A competição nos bastidores dos jogos
O que as marcas presentes nas Olimpíadas estão nos ensinando sobre experiências e conexões?
O que as marcas presentes nas Olimpíadas estão nos ensinando sobre experiências e conexões?
Como espectadora das Olimpíadas e executiva do mercado de entretenimento, sou fisgada não apenas pelas competições acirradas e medalhas conquistadas, mas também pela riqueza cultural e pelas oportunidades que esse evento global oferece. Os Jogos vão além do esporte: eles são uma vitrine para o futuro da cultura, do entretenimento e do networking. Mais do que nunca, tenho refletido sobre como as marcas podem aproveitar momentos tão importantes como esse para transformá-los em um catalisador de conexões.
Fortalecendo o cenário do marketing esportivo e de outros nichos promissores que nem sempre são relacionados ao esporte, o momento é ideal para celebrar a brasilidade e transmitir uma mensagem cada vez mais autêntica e que se aproxime do telespectador. No entanto, esse processo é desafiador em um evento com um modelo já cristalizado de publicidade, o que consequentemente, exige por parte das marcas uma abordagem ainda mais integrada e que requer criatividade, ousadia e autenticidade como elementos chaves nessa comunicação.
Em Paris, estive na Casa Brasil, espaço em que se materializou uma verdadeira exaltação ao nosso país no coração da capital francesa. Com samba, funk e uma comunidade vibrante, o local é um exemplo de como a cultura e o orgulho nacional podem ser celebrados em grande estilo em diferentes locais do mundo. Lugares como esse são uma tradição nas Olimpíadas, oferecendo um ponto de encontro para o público brasileiro que ama o esporte, fortalecendo assim a conexão com suas raízes.
Entre as ativações observadas, a da Toyota destacou-se ao abordar a mobilidade, um tema relevante e inovador que reflete o compromisso da marca com a tecnologia e a sustentabilidade. A Adidas, por sua vez, apresentou uma ativação interessante ao trocar o nome de suas lojas para “Francis Paris”, um gesto simbólico que reforça seu status de patrocinador olímpico e se alinha com o espírito parisiense do evento.
No entanto, é notável que, em comparação com edições anteriores dos Jogos, houve uma diminuição na quantidade das ativações de marca em Paris. A economia nas ativações é visível, e as campanhas digitais parecem ter substituído muitas das iniciativas de engajamento ao vivo. Na abertura das Olimpíadas, por exemplo, ficou evidente que a
sofisticação do espetáculo foi muito mais direcionado para a televisão do que para o público propriamente dito. Embora essa abordagem possa ser eficiente em termos de custo, ela também limita as oportunidades para interações mais profundas e memoráveis com os consumidores.
A comunicação ao vivo tem o potencial de criar uma fidelização ainda mais forte, ao permitir que as marcas se conectem diretamente com seu público em momentos significativos. A falta de ativações mais impactantes ‘na cidade da luz’ pode ser vista como uma perda, especialmente considerando o potencial que eventos dessa magnitude têm para criar experiências inesquecíveis, fazendo com que os jogos sejam os grandes protagonistas.
Em resumo, as Olimpíadas celebram o espírito esportivo e a unidade global, enquanto as ativações de marca enfrentam o desafio de se destacar e conectar-se com os consumidores. Em um cenário de crescente comunicação digital, é crucial que as marcas equilibrem inovação e tradição, aproveitando as oportunidades oferecidas por eventos como esse. Para o mercado nacional, é importante observar e aprender com a comunicação internacional, mas sem subestimar a importância e a qualidade do mercado local. Valorizar e destacar as contribuições locais fortalece a identidade nacional e demonstra nossa capacidade de inovação e excelência no cenário global.
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