A equação de Cannes

12 de junho de 2017 - 10h56

O papel da criatividade na economia, na sociedade e na cultura é o tema escolhido pelos organizadores do Cannes Lions como fio condutor da programação de conteúdo do Festival Internacional de Criatividade deste ano. A partir do próximo sábado, 17 de junho, ao longo de oito dias, milhares de pessoas acompanharão centenas de palestras, debates, apresentações e workshops in loco, na emblemática cidade da Riviera Francesa.

Será a 64a edição do evento, que a cada 12 meses tem a missão de renovar sua influência e relevância junto à indústria da comunicação. É uma equação arisca: Cannes precisa ganhar ares contemporâneos e frescos, sem deixar de ser mainstream; falar mais de negócios, sem perder o glamour; e seduzir novos públicos, sem afastar os criativos. O destaque às áreas de inovação, entretenimento e saúde, por meio de divisões com nomenclaturas próprias (Lions Innovation, Lions Entertainment e Lions Health), tem ajudado a renovar a imagem do festival nos últimos três anos.

Em 2017, uma área chamada The Discovery Zone reunirá cem startups. “Não vou dizer que é um exercício fácil balancear a grandiosidade das experiências que Cannes gera hoje com a pureza do que era a essência de reconhecer um trabalho que inspira”, afirmou o diretorgeral do festival, José Papa, em entrevista ao Meio & Mensagem, publicada em abril. Brasileiro, ele organiza uma edição do Cannes Lions pela primeira vez como executivo-chefe, função que assumiu efetivamente em setembro do ano passado.

Será curioso acompanhar o alinhamento entre as avaliações dos jurados das 23 categorias nas quais são concedidos os Leões e o tema central do festival, que, ao final de contas, nada mais é do que uma ode ao propósito da publicidade — usar a criatividade para gerar atração e solucionar problemas, dentro de uma sintonia com a cultura contemporânea, e usando as melhores ferramentas possíveis para isso. Em um ambiente no qual a automação de processos, o aumento da capacidade de geração e uso de dados e a busca por maior agilidade na tomada de decisões altera significativamente a dinâmica de oferta e demanda entre grandes anunciantes e suas agências, estar seguro quanto às suas origens é essencial para, rumo ao futuro, não se ver perdido no meio de um caminho que não leva a lugar nenhum.

Será curioso acompanhar o alinhamento entre as avaliações dos jurados das 23 categorias nas quais são concedidos os Leões e o tema central do festival, que, ao final de contas, nada mais é do que uma ode ao propósito da publicidade

Pelas próximas duas semanas, caro leitor, você acompanhará tudo o que acontece no Festival Internacional de Criatividade por meio das principais notícias e análises especiais das premiações em nosso hotsite (meioemensagem.com.br/ cannes), das transmissões ao vivo pela nossa página no Facebook, de postagens em real time no Twitter e dos teasers com os bastidores do evento e da nossa cobertura no Instagram. As edições semanais impressas terão a curadoria afiada de nossos jornalistas, com reportagens exclusivas apuradas direto do front e entrevistas com alguns dos principais executivos globais do mercado.

Para dar conta de tudo, montaremos um quartel-general com a maior equipe de um veículo brasileiro em Cannes. Serão oito profissionais, que embarcam já nesta quinta-feira, 15, para a Cote D’Azur: o editor executivo Alexandre Zaghi Lemos, as repórteres Bárbara Sacchitiello, Isabella Lessa e Roseani Rocha, o fotógrafo Eduardo Lopes, os videomakers Celina Filgueiras e Rafael Barreto, e eu. Reforçam esse time mais de 60 profissionais de ponta de agências, marcas, produtoras e veículos, que amplificarão o alcance e a profundidade de nossos conteúdos, em artigos escritos por quem vive a comunicação no dia a dia.

Manter bem informada uma audiência qualificada como a de Meio & Mensagem é uma tarefa tão desafiadora quanto nobre.

E nós mal podemos esperar para ir a campo e honrar mais uma vez esse compromisso.