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Opinião

As causas que sua marca abraça estão evoluindo?

Uma reflexão sobre a importância de aproveitar as datas comemorativas para celebrar mudanças


6 de novembro de 2023 - 14h00

Em novembro, minha filha Manuela completa um ano de vida. Esse marco representa não apenas o primeiro ano de uma jornada de muito aprendizado em nossa família, mas também uma oportunidade para refletir sobre como a vida pode mudar profundamente em um curto (embora intenso) espaço de tempo. Enquanto planejo celebrar seu primeiro aniversário, não posso deixar de traçar um paralelo com algumas efemérides. Afinal, uma data ganha significado pessoal quando marca mudanças importantes em nossa vida, assim como esse primeiro ano da Manu trouxe transformações profundas para nós.

As efemérides são datas ou eventos comemorados ou lembrados anualmente. Elas têm significados culturais, históricos ou simbólicos, e muitas vezes são usadas para marcar a passagem do tempo e preservar a memória de eventos ou pessoas importantes. Por isso, acredito que essas datas não deveriam se limitar a ser meros destaques no calendário, mas sim oportunidades para uma profunda reflexão sobre as mudanças necessárias em nossa sociedade.

Datas especiais, como o Dia da Consciência Negra, o Dia Internacional da Mulher ou o Orgulho LGBTQIA+, podem servir como pontos de partida para ações significativas e – sob o ângulo da minha profissão – compromissos contínuos das marcas em relação a essas questões. No entanto, é importante que a celebração seja genuína, autêntica e acompanhada por um compromisso real de melhorar a vida das pessoas. As marcas precisam entender seu papel e selecionar as questões que são verdadeiramente relevantes e alinhadas com sua missão, trabalhando nelas não em um dia, mas todos os dias.

O Dia da Consciência Negra, por exemplo, é crucial para lembrar a dívida histórica que o Brasil tem com a população negra, especialmente por ser um dos últimos países a abolir a escravidão. Embora as pessoas negras sejam maioria no Brasil, 56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa população enfrenta os menores índices de acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho. Isso mostra que há muito a ser feito para dar mais visibilidade e oportunidades a essas pessoas, e que precisamos continuamente avançar.

As datas especiais devem ser justamente momentos para pensar, planejar e celebrar esses avanços. O Dia da Consciência Negra nos recorda não apenas da necessidade de refletir sobre a história, a cultura e a luta do povo negro, mas também o progresso feito e os desafios que ainda enfrentamos. Isso precisa ser incorporado às nossas ações diárias, muito além do dia 20 de novembro. Da mesma forma, o aniversário da minha filha não é apenas um dia de festa, mas a comemoração de todo o progresso que ela fez ao longo do último ano, junto com a reflexão do que vem pela frente.

É claro que a sazonalidade desempenha um papel importante no marketing, mas é crucial entender que as ações não devem se limitar a esses momentos. O trabalho constante é o que realmente faz a diferença. A relação que tenho com minha filha não se resume a um encontro anual no dia de seu aniversário. É um compromisso contínuo, com tijolos sendo colocados todos os dias para construir uma base sólida. As marcas também precisam manter essa consistência em seu compromisso com as causas que abraçam, trabalhando para que as mudanças e evoluções se tornem parte integrante de sua identidade.

Celebrar o primeiro ano de vida da Manu e refletir sobre as efemérides me lembra da importância de reconhecer as conquistas, mas também de olhar para o futuro. Cada dia é uma oportunidade para crescer, se desenvolver e evoluir. O papel das marcas é lembrar, celebrar, comunicar e agir para que, em cada aniversário, todos possam ver o progresso evidente, e reforçar o compromisso de trabalhar em conjunto para garantir que, em retrospectiva, possamos destacar como a evolução aconteceu.

Se as causas que sua marca abraça não estão evoluindo, é hora de olhar com mais carinho para o que precisa ser feito. Só assim poderemos ver mudanças efetivas, transformar nossa sociedade e construir um futuro mais igualitário e inclusivo.

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