As ruas falam

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Opinião

As ruas falam

Espaço é fundamental para entender o comportamento do consumidor, o seu momento no funil e sua aderência à determinada campanha


18 de setembro de 2024 - 14h00

O advento da publicidade programática nos anos 2000 revolucionou a forma como as marcas passaram a interagir com as suas audiências. Pela primeira vez, agências, criativos e anunciantes tinham à sua disposição uma técnica que permitia a geração de impactos com alto nível de segmentação, ainda que de maneira rudimentar quando comparadas aos padrões atuais.

Foi uma mudança de paradigma tão significativa para a nossa indústria, que apenas a ascensão de inteligências artificiais, um quarto de século depois, vislumbra um potencial tão disruptivo. E mesmo assim, quanto mais aprendemos sobre as IAs, mais claro fica a importância de uma gestão de dados de excelência para que as suas performances sejam realmente relevantes. A programática segue sendo um dos alicerces do mercado publicitário, e acredito que continuará assim por muito tempo.

Contudo, mais do que orientar a presença das marcas nos ambientes digitais, a programática e as inteligências artificiais estão revelando um grande celeiro de dados e oportunidades ainda pouco explorado nas estratégias da maioria dos anunciantes, a rua. Dados demográficos como sexo, idade, escolaridade e renda, entre outros tantos, são fundamentais para a segmentação das campanhas e para a geração de impactos contextualizados. Enquanto nos ambientes digitais essas informações são geradas quase que exclusivamente pelos dados dos usuários, o que exige um rigoroso respeito às regras da LGPD, as ruas oferecem outras métricas que trazem ainda mais assertividade e retorno às campanhas.

Com o uso das inteligências artificiais, as informações geradas nos ambientes externos – como o fluxo de pessoas, condições climáticas e acontecimentos sazonais, para ficar em algumas – tornaram-se parte fundamental do conjunto de dados que permitem a aferição das jornadas dos consumidores em tempo real, permitindo um impacto personalizado, efetivo e sim, econômico. Mais do que apenas gerar awareness para as marcas, uma pecha que acompanhou o OOH por muitos anos, as ruas são, hoje, um espaço fundamental para entender o comportamento do consumidor, o seu momento no funil e sua aderência à determinada campanha.

Junto aos dados geolocalizados dos usuários e aos formatos cada vez mais interativos que os grandes exibidores trazem ao país, a mídia out-of-home está hoje na vanguarda da criatividade brasileira. As ruas são palco das campanhas com maior impacto social, além de ser uma etapa fundamental para qualquer estratégia cross-media que se preze. Se a pandemia foi um momento de incertezas para uma indústria que era dependente do fluxo de pessoas nas ruas, a sua superação marcou uma inflexão tecnológica e paradigmática que veio para ficar. Já não basta mostrar sua marca ou produto nas telas dos relógios ou em pontos de ônibus.

Segmentação precisa, flexibilidade e agilidade na adaptação das estratégias e a personalização dos conteúdos em tempo real são apenas algumas das vantagens competitivas que a programática entrega hoje no out-of-home. Com tantas soluções, é fundamental fazer dos ativos urbanos um capítulo importante do storytelling, para que ele seja um momento importante na jornada do consumidor quando ele está mais próximo dos pontos de venda.

As ruas falam onde o seu consumidor está, como ele está, o que ele quer. E a programmatic DOOH habilita estratégias muito mais elaboradas, com novos contornos e resultados. Basta ouvir para não ficar para trás.

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