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Opinião

A sua empresa já possui um Plano Marshall?

As empresas precisam pensar agora, mesmo que tenham diminuído mais do que gostariam, como sairão do outro lado dessa tempestade


3 de junho de 2016 - 13h48

O Brasil acaba de ter seus céus classificados pelos pilotos do mundo como um céu típico de país em guerra graças aos balões que são soltos como diversão, mostrando a falta que faz a educação básica no País. O termo técnico é criticamente deficiente (Critically Deficient) pela International Federation of Air Line Pilots Association (Ifalpa), uma associação de pilotos vinculada à ICAO, agência especializada em aviação das Organização das Nações Unidas. A mesma classificação você encontra hoje nos céus da Ucrânia, Iraque e Afeganistão.

Era o que faltava para constatar o que as estatísticas e o asfalto vem mostrando. Estamos em guerra. Ou como você poderia justificar que 60 mil pessoas são assassinadas todo ano. Setenta e cinco por cento delas por armas de fogo, motivos fúteis com maioria jovem. E, se não bastasse, está para ser votado,
enquanto dormimos, uma lei que libera o porte de armas. Veremos esse número duplicar facilmente depois dela. Nem o Iraque mata tanto. Em cinco anos de guerra civil, 400 mil sírios foram mortos no conflito e outros 70 mil pereceram devido à falta de água e cuidados médicos. Em cinco anos, 250 mil brasileiros foram assassinados. Mais 50 mil morrem no trânsito por ano.

São várias guerras acontecendo nesse momento em solo brasileiro. Olhe nosso PIB nos últimos três anos. Recessão de -1, -3 e este ano dizem que bate no -4. Note nossa indústria caindo 8% só em 2015. Se não estivéssemos em guerra como justificar o fechamento de cem mil lojas nos últimos 12 meses. Dez milhões de desempregados, dois milhões a mais de pessoas que habitam Portugal hoje. O setor energético quebrado. A maior empresa do País entregue as dívidas e praticamente falida.

Estamos em guerra. Pelas evidências sociais, econômicas, pela guerra de narrativas, pela confusão moral, pela perda de vidas. Estamos em guerra, ao final do dia. De todos os dias. Saber aonde estamos e como estamos é importante para poder reagir no momento certo e de maneira eficaz. Os mercados não investem em países que estão em guerra. Mas investem em países que estão saindo da guerra.

Hoje não vemos se ainda saímos da guerra, pois a guerra parece que nunca acaba. É comum para a nossa mente limitada achar que o momento que se vive o será para sempre. Nenhuma tempestade é para sempre.

Se estamos em guerra e ela vai acabar em algum momento, precisamos prestar atenção no que a história nos mostra sobre isso. Todos conhecemos como Plano Marshall. Basicamente foi implementado com o fim da Segunda Guerra. Mas, para ser implementado em 1947, ele foi pensado e planejado muito antes. Alguém pensou: ok, tá difícil, mas em algum momento vamos vencer essa guerra. E daí, o que fazemos com os vencedores? O que fazemos com os perdedores? E a população desses países?

Os Estados Unidos, por diversos motivos, criaram e implantaram esse plano Marshall. Mesmo vindo do crash de 29. O Plano Marshall injetou US$ 13 bilhões (132 em valores atuais). Mas foram bem investidos. O que ele representou na prática foi crescimento do continente europeu e o fortalecimento da democracia e do sistema produtivo.

Dinheiro existe. Aqui dentro e lá fora. A confiança virá em algum momento e daí o dinheiro irá fluir. Argentina, Brasil, Venezuela, e outros países que precisam de reconstrução de sua base industrial, energética, fiscal e econômica no final. E daí as oportunidades virão também.

Em época de muda jacu não pia. Mas pode pensar, né? E agora é hora de rever processos.

Na própria publicidade é tempo de planejar a indústria para os novos tempos. Tempos diferentes. Modelos de remuneração, de produção, tudo.

E precisa planejar mesmo, já que uma guerra mexe emocionalmente com uma nação. Com valores dessa nação. Os anunciantes vão precisar dizer suas verdades. Cada vez mais. Em algum momento as mensagens terão de ser adaptadas. É uma evolução do diálogo e nada é pior do que papo antigo.

As empresas precisam pensar agora, mesmo que tenham diminuído mais do que gostariam, como sairão do outro lado dessa tempestade. Como estão menores, esse é o momento de reajustar processos e atitudes e uma ótima agência de publicidade pode ajudar nisso.

No Brasil, usamos no dia a dia duas palavras com o mesmo significado: propaganda e publicidade. Mas são muito diferentes. Uma é utilizada em tempo de guerra, com raras exceções. E outra para os
tempos de paz e prosperidade.

A propaganda, que propaga ideologias, opiniões, narrativas nos tempos de conflito e que muitas vezes provoca o ódio e o conflito entre vizinhos já teve seu tempo.

Está chegando a hora da publicidade. Que publicita a verdade em mensagens comerciais verdadeiras, reais, porém com criatividade e criando valor, impacto, criando riquezas e desenvolvimento social e humano.

A publicidade pode ajudar a sua empresa. Agora, já. E está chegando a hora de ela ajudar o Brasil a sair desse tempo de guerra para tempos de paz.

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