Avatares são a onda mais forte do marketing de influência
A questão fundamental em relação aos influenciadores virtuais é que estão menos sujeitos a riscos e erros de personalidades reais
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Quando a Lu, primeira influenciadora virtual, foi criada pela Magazine Luiza em 2003, sua missão primordial era ser um personagem que tornasse mais simpático o atendimento aos consumidores nos SACs e também a própria imagem da empresa. Quase 20 anos depois, o avatar Magalu é reconhecidamente um dos mais bem sucedidos cases de influenciador virtual do mundo com mais de 55 milhões de seguidores em todas as redes, superando a própria marca criadora em prestígio e reconhecimento. Quem deu a chancela foi o site Virtual Humans, que cravou a Lu no primeiro lugar do levantamento The Most-Followed Virtual Influencers of 2022, que listou os influenciadores digitais mais seguidos do mundo. Antes disso, em fevereiro deste ano, foi a primeira influenciadora virtual 3D a ser a capa de revista na edição virtual da Vogue Brasil.
A Lu é um ótimo exemplo para se analisar como surgiu o conceito de influenciador virtual, que nasceu sendo um bot para atender clientes no SAC e evoluindo para se tornar uma personalidade que pessoas seguem nas redes sociais, com grande interatividade até o ponto de conseguir fechar contratos independentes da Magazine Luiza. A tendência é assistirmos passos cada vez mais ousados na evolução desse conceito a partir do próximo ano, com marcas e personalidades mergulhando cada vez mais no metaverso. Após o surgimento das ondas de beleza e maquiagem, games, gastronomia e patisserie e finanças pessoais, vivemos a mais nova e promissora onda do marketing de influência com as personas virtuais, impulsionada pelo crescimento do mundo dos games e da popularização do conceito de metaverso.
O que distingue um influenciador virtual de um influenciador humano é justamente sua capacidade de ir ainda mais longe que o original após o impulso inicial. Para não limitar essa discussão ao case da Lu, o mais icônico de todos, novos exemplos que vem surgindo mostram que a quarta onda do marketing de influência vive seu momento de maior intensidade. Sabrina Sato, celebridade que se mantem em alta desde que deixou o BBB2 há mais de 20 anos, tem hoje no Instagram mais de 37 milhões de seguidores. lançou há pouco mais de um ano sua personalidade digital, a Satiko, que já tem quase 40 mil seguidores, número que tende a crescer cada vez mais, assim como seus contratos de publicidade com valores mais acessíveis para a maioria dos anunciantes. Apesar de ter personalidade diferente, Satiko pode estar onipresente e ser mais flexível em questões de exclusividades de marca em relação à original.
Para as marcas, outra questão fundamental em relação aos influenciadores virtuais é que estão menos sujeitos a riscos de personalidades reais que cometem erros e podem ser cancelados de uma hora para outra em crises fatais para suas imagens públicas. E o mais interessante é que justamente para contornar a insatisfação de clientes com os bots que muitas marcas abraçaram os avatares, como a Gol que criou sua Gal para melhorar o SAC, e descobriram um universo de oportunidades para valorizar suas marcas e criar embaixadores imunes aos riscos com celebridades.
O mais importante para as marcas que ainda não embarcaram nesse universo é entender que não existe nada futurista em influenciadores virtuais. A linguagem do metaverso já está se popularizando, como vimos com o sucesso do aplicativo Lenza que usando apenas tecnologia de edição de fotos fez milhões de pessoas ao redor do mundo degustar esse novo universo transformando fotos comuns em reproduções usando a linguagem do metaverso. Nunca o ambiente de mercado esteve tão favorável para a criação de Influenciadores digitais, que podem ser ativos fundamentais para reposicionar marcas e personalidades. A nova onda do marketing de influência é um ponto que não pode faltar no planejamento de marketing de 2023.
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