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Opinião

A convergência do mundo tradicional para a Web3 é inevitável

Elon Musk, proprietário do Twitter, disse que queria transformar a plataforma em uma rede social da Web3, uma espécie de “everything app"


27 de janeiro de 2023 - 6h00

Futuro da Web3

Embora grandes novidades estejam no horizonte, ainda existe um longo caminho relacionado a escalabilidade, infraestrutura e experiência do usuário para que isso se torne uma realidade para todos (Crédito: Shutterstock).

“Toda empresa será uma empresa Web3 dentro de algum tempo”. Essa foi uma das principais frases que ouvi sobre o tema no último Web Summit, em Lisboa. O assunto está ganhando cada vez mais espaço e, aos poucos, flertando com as ferramentas “tradicionais” da Web2. Alguns dos últimos acontecimentos apontam que essa tecnologia vai dominar as redes sociais e as demais plataformas que utilizamos no nosso dia a dia, muito antes do que imaginávamos.

Elon Musk, proprietário do Twitter, disse que queria transformar a plataforma em uma rede social da Web3, uma espécie de “everything app”, semelhante ao WeChat – aplicativo chinês. E o apoio da Binance com 500 milhões de dólares na compra da plataforma pode ser um pequeno sinal desse avanço. A Reddit, uma rede social colaborativa de notícias, lançou um conjunto de “Colecionáveis Digitais” sem citar o termo NFT, resultando numa adoção em massa para a plataforma descentralizada. Outro passo foi dado pela Meta ao anunciar uma integração de infraestrutura que permitirá aos usuários criar, comprar e vender NFTs através da blockchain da Polygon.

Tudo isso resulta em uma comparação simples: no modelo de internet em que a maioria das pessoas está acostumada – Web1 -, nós apenas consumimos o conteúdo. Já na Web2, além de consumir, passamos a criar conteúdo. E na Web3 podemos criar, consumir, sermos detentores de conteúdo e possuir, ainda, privacidade e autonomia no processo. Infelizmente, como o modelo ainda não é “mainstream”, a maior parte das pessoas não sabe sobre os próprios direitos na internet.

Para facilitar o processo, algumas empresas têm trabalhado para reduzir a “fricção” do usuário, diminuindo a necessidade de realizar logins a todo momento, responder questionários de cadastro e optar ou não para que determinados sites tenham acesso às suas informações, dados e cookies.

Já em softwares que estão imersos na Web3, basta conectar sua carteira para ter acesso a tudo. A ideia central desse modelo é acabar com processos repetitivos. Outro ponto interessante é que o usuário que for proprietário soberano de suas informações terá a possibilidade de vendê-las, caso queira, já que esse universo tecnológico não possui detenção nem acesso aos perfis e dados de usuários. Com isso, tudo passa a ser controlado 100% pelo consumidor e não mais pelas ferramentas.

Outro ponto que me encanta é a ideia de portabilidade de seguidores, onde seguidores de uma rede social específica poderão ser “carregados” para uma outra, de forma aberta e interoperável. Hoje, se você tem 5 mil seguidores no Twitter e começa a produzir conteúdo no TikTok, precisa construir a base da sua audiência do zero. No caso de redes sociais baseadas na Web3, a quantidade de seguidores é contínua.

Tudo isso porque as mídias sociais e seus seguidores estarão ligados através de sua carteira, não mais por meio de uma plataforma sozinha. Em resumo, a ideia central do modelo é pegar de volta o controle, tomada de decisões e propriedade para remover o intermediário e, com isso, ter um relacionamento ainda mais próximo com as pessoas.

Mas, embora grandes novidades estejam no horizonte, ainda existe um longo caminho relacionado a escalabilidade, infraestrutura e experiência do usuário para que isso se torne uma realidade para todos.

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