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A magia dos prêmios

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Opinião

A magia dos prêmios

Comoção de indicações brasileiras ao Oscar é exemplo mais forte dos últimos tempos do fascínio que premiações exercem na indústria criativa — instrumento que a publicidade sabe, como ninguém, rentabilizar em negócios


28 de janeiro de 2025 - 14h02

Até quinta-feira da semana passada, o filme Ainda Estou Aqui tinha atraído mais de 3,6 milhões de expectadores às salas de cinema. O interesse do público deve-se, evidentemente, à força da tocante história autobiográfica, escrita originalmente por Marcelo Rubens Paiva, e retratada com talento pelo diretor Walter Salles, o elenco encabeçado por Fernanda Torres e Selton Melo, produtores e extensa equipe técnica.

Parte da atratividade vem, ainda, da bem-sucedida campanha de seus realizadores para inclusão do longa-metragem brasileiro em festivais e prêmios internacionais. Causaram comoção nacional a vitória de Fernanda como melhor atriz em filme de drama no Globo de Ouro — primeira de um ator ou atriz brasileiros — e, na semana passada, a revelação dos indicados ao Oscar — ela, novamente, entre as atrizes, e o longa nas competições de obra estrangeira e de melhor filme, sendo essa última inédita para o cinema nacional. Esses exemplos são os mais fortes e abrangentes dos últimos tempos do fascínio que as premiações exercem na indústria criativa. Esses acontecimentos juntam um pouco do frenesi das finais de campeonatos,
típico dos esportes, ao espalhar a tensão que motiva torcedores.

Assim como no cinema, em outros ramos da indústria a exposição causada pela indicação — e, especialmente, pela vitória — em prêmios de grande repercussão é capaz de mudar a trajetória de filmes e as carreiras dos profissionais neles envolvidos. Na arte de extrapolar os efeitos nas reputações e rentabilizar troféus em negócios, ninguém é melhor do que a publicidade.

O reconhecimento em premiações internacionais, especialmente o Festival Internacional de Criatividade de Cannes, deu à publicidade brasileira uma aura desproporcional ao share do País na divisão do investimento global na atividade. Essa notabilidade ajuda profissionais brasileiros, especialmente
os atuantes em empresas que dependem da reputação criativa para justificar posicionamentos públicos, gerar novos negócios e, até mesmo, receber bônus ou aumentar suas cotas na divisão global de verbas destinadas a investimentos em criatividade e inovação.

Em 2024, no mercado nacional, o efeito da reputação criativa nos negócios encontra seu exemplo mais palpável no desempenho da AlmapBBDO. A agência, apontada no início do mês como a melhor em novos negócios pela análise anual feita por Meio & Mensagem, aparece agora como líder isolada do ranking de agências mais premiadas. O levantamento é a única iniciativa que consolida o desempenho das empresas atuantes no País nos principais festivais globais, regionais e nacionais. Os rankings consolidados da temporada de 2024, publicados nas páginas 12 e 13, são resultado de um monitoramento recorde de mais de 700 troféus conquistados por agências brasileiras em 14 eventos.

A liderança isolada da AlmapBBDO, com nada menos que 149 troféus recebidos durante o ano passado, representa uma reconquista do topo, já que a agência liderou dez das onze edições publicadas do Ranking Meio & Mensagem até 2018, mas perdeu o posto nos últimos cinco anos para a Africa Creative, que agora aparece em segundo — pódio se completa com a VML, em terceiro.

A Almap também ocupa a primeira posição no ranking das campanhas mais premiadas, com “Gerações”, desenvolvida para a comemoração de 70 anos de Brasil da Volkswagen. A ação superou duas cocriações internacionais da VML, que envolveram o escritório de São Paulo: “Thanks for Coke-Creating”, da Coca-Cola, e “Cães sem fronteiras”, da Sociedade Franco-Brasileira de Oncologia, que aparecem em segundo e terceiro, respectivamente.

Já no ranking de anunciantes, a Ambev defendeu bem o primeiro lugar, que é seu pelo sexto ano consecutivo, desta vez seguida por Mercado Livre, que subiu da terceira para a segunda colocação, e pelo Grupo Boticário, que na edição anterior não aparecia na lista.

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