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Opinião

2025: um chamado para repensar o sucesso dos negócios

Doutor em economia, o professor Subramanian Rangan, doutor em economia, nos traz reflexões importantes sobre a distição entre performance e progresso


2 de dezembro de 2024 - 14h00

No mundo dos negócios, uma transformação significativa está em curso: a competitividade agora ganha uma nova face – mais humana e voltada ao impacto social. Esse novo olhar representa um entendimento profundo de que o sucesso corporativo vai além de resultados numéricos. Ele envolve uma harmonia entre habilidades técnicas e competências humanas, como empatia, comunicação transparente e coragem.

Para o professor Subramanian Rangan, doutor em economia, o futuro das empresas está na expansão do conceito de valor. “As empresas precisam ampliar sua visão de valor, incluindo não apenas o que as pessoas fazem, mas quem elas são,” afirma. Rangan defende que, no século XXI, o ambiente de negócios deve integrar habilidades como empatia e humildade, criando organizações que não apenas geram lucros, mas contribuem para o bem-estar coletivo. Essa visão traz uma abordagem renovada sobre o sucesso, onde soft skills são essenciais para criar ambientes de trabalho saudáveis, aumentando a eficiência e promovendo inovação.

A reflexão de Rangan distingue dois conceitos que, para ele, são fundamentais: performance e progresso. Enquanto a performance econômica se baseia em métricas tradicionais, como produção e retorno financeiro, o progresso é mais ético e profundo, uma jornada que busca reduzir a distância entre o que somos e o que deveríamos ser, tanto como indivíduos quanto como sociedade. Para ele, não se trata apenas de “fazer mais,” mas sim de “fazer melhor e ser mais,” com soluções que equilibram os interesses econômicos com o bem comum.

Ele destaca que, para evoluir, as empresas precisam olhar além dos “outputs” – a eficiência – e focar nos “outcomes” – o impacto real no bem-estar das pessoas e na justiça social. Esse olhar implica pensar no efeito que cada decisão tem sobre a sociedade. Segundo ele, o verdadeiro progresso ocorre quando as empresas buscam mudanças duradouras que beneficiam todas as partes interessadas.

No entanto, o desenvolvimento precisa de uma nova base de sustentação. Tradicionalmente, ancorado nos pilares do governo e dos negócios, o desenvolvimento deveria incluir a família e a comunidade, que formam relações humanas e sociais essenciais para o crescimento sustentável. Sem esses pilares adicionais, Rangan acredita que o equilíbrio entre bem-estar social e desenvolvimento econômico é incompleto.

Para tornar essa visão uma realidade e promover uma gestão moderna e responsável, as empresas devem integrar soft skills nas avaliações de desempenho, valorizando habilidades de colaboração e resolução de conflitos, além de resultados numéricos. Investir em programas de desenvolvimento humano que capacitem líderes e equipes em empatia e inteligência emocional fortalece um ambiente inclusivo e colaborativo. Também é essencial adotar métricas de impacto social que avaliem o efeito das atividades no bem-estar das comunidades, engajando-se com a família e a comunidade dos colaboradores para reforçar laços e promover equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Por fim, promover equidade e sustentabilidade interna, com práticas de inclusão, diversidade e responsabilidade ambiental, é fundamental para consolidar um crescimento sustentável e ético.

Essas reflexões propõem uma transformação profunda na visão de sucesso das empresas, que agora devem olhar além dos números e abraçar seu papel como agentes de mudança social e motores de desenvolvimento humano. Rangan nos convida a repensar o futuro do mundo corporativo como um espaço de transformação, onde o sucesso é medido tanto pelo “fazer” quanto pelo “ser,” guiando as empresas a um caminho de responsabilidade e propósito.

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