Áudio Digital ganha maturidade nos EUA

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Opinião

Áudio Digital ganha maturidade nos EUA

Mas, e aqui no Brasil, sua marca está pronta?


17 de junho de 2024 - 14h00

Vários dados sobre o mercado de áudio digital foram publicados recentemente, provando que o formato vem ganhando força no mercado americano e já é parte importante nas estratégias de marketing das grandes marcas.

A eMarketer apresentou seu forecast para o investimento em áudio nos EUA, apontando um montante de US$ 7,12 bilhões, com um impressionante share de 40% dos gastos em áudio digital. Enquanto isso, o valor destinado às rádios offline vem encolhendo.

O IAB US realizou seu evento anual “Podcast Upfront”, que reúne produtores e compradores de mídia, e apresentou os números de ad spend do ano passado. O modesto crescimento de 5% ganhou algumas manchetes na mídia, apontando uma possível desaceleração dos investimentos em podcast. No entanto, a realidade é que o setor cresceu 281% nos últimos cinco anos, atingindo US$ 1,8 bilhões em 2023. A projeção é de que supere US$ 2 bilhões este ano e continue crescendo, alcançando US$ 2,5 bilhões em 2026.

Esse crescimento do áudio digital reflete o enorme alcance que o meio vem tendo. No Brasil, a pesquisa TIC Domicílios do Comitê Gestor da Internet aponta que o mesmo número de pessoas escuta música e vê vídeos, filmes e séries, com uma frequência diária do consumo de música praticamente o dobro da de vídeo. São mais de 100 milhões de brasileiros escutando música online todos os meses e quase a metade todos os dias.

Quando falamos especificamente de podcasts, os números também são impressionantes. Outro estudo da eMarketer sinaliza que no Brasil existem mais de 50 milhões de ouvintes de podcasts mensais e que mais 10 milhões vão se somar nos próximos quatro anos, chegando a 62 milhões de ouvintes. Os dados indicam que em 2027 teremos mais pessoas escutando podcasts na América Latina do que nos EUA.

Com esses números impressionantes, o que falta para o nosso mercado brasileiro acompanhar o crescimento americano?

Na minha opinião, falta um olhar mais atento das marcas a este momento importante da jornada dos seus clientes. É essencial incluir o áudio digital no mix de mídia, ou seja, reservar uma parte do orçamento para falar com o seu público num momento tão pessoal no ambiente digital, sem a presença da tela.

O áudio digital resolve o desafio de realizar campanhas publicitárias nacionais em rádio. No Brasil, um país com mais de 5 mil estações de rádio e poucas métricas disponíveis, é difícil se alcançar uma cobertura abrangente e precisa. Com o áudio digital, no entanto, as marcas podem se beneficiar de um alcance mais amplo, métricas digitais detalhadas, com uso avançado de dados e modelos de atribuição cada vez mais sofisticados. Além disso, a compra programática, incluindo podcasts, integra o áudio à estratégia digital da marca.

Uma pesquisa da Vox Media – “A New era of Influence” – do ano passado – mostra que, para 75% dos entrevistados, os podcasters são os criadores mais importantes. Somente 15% disseram que os influenciadores de mídias sociais são os mais relevantes, e apenas 10% apontaram as celebridades de TV e Cinema como os mais influentes.

Outro estudo, da Dentsu com a Lumen, realizado também em 2023, revela que as mídias em podcasts e em rádios online são os formatos menos “pulados” e que os anúncios em rádios recebem uma atenção quase que 30% maior do que no Spotify.

Diante dessa constante busca pela atenção do consumidor, será que a sua marca está sendo ouvida?

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