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Opinião

As megatendências do varejo em 2022, segundo a NRF

Mudanças de comportamento do consumo geram a necessidade de transformação ágil e simultânea


26 de janeiro de 2022 - 10h46

(Crédito: Shutterstock)

Vivemos um momento de transição no qual a disrupção tecnológica aliada à pandemia aprofunda uma série de mudanças de comportamento. Tudo tem mudado e muito rápido, mas há uma característica comum, presente e reforçada em todas essas transformações: o valor que a experiência exerce nas relações entre pessoas, empresas e, por sua vez, nos hábitos de consumo.

Entre 17 e 21 de janeiro, executivos brasileiros reunidos na missão Varejo180 – da GS Ciência do Consumo, durante a NRF 2022 Retail’s Big Show, em Nova York – discutiram soluções para navegar nesse mar de transformações e oportunidades, entendendo como será a experiência do futuro e como aplicá-la, na prática, ao contexto doméstico. Os principais insights e tendências observadas na maior feira de varejo do mundo seguem abaixo:

Analógicos x Digitais

Há alguns anos nos tornamos seres digitais. No trabalho e na vida pessoal, as ferramentas digitais estão presentes e é difícil imaginar as nossas vidas sem a simplificação e agilidade que elas trouxeram. Tornar-se digital foi um movimento natural para todos nós.

Para as empresas, no entanto, essa transformação parece ser bem mais difícil e o motivo é que as estruturas corporativas foram desenhadas em um formato sequencial. E isso não funciona bem com o digital, porque ele é radial e simultâneo.

Estruturas desenhadas para o passado não sobrevivem ao futuro. E essa mudança nos processos organizacionais significa que a matéria-prima dos negócios também irá mudar.

Informação

Na era digital, um elemento fundamental de todos os negócios é a informação. Seja pelo WhatsApp, e-mail marketing, SAC ou redes sociais, recebemos informação de inúmeras fontes todos os dias, mas poucas são as empresas capazes de criar processos e gerenciar esse volume de dados.

Fomos ensinados a pensar em organizações e processos de uma forma linear. É por isso que, para as empresas, essa transição é mais difícil: é preciso mudar processos, gerenciar pessoas e adaptar a cultura para extrair valor dessas informações.

No varejo, essa informação tem como destino a experiência dos clientes em diferentes ambientes. A informação orientada para a experiência é o que cria um ecossistema capaz de realizar rápidas mudanças e acompanhar um consumidor cada vez mais fluido.

Experiência em ecossistemas

Os ecossistemas para o varejo representam uma revisão no modelo de negócios aplicado à experiência, combinando a oferta de serviços com a venda de produtos. Um dos principais cases apresentados durante a NRF foi o da varejista de cosméticos e perfumaria Ulta Beauty, que trouxe para os corredores das suas lojas serviços de um salão de beleza.

São quase 1.300 lojas nos Estados Unidos que passaram a oferecer serviços para cabelos, maquiagem, cílios e sobrancelhas, além de cuidados faciais por preços competitivos. Isso significa que produtos de beleza podem ser comprados e testados na hora pelos clientes que terão, ainda, um profissional para demonstrar na prática como usá-lo.

Os números da Ulta falam por si só: crescimento de quase 15% no resultado operacional nos primeiros nove meses de 2021 e lucro líquido ajustado de US$ 696,5 milhões no período, frente a 2020.

A Ulta é apenas um dos exemplos de como alguns varejistas têm inovado ao combinar serviços e produtos para oferecer uma experiência positiva aos seus clientes. Neste ecossistema, um cabeleireiro é também um vendedor e a tecnologia é usada como suporte para criar relacionamentos e soluções.

Adaptar a estrutura das empresas para o digital e extrair o melhor uso das informações são apenas as pontes para que, ao fim do dia, mais pessoas tenham acesso a novos serviços e produtos, e usufruam de momentos positivos ao lado de marcas.

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