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Opinião

Caboré, 40

Prêmio mantém reputação no reconhecimento de trajetórias sólidas que contribuem para a comunicação mercadológica capaz de influenciar o desempenho de grandes marcas e impactar o consumo e os hábitos do público


30 de setembro de 2019 - 9h23

Indicados receberam as gaiolas na semana passada (Crédito: Eugenio Goulart)

Para muitos, coruja é símbolo de sabedoria — talvez herança da mitologia grega, pelo fato de o animal ter hábitos noturnos, momento tido como mais propício para o pensamento filosófico. Foi essa relação que, há 40 anos, levou à escolha da ave como inspiração para o nome e o troféu do Caboré. Sabedoria é também um requisito que o prêmio busca apontar em sua sempre muito aguardada lista de indicados. O conhecimento extenso e profundo dos profissionais e empresas sobre os mercados nos quais atuam é um dos balizadores desta difícil seleção. O objetivo é, em última instância, destacar trajetórias sólidas que contribuem para a comunicação mercadológica capaz de influenciar positivamente o desempenho de grandes marcas e, assim, impactar o consumo e os hábitos do público. Ou, como diz o insight criativo da campanha que divulga a edição deste ano, é preciso “pedalar” para ser considerado entre “os poucos que fizeram muito”.

Em 2019, o Prêmio Caboré chega à sua 40ª edição, mantendo reputação e credibilidade difíceis de serem alcançadas e preservadas por tanto tempo. As gaiolas que são entregues aos indicados conseguiram até inverter a lógica e se transformaram em objeto que liberta boas vibrações, momentos de comemoração e confraternização, mas também de reflexão sobre os obstáculos vencidos e a dificuldade de se destacar em qualquer atividade profissional, especialmente nestas às quais o prêmio se dedica, onde há muitos talentos. A euforia vista nos concorrentes deste ano, surpreendidos com as entregas das gaiolas na quinta e na sexta da semana passada, é justificada pela dificuldade de estar entre os três indicados em cada área, especialmente num momento tão árido para os negócios como o vivido pelo País atualmente.

Apesar da dinâmica veloz da indústria de comunicação, marketing e mídia, e ao contrário do que acontece com a maioria das premiações mundo afora, o Caboré pouco mudou desde seu surgimento. Nasceu em 1980 com 10 categorias e mantinha 13 desde o desmembramento de Atendimento e Planejamento, em 2007. De lá para cá, a única mudança foi a troca de nomes das duas áreas dedicadas aos veículos, que deixaram de se dividir entre eletrônicos e impressos e passaram a se chamar Plataformas de Mídia e Produtores de Conteúdo, em 2014.

Agora, em sua 40ª edição, o Caboré mostra novamente estar em sintonia com a evolução do mercado e institui a categoria de Profissional de Inovação. Sua criação é reflexo do cenário volátil e de mudanças dinâmicas que Meio & Mensagem acompanha nos últimos anos e que obrigou as empresas a estruturarem áreas de transformação digital e de inovação próximas ao marketing. Neste contexto, estão em ascensão os profissionais que têm a missão de conectá-las ao ecossistema de inovação, startups, aceleradoras e incubadoras, com o objetivo de criar novas dinâmicas e metodologias no desenvolvimento de produtos, ações de marketing e projetos de conteúdo. A nova categoria se propõe a reconhecer a importância deste profissional para ajudar as empresas, marcas, agências e veículos no desenvolvimento de soluções inovadoras.

Como em qualquer premiação seletiva, o Caboré não está livre de injustiças e nem nutre a utopia da unanimidade – o que, naturalmente, nós não conseguimos nem aqui, internamente. O esforço de editores e diretores de Meio & Mensagem nas últimas semanas foi em busca de consensos capazes de acolher os mais diversos pontos de vista. A base desse trabalho são indicações feitas nos dois últimos meses por centenas de líderes da indústria e a análise editorial, embasada por todo o material jornalístico publicado recentemente e por visitas constantes a inúmeras empresas. Apesar de todos os cuidados, é evidente que há muitos outros profissionais e empresas que vêm realizando bons trabalhos no mercado brasileiro e que poderiam estar na lista de indicados de 2019. A partir de agora, a escolha dos vencedores fica nas mãos dos assinantes, a quem recomendamos olhos bem abertos, como os da coruja.

*Crédito da foto no topo: Denise Tadei 

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