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Opinião

Agora, só tem um jeito

Precisamos dar aos parceiros a camada criativa que falta para a comunicação que gera negócios e mostrar que uma parafernália tecnológica muitas vezes não engaja ninguém


6 de dezembro de 2018 - 16h18

Crédito: mediaphotos/iStock

Não faz muito tempo, li um artigo com uma crítica dura em relação às agências. O colunista levantou pontos sensíveis, relevância e inclusive questionou o fato de ainda se chamarem agências de propaganda. A ideia do meu texto não é dar uma resposta ao artigo que mencionei, mas me intrigou muito essa voracidade contra as agências.

Acredito que um parceiro para a comunicação das marcas ainda seja fundamental para muitas indústrias. Considerando o barulho digital que vivemos, nunca foi tão necessário construirmos marcas memoráveis e que transmitam mensagens relevantes. O colunista voraz que me desculpe, mas a agência hoje ainda é esse parceiro.

Na agência, a criatividade é combustível e é por isso que o anunciante ainda está encontrando ideias com potencial de transformar e manter vivo o seu negócio. Muitas indústrias sobrevivem usando desse combustível – desde as da nova economia até as que sofrem sistematicamente com as crises econômicas e a concorrência.

Enquanto escrevia esse texto, recebi de um amigo o novo filme de Natal da John Lewis (#EltonJohnLewis) e tive a certeza de que as agências ainda têm muita lenha para queimar. Quem não quer aquela ideia poderosa para compartilhar ou para chamar de sua? Claro que estou falando dos profissionais que acreditam que uma boa ideia faz a diferença.

Por mais que muitos digam que criatividade é o “mínimo que uma agência tem que ter”, nem todo mundo de fato valoriza ou promove a ideia que emociona, converte e que ainda dá uma certa inveja – sentimento compreensível no caso da campanha da John Lewis.

Talvez o que os detratores das agências estejam tentando nos dizer é que, mais do que parceiros para uma boa comunicação, o mercado também está procurando quem optou por incorporar no processo criativo os vários parceiros de tecnologia que trazem velocidade e assertividade para o trabalho. Talvez eles estejam falando ainda dos nossos processos antigos e hierárquicos.

Essa fama persegue as agências e provavelmente irrita os críticos de plantão. A velha estrutura rígida e que valoriza as relações de poder não dá espaço para o trabalho colaborativo. Mas essas mudanças são inevitáveis e já estão acontecendo. Nunca se falou tanto em atacar o assédio, ter estrutura e gestão menos verticalizada e sobre a formação de parcerias estratégicas.

Entender que estamos diante dessa mudança é muito importante.

Agora, só tem um jeito: reinventarmos nossos processos para acertarmos o descompasso.

Precisamos dar aos nossos parceiros de mercado a camada criativa que falta para a comunicação que gera negócios e mostrar que uma parafernália tecnológica muitas vezes gera apenas uma comunicação invisível e não engaja ninguém.

Acredito que a combinação de novos processos e mindset aliados à tecnologia só nos ajudará a multiplicar aquilo que já era muito legal de ver. A boa ideia sempre foi e será o que fará a diferença para as marcas. Parece que a John Lewis acredita nisso também.

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