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De 12 a 14 de janeiro de 2025 I Nova York - EUA
NRF

Transformação profunda no varejo com foco na inovação

No cenário apresentado, é evidente que a inovação não é apenas um diferencial competitivo, mas uma condição essencial para a sobrevivência e o crescimento das organizaçõe


13 de janeiro de 2025 - 18h02

O primeiro dia da NRF 2025 trouxe reflexões profundas sobre como o varejo está se reinventando em um mundo em constante mudança. O tema central do evento — a transformação do varejo através de inovação, tecnologia e personalização — destacou a necessidade de colocar o cliente no centro das decisões, além de priorizar uma cultura organizacional resiliente e aberta às oportunidades criadas por novas tecnologias.

No cenário apresentado, é evidente que a inovação não é apenas um diferencial competitivo, mas uma condição essencial para a sobrevivência e o crescimento das organizações. A combinação entre o uso estratégico da inteligência artificial (IA), a reimaginação dos espaços físicos como hubs de experiência e a valorização de uma cultura organizacional adaptável foram alguns dos pilares discutidos pelos principais líderes do setor.

Um dos painéis mais aguardados foi o apresentado por Azita Martin, da Nvidia, e John Furner, do Walmart, que discutiram o papel da IA como parceira estratégica no varejo. Segundo os palestrantes, a inteligência artificial não deve ser vista como um substituto para o trabalho humano, mas sim como um complemento que amplifica as capacidades das equipes. Um exemplo marcante é o uso de gêmeos digitais — tecnologias que permitem simular operações e layouts de lojas antes de implementá-los no mundo físico, como tem feito a Lowe’s. Essa abordagem reduz custos e aumenta a eficiência, minimizando erros em processos complexos.

Além disso, a IA foi destacada como uma ferramenta poderosa para personalização em larga escala. Por meio de assistentes digitais que operam 24 horas por dia, as empresas conseguem oferecer experiências sob medida para os consumidores, aumentando tanto o engajamento quanto as taxas de conversão. Para que esses avanços sejam eficazes, os palestrantes ressaltaram a importância de líderes visionários que criem uma cultura de inovação e estabeleçam métricas claras de sucesso.

Omnichannel e avanços tecnológicos

A integração entre canais físicos e digitais foi outro destaque, explorada por Bill Forbes, da GAP, e Marc St. Pierre, da Globant. A utilização de avatares digitais para ajudar os clientes a escolher tamanhos de roupas com maior precisão é um exemplo prático de como a tecnologia pode reduzir devoluções e melhorar a experiência de compra. Além disso, a logística baseada em IA foi apontada como uma solução eficiente para otimizar a alocação de produtos e evitar rupturas de estoque.

Mais do que nunca, o conceito de omnichannel evoluiu para colocar o cliente no centro da jornada, permitindo que ele transite de forma fluida entre o mundo digital e o físico. As empresas que dominarem essa integração estão melhor posicionadas para atender às demandas de consumidores cada vez mais exigentes.

Inovação criativa e conexão emocional Elizabeth Preis, da Anthropologie, e Giovanni Zaccariello, da Coach, destacaram como a criatividade pode transformar o varejo em uma experiência emocional. Espaços temáticos, como cafés dentro de lojas, foram apontados como formas de criar conexões mais profundas com os clientes, tornando as visitas aos pontos de venda momentos memoráveis. A Coach, por exemplo, tem investido em campanhas digitais interativas para capturar o coração da Geração Z, estabelecendo uma lealdade que vai além do produto.

Impactos macroeconômicos no varejo e reinvenção de lojas e foco na comunidade

Nem tudo foi sobre tecnologia e inovação. Joyce Chang, do JP Morgan, trouxe uma perspectiva ampla sobre os desafios macroeconômicos que afetam o varejo. Entre eles, estão os déficits fiscais dos EUA, as tensões comerciais com a China e a regionalização do comércio. Além disso, a reconfiguração das cadeias de suprimento e o impacto das tarifas comerciais estão aumentando os custos para as empresas e exigindo soluções criativas para manter a rentabilidade.

Por fim, estratégias de redes como Macy’s, Foot Locker e Amazon demonstraram como os espaços físicos estão sendo reimaginados. As lojas menores e focadas em experiências, defendidas por Tony Spring, CEO da Macy’s, e Olivier Bron, da Bloomingdale’s, reforçam a tendência de criar ambientes mais íntimos e personalizados para atender às necessidades dos clientes. Na Foot Locker, Mary Dillon apresentou o plano “Lace Up”, que inclui a modernização das lojas com áreas interativas, personalização de produtos e parcerias estratégicas com marcas como a NBA e Jordan.

Já Doug Herrington, da Amazon Stores, destacou a importância da IA generativa na personalização em escala, permitindo interações mais humanizadas. Ele também enfatizou que a cultura de inovação da Amazon incentiva a experimentação e o aprendizado constante, criando um equilíbrio entre automação e conexão humana.

Mas esse foi só o primeiro dia, ainda temos muita coisa para ser vista!

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