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Bem-vindo à era do pós-consumidor

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Opinião

Bem-vindo à era do pós-consumidor

Estamos diante de um novo começo de era de gente fina, elegante e, sobretudo, sincera


18 de abril de 2019 - 12h00

 

(crédito: aelitta/iStock)

Os millennials ditaram as regras comportamentais de consumo nos últimos dois anos, trazendo inúmeros desafios ao mercado com suas vontades baseadas nas diversas frentes sensoriais da experiência. O tempo verbal está correto: eles ditaram, no passado. Agora, há uma nova corrente que chega para impactar a relação cliente/empresa. É o pós-consumidor.

Diferentemente das gerações anteriores, leia-se Z, Y, X e baby boomer, o conceito não se encaixa em uma determinada faixa-etária, e sim é estereotipado por uma série de comportamentos e, principalmente, por um novo mindset. Essa nova ideia é uma ruptura de padrões e regras impostos pela sociedade econômica nos últimos 70 anos.

O pós-consumidor representa pessoas ávidas a viverem sua maioridade e idade adulta de forma intensa, como jovens no ápice de seus 20 anos, mas acumulando experiências mais breves diante de expectativa de vida longeva, sem as dores, preconceitos e padrões grisalhos da maturidade.

Em linhas gerais, o pós-consumidor pode ser eu, você, avós, pais ou tios dos membros das gerações dos millennials e da Z, que adotaram hábitos, desejos e demandas que, antes, não faziam parte de suas próprias realidades. Ou seja, qualquer um de nós se encaixa nesse novo padrão, uma que vez o conceito é mais do que um definição grupal, é uma ideia, um estilo de vida.

O pós-consumidor demandará mais das empresas. A jornada e a experiência de consumo serão multidimensionais, transcenderão os limites entre o clique do e-commerce e passada pela vitrine nas lojas físicas. É uma silenciosa e potente revolução tecnológica invisível no front das lojas, marcada em criar emoções e em construir relacionamentos através de uma comunicação personalizada e uniforme.

Na prática, eles esperam a proatividade necessária das marcas ao consumirem um serviço ou produto. Necessidade essa que tem de ser de maneira tão antecipada a ponto da companhia compreender as demandas desses clientes antes mesmo deles as estruturarem na mente.

Basicamente, o pós-consumidor deseja que as empresas estejam em par com suas eventuais necessidades antes mesmo de serem formalizadas. Além disso, a fluidez é outra característica desse grupo. Não querem processos burocráticos e tarefas que gerem esforço para o consumo — como dificuldades de escolha, pagamento, check-out e cadastros. É facilidade nas relações.

Questões econômicas, sociais e ambientais permeiam os gostos do pós-consumidor e ele cobrará das empresas esse engajamento se valendo do seu papel de agente participante da sociedade. Tudo porque há um interesse em linkar o seu consumo com temas ligados à revisão do modelo urbano de vida, à aproximação com a natureza e ao consumo de produtos naturais. Há também uma propagação ao culto da diminuição do ritmo de trabalho e de consumo e a movimentos de cunho espiritual/filosóficos.

A transparência e a ética ditam as relações do pós-consumidor com as marcas, materializando a ideia da verdade, nada mais do que a verdade. O comprometimento a causas variadas será a condição básica para a vivência de novas experiências emocionantes e engajadas desse grupo.

Aparentemente, parece complexo entender os mandamentos do pós-consumidor. E é! Trata-se de um marcante jogo de combinações sensoriais e empíricas de consumo, que precisa do rápido entendimento e atenção das empresas, em especial as varejistas. A ação da marca terá de ser imediata, pois estamos diante dos versos da música pop, vivendo um novo começo de era de gente fina, elegante e, sobretudo, sincera.

*Crédito da foto no topo: Reprodução 

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