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A gente tem memória curta, ou o quê?

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Opinião

A gente tem memória curta, ou o quê?

Ensinamentos da pandemia, como o de que muitos processos de concorrência eram desumanos, parecem estar sendo esquecidos por algumas marcas


12 de agosto de 2024 - 10h00

Falo pra quem quiser ouvir que a pandemia, apesar do mal que fez para a humanidade, foi transformadora para muitos. Pra mim foi. Colocou o mundo sob uma nova perspectiva. Me transformou como pessoa. Transformou meu negócio para um outro nível, jamais alcançado. E não estou falando só de faturamento, mas de felicidade, de produtividade, de aprendizado.

Somos mais rápidos, mais inovadores, mais criativos, mais flexíveis e muito, mas muito mais felizes. E isso contamina. O cliente também gosta de trabalhar com gente feliz.

Durante a pandemia, as pessoas ficaram mais sinceras. Mais solidárias. E ouvi de muitos clientes o reconhecimento de que os processos de concorrência eram desumanos. Fazer dezenas de agências trabalharem de graça, além de pouco produtivo não era justo. E vi muito processo mudar.

Hoje em dia, não dependemos mais de concorrências. Participamos das que queremos, daquelas em que temos empatia com a marca e com as pessoas que a conduzem, e claro, daquelas em que acreditamos que podemos fazer a diferença. Defendo muito as concorrências, pois é a forma de uma marca conhecer o seu parceiro ideal. Só que tem jeitos e jeitos de fazer isso e uma vez ou outra a gente se depara com jeitos que só existiam nos livros de história pré-pandemia.

Marcas chamando 12 agências para um processo que elas mesmas alegam que será longo, cheio de fases e que no final, o que conta mesmo é o preço. Ou marcas chamando 20 agências para selecionarem dez que serão homologadas e terão direito de brigarem por um job ao longo do ano. Isso não funciona. Quantidade não é qualidade. E isso vai custar caro, muito caro para quem contrata.

Dá pra fazer diferente? Lógico que dá. Tem marcas que entenderam direitinho, e estão colhendo os frutos de uma parceria sólida e resultados em alta. Pergunta para Bauducco, Mercado Livre Brasil, The Coca-Cola Company, Ipiranga, Ypê, Nivea, Itaú Unibanco, Chiquita e várias outras que a gente não atende, mas que estão virando exemplo (positivo). Essas marcas ficaram famosas pelo seu estilo inovador de escolher com quem vão se casar.

E os processos sem fundamento? Os motivos são sempre os mesmos, e com toda a educação do mundo, agradecemos. Thanks but no thanks.

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