Cenário de alerta à segurança das marcas
Como a desinformação e o discurso de ódio ameaçam a reputação das empresas
Como a desinformação e o discurso de ódio ameaçam a reputação das empresas
No cenário atual da comunicação, especialmente do mercado publicitário, a responsabilidade vai além de entregar números ou gerar engajamento. Quem atua nessa área pode decidir onde e como as empresas serão vistas e percebidas. Veicular anúncios em plataformas que prezam pela transparência não é só uma questão de ética, é também uma estratégia fundamental para a construção de uma boa reputação.
O universo digital abriu portas incríveis para que produtos alcancem pessoas em qualquer lugar do mundo por meio de anúncios. Porém, essa facilidade também trouxe novos desafios. As plataformas onde os conteúdos são divulgados têm um papel crucial na forma como uma marca é percebida. Ao veicular anúncios ao lado de conteúdos como discursos de ódio, desinformação ou ideologias extremistas, a imagem dessa marca pode sofrer um impacto negativo e ter sua credibilidade questionada. Por isso, a escolha cuidadosa das plataformas é fundamental, deve refletir os valores da empresa e promover um ambiente digital mais seguro e saudável.
No contexto mercadológico no qual as empresas são cobradas para adotarem práticas de ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança), é preciso considerar também os mesmos compromissos em um ambiente digital. Os consumidores estão cada vez mais conscientes, exigentes e buscam produtos e serviços que também demonstrem compromisso com causas sociais e ambientais. A aplicação ética de investimentos em mídia deve ser um dos pilares dessa responsabilidade corporativa.
Além do risco reputacional, anunciar em plataformas que viabilizam a desinformação ou o discurso de ódio pode resultar em perdas financeiras significativas, como vimos recentemente com o X, antigo Twitter, que perde usuários e valor de mercado devido à falta de comprometimento com esses princípios.
No Brasil, a rede social de Elon Musk foi suspensa recentemente. Segundo a Insider Intelligence, o X pode perder até 32 milhões de usuários até 2024 e oito milhões apenas nos Estados Unidos. No nosso País, 29% dos celulares brasileiros possuem a rede social instalada. Em 2022, este percentual era 37%. A falta de compromisso ético e a má gestão da empresa resultaram em uma queda de 71,5% do seu valor no mercado. Comprada em 2022 por US$ 44 bilhões, o X vale atualmente US$ 12 bilhões.
Diante desse cenário, a criatividade é uma ferramenta poderosa para enfrentar os problemas que surgem com a transformação digital e com a crescente demanda por sustentabilidade. Desenvolver campanhas inovadoras, comprometidas com a responsabilidade social, deve ser um desafio e uma obrigação para comunicadores.
A publicidade pode influenciar positivamente o ecossistema digital, ao optar por direcionar recursos para plataformas comprometidas com a transparência e responsabilidade social.
De acordo com o último levantamento realizado pelo movimento Sleeping Giants, mais de 1,6 mil empresas no Brasil já compreenderam isso e deixaram de anunciar em plataformas com discursos prejudiciais e desinformação nos últimos quatro anos. A escolha feita de forma consciente pode ser a diferença entre fortalecer ou fragilizar a imagem de uma marca e contribuir para um ambiente digital mais ético e sustentável.
Anunciar em ambientes mais seguros e moderados, que mantêm diretrizes claras contra a desinformação e o discurso de ódio, se tornou prioritário para muitas marcas que desejam proteger sua integridade e relacionamento com os consumidores.
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