o papel da influência como uma alavanca para os negócios. Ele citou a collab entre Havaianas e Dolce&Gabbana e o papel de parcerias, como a com a criadora de conteúdo Malu Borges, para criar relevância dentro de uma comunidade específica.
Segundo Rosa, a Havaianas quer estar pronta para quando o TikTok Shop chegar ao Brasil. “No México, o TikTok Shop está começando. Então, acho que estamos perto. Estou tendo conversas, aqui, no Big Show, e nós estamos investindo.
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