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Opinião

Autenticidade em ação

Como marcas conquistam espaço nos palcos internacionais?


6 de novembro de 2024 - 14h11

À medida que nos aproximamos da COP30 em Belém, o tema ESG (Environmental, Social and Governance) ganha uma relevância inédita, especialmente diante das mudanças climáticas e da crescente conscientização global sobre a sustentabilidade. Tendo participado da produção de eventos para grandes marcas internacionais na Climate Week, em Nova York, e observando de perto a dinâmica do mercado americano, é visível como a liderança na adaptação e resiliência às mudanças climáticas se tornou um diferencial para empresas que desejam se manter competitivas e relevantes no século XXI.

Um mundo em crise: uma nova postura das marcas

A recente escalada de eventos climáticos extremos, como incêndios florestais, inundações e temperaturas recordes, intensificou a pressão sobre as empresas para agirem de forma mais responsável. Em um cenário que muitos descrevem como “apocalíptico”, consumidores, investidores e a sociedade esperam mais do que promessas: querem ações concretas.

A presença da iniciativa privada é essencial para essa transformação. Projetos como a Regen House, desenvolvida pela HowGood, empresa de rastreamento de supply chain com foco em sustentabilidade, têm se destacado por proporcionar um espaço valioso para que marcas possam se engajar na causa de forma autêntica e efetiva. Segundo Ethan Soloviev, Chief Innovation Officer da empresa, a Regen House é um exemplo de como podemos criar um ambiente colaborativo onde marcas, comunidades e soluções sustentáveis se encontram, promovendo mudanças que realmente fazem a diferença.

O Brasil como palco global para a agenda ESG

A escolha de Belém como sede da COP30 traz uma importância estratégica não apenas para o Brasil, mas para toda a América Latina. A Amazônia, um dos principais pulmões do planeta, está no centro das discussões sobre mudanças climáticas, e sediar um evento de tamanha magnitude coloca o Brasil em posição de liderança no debate ambiental global.

Para que as marcas participem desse evento de forma significativa, é fundamental que estejam comprometidas com metas e práticas sustentáveis diretamente alinhadas à sustentabilidade financeira do seu negócio ou dispostas a iniciar esse diálogo. A autenticidade e a verdade sobre o que está sendo feito são peças fundamentais para que as empresas possam contribuir de forma relevante. Na minha visão, a iniciativa privada tem o poder de abrir o diálogo com a sociedade e tirar de dentro das salas de conferências os assuntos que pautam a agenda do clima nos dias de hoje.

A COP30 como catalisador para o impacto ESG no Brasil

Participar desse evento histórico significa, para muitas marcas, uma chance de se posicionar como parte da solução em um mundo que exige urgência na tomada de decisões. A expectativa é que a COP30 vá além das discussões políticas, colocando em evidência ações concretas que demonstrem o compromisso das empresas com o futuro do planeta. Será importante às marcas estarem presentes em Belém, aptas a discussão de possibilidades de participação nos eventos promovidos durante o encontro, abrindo espaço para um diálogo mais profundo sobre sustentabilidade e inovação.

De Nova York a Belém: uma visão de esperança

A partir de Nova York, é possível observar uma crescente preocupação das empresas com a integração de critérios ESG em suas estratégias. As discussões que tive com executivos e especialistas indicam que, para muitas empresas, esse movimento vai além de uma obrigação: é uma oportunidade de criar valor a longo prazo. A COP30 em Belém será um teste crucial para entender quais marcas realmente estão preparadas para liderar essa nova era.

Como parte dessa expansão, nós, criativos e responsáveis pelo desenvolvimento de experiências, também temos que estar preparados para atender as demandas em Davos, Austin, Los Angeles, Cidade do México e Miami, contribuindo para que as marcas possam ter uma atuação global e alinhada com os princípios ESG.

Oportunidades para o futuro

As marcas que realmente desejam fazer a diferença precisam abandonar o greenwashing e abraçar práticas que gerem impacto positivo de verdade. É hora de as empresas mostrarem que estão dispostas a ir além dos compromissos de marketing e assumir a responsabilidade de moldar um futuro mais sustentável para todos.

A COP30 em Belém é mais do que um evento – é uma oportunidade única de construir um legado. As marcas que começaram a pensar nessas questões há anos, agora têm a chance de assumir o protagonismo das pautas e mostrar o que foi feito até aqui. Mas, para aquelas que ainda não deram esse passo, a COP30 pode ser o pontapé de uma transformação necessária, que veio para ficar.

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