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Opinião

A análise de dados como aliada na gestão de pessoas e bem-estar nas empresas

Os líderes precisam buscar soluções adaptadas às novas necessidades dos profissionais, em especial em um cenário de trabalho híbrido e de aceleração tecnológica


30 de abril de 2025 - 6h00

Em um mundo cada vez mais movido por ferramentas digitais e dados, as empresas enfrentam o desafio (e a oportunidade) de repensar como podem aplicá-los em diversas áreas, inclusive, como cuidam do bem-estar de seus colaboradores. Segundo a pesquisa “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, da consultoria global McKinsey, em 2024, 72% das empresas do mundo já adotaram a IA em suas operações. Em 2023, eram 55%.

Neste cenário, a abordagem tradicional, que muitas vezes centralizava decisões e padronizava benefícios aos colaboradores, está sendo substituída por estratégias personalizadas e baseadas em análises de IA que consideram as particularidades de cada indivíduo.

Do outro lado, é cada vez mais perceptível como a saúde emocional, física e até financeira impactam diretamente a performance das pessoas no ambiente de trabalho. Empresas têm percebido que pensar na saúde dos times de forma integral não é um “custo”, mas sim um investimento significativo. No ano passado, inclusive, o Brasil registrou mais de 470 mil casos de afastamentos do ambiente de trabalho por conta de transtornos mentais, aponta o Ministério da Previdência Social. Esse foi o maior índice desde 2014 e as causas principais foram ansiedade e depressão.

Mais que ações genéricas – como a oferta de planos de saúde e benefícios tradicionais – os líderes precisam buscar soluções adaptadas às novas necessidades dos profissionais, em especial em um cenário de trabalho híbrido e de aceleração tecnológica.  No entanto, nesse jogo da personalização, a grande pergunta é: como ir além do formato simples que serve para todos?

É aqui que a tecnologia assume um papel inovador.

Empresas – como a que eu trabalho – perceberam há alguns anos que o comportamento do consumidor pode e deve ser um parâmetro para oferecer experiências mais próximas de cada usuário. Os aplicativos então passaram a identificar padrões de consumo e preferências e, a partir disso, sugerir opções que se alinhem ao perfil de consumo de cada cliente. Isso já é algo usual na rotina das companhias.

Em gestão de pessoas, essa lógica segue o mesmo princípio. A personalização da experiência pode ser aplicada na forma como o colaborador interage com os benefícios fornecidos, ao ajustar ofertas ou funcionalidades em aplicativos corporativos. Por exemplo, ao observar que um funcionário prefere usar os benefícios durante fins de semana ou frequentar majoritariamente restaurantes de comida saudável, essa tecnologia pode ajustar as sugestões e aperfeiçoar sua experiência, entregando ao profissional uma solução desenhada para ele.

Até pouco tempo, a customização em larga escala era vista como inviável, já que cada colaborador pode apresentar necessidades únicas. Mas a IA, em especial os modelos de linguagem que geram e traduzem textos, os LLMs, já possibilita a entrega da personalização em massa. Esses sistemas conseguem analisar milhões de pontos de dados gerados pelos colaboradores, interpretar contextos e antecipar preferências, recomendando opções específicas para cada perfil com rapidez e precisão. 

Agora, as empresas não apenas entendem comportamentos, mas podem reagir rapidamente a eles. Essa capacidade de atuar com agilidade, seja ao oferecer  propostas de valor personalizadas ou facilitando processos administrativos, gera um efeito positivo na retenção de talentos e no engajamento das equipes. Tal velocidade também reflete um movimento cultural mais amplo: pessoas querem cada vez mais deixar de ser vistas como números e valorizam profundamente as empresas que compreendem suas individualidades. 

Ao oferecer benefícios adaptados ao estilo de vida de cada colaborador, as empresas não estão somente investindo em produtividade, mas também construindo relações de confiança e empatia com suas equipes. Tudo isso influencia na melhora da saúde mental e qualidade de vida dos trabalhadores.

Seja ao entender o comportamento do consumidor na jornada de compra ou ao personalizar a jornada de um colaborador em uma empresa, o futuro dos negócios passa pela individualização das relações sem perder de vista a escala. Portanto, a análise de dados e a tecnologia precisam ser encaradas como aliadas estratégicas nessa equação.

Sempre acreditarei que as soluções para o bem-estar dos colaboradores devem acompanhar a forma como as pessoas querem ser tratadas: de maneira única, flexível e, acima de tudo, personalizada.

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