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Maximídia confirma sua vocação como espaço de networking e palco de debates essenciais para balizar o planejamento de carreiras e estratégias de negócios


11 de outubro de 2022 - 15h00

Crédito: Edu Lopes / Imagem Paulista

Mais de 60 debatedores e palestrantes passaram pelo palco do Maximídia 2022, realizado por Meio & Mensagem, de terça a quinta da semana passada, em São Paulo. As pautas propostas expressam a variedade de assuntos que compõem as agendas das empresas e executivos da indústria de comunicação, marketing e mídia. Dos desafios dos CMOs ao avanço das práticas ESG; do poder do entretenimento para o diálogo das marcas com os consumidores à criatividade como aliada no combate à crise climática; das habilidades esperadas dos líderes do futuro aos hábitos incorporados após a flexibilização da pandemia. Em vários momentos do evento, esses e outros temas se cruzaram e foram tratados por CEOs, executivos de marketing, publicitários, consultores e artistas, oferecendo aos participantes visões diversas e confirmando a vocação do Maximídia como ambiente de networking e de debates que geram reflexões úteis para balizar o planejamento de carreiras e estratégias de negócios.

Como mostram as reportagens das páginas 34 a 43, entre esses pontos transversais tratados em vários dos painéis estão a diversidade como indutora da inovação, a maior abertura do mercado à cultura do erro, a tecnologia a serviço da saúde mental e o equilíbrio entre fatores humanos e tecnológicos na construção de ambientes mais saudáveis e de estratégias mais eficientes. Ao reconhecer a relevância da performance com base em dados, a CEO da KimberlyClark, Andrea Rolim, alertou para a necessidade de se modular dados com fatores não- -cognitivos inerentes às relações entre pessoas. Na questão da diversidade, ficou clara a urgência de as companhias driblarem vícios corporativos e encararem o tema como premissa para se manterem competitivas, o que exige trabalhar a agenda das políticas de identidade com atitudes que vão além de contratações específicas.

A criatividade é outro assunto onipresente — como não poderia deixar de ser, já que se trata do principal combustível da indústria. Abordada tanto como semente para a conscientização sobre a urgência de marcas e pessoas adotarem ações sustentáveis como em contraponto à dominância dos algoritmos, a dependência da indústria de pessoas engajadas e da criatividade transformadora suscita as discussões sobre a crise de talentos e o fenômeno do “quiet quitting”, descritos no âmbito das agências como uma “mudança sísmica” pela presidente global e CSO do McCann Worldgroup, Suzanne Powers (“Temos que resolver isso, fazer desta uma indústria da qual as pessoas estejam animadas em fazer parte, e queiram participar da criação do futuro”).

A dificuldade no enfrentamento de tabus surgiu em alguns painéis, como o da venezuelana naturalizada brasileira Laura Vicentini, vice-presidente global das marcas de cuidados femininos da P&G, para quem o desafio deve ser suportado por ações ancoradas ao propósito das companhias e com a intenção de gerar confiança nos públicos com os quais se relacionam. Em outro momento, Gian Martinez, CEO da Winnin, apresentou dez tensões culturais colhidas na observação de vídeos compartilhados nas redes sociais às quais as marcas devem prestar atenção — para decidirem se envolver ou não. São assuntos normalmente não abordados, embora muitas empresas tenham com eles uma relação velada de responsabilidade, como a pressão estética, o cyberbullying e a LGBTQfobia.

Nos três dias, o Maximídia reservou seu último painel para momentos de inspiração com nomes do entretenimento, como o cantor Jão, o diretor de cinema Kondzilla, o produtor e ativista social Preto Zezé e ator e dramaturgo Miguel Falabella, que encerrou o evento tratando da busca pela felicidade no trabalho. Sua receita de dez ingredientes, inclui de persistência à generosidade, passando, entre outros, por comunicabilidade, disciplina e adaptabilidade. Mestre na criação de histórias e personagens que mexem com o imaginário do brasileiro, ele recomendou “cuidar bem dos sonhos”. Algo que nesta indústria demanda compartilhar objetivos, engajar pessoas e despertar emoções — que foram também objetivos desta edição do Maximídia.

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