Ciclo virtuoso

11 de março de 2025 - 6h00

A importância de mulheres se apropriarem de espaços estratégicos no universo dos negócios é fundamental para promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino no ambiente corporativo. Quando elas têm acesso e domínio sobre esses conteúdos, podem tomar decisões mais informadas, contribuir de maneira significativa ao crescimento da empresa e ocupar posições de liderança.

Por isso, defendo a existência de ações intencionais e baseadas em dados para promover o crescimento das mulheres nas companhias. Isso inclui a implementação de políticas de diversidade e inclusão, programas de desenvolvimento de liderança feminina e a criação de um ambiente de trabalho que valorize e apoie o talento feminino. Utilizar dados para monitorar o progresso e identificar áreas de melhoria é essencial para alcançar resultados significativos.

Em seu livro Indomável, a escritora americana Glennon Doyle destaca que “quando uma mulher finalmente aprende que agradar todo mundo é impossível, ela se torna livre para aprender a agradar a si mesma”. Parece simples, mas é um aprendizado difícil e que precisa de apoio institucional para que se concretize, especialmente em áreas dominadas por homens, como o mercado financeiro, onde atuo.

Imagine uma equipe na qual cada pessoa se sente à vontade para compartilhar ideias, os erros são vistos como oportunidades de aprendizado e a diversidade de pensamentos é celebrada. Essa é a essência de uma cultura que promove inovação e performance de forma transparente. E, mais do que isso, é um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais dinâmico e desafiador no qual todos os colaboradores precisam se sentir confortáveis para desenvolver a criatividade e sugerir novas estratégias.

Engajar a alta liderança e promover a corresponsabilidade são determinantes para criar uma cultura organizacional inclusiva e equitativa às mulheres. Quando os líderes estão comprometidos com a diversidade e a inclusão, podem influenciar positivamente toda a companhia, garantindo que os colaboradores se sintam valorizados, incentivados e apoiados.

Pude sentir na pele a diferença que isso faz. Morei quatro anos fora do Brasil e quando retornei, uma gestora esperou cinco meses para que eu pudesse iniciar no trabalho até que me adaptasse à nova fase de vida (tinha acabado de ser mãe). São oportunidades como essas, que uma mulher proporciona a outras mulheres, que fazem tanta diferença. Tive outras gestoras fundamentais no meu desenvolvimento profissional que seguiram a regra: “quando uma sobe, puxa a outra”.

Além da liderança engajada, é importante criar caminhos à qualificação de mulheres para cargos estratégicos. A mentoria é uma das ferramentas poderosas para isso. A partir dela, é possível promover o autodesenvolvimento e ampliação do networking, pré-requisitos importantes para as mulheres avançarem.

Para além de apoiar a capacitação, é essencial que a mensagem de equidade de gênero esteja clara a todos que compõem a instituição. Sua difusão vai além do ato de falar e tem a missão de criar um ambiente no qual todos se sintam ouvidos e valorizados. Só assim conseguirão agregar para que metas sejam alcançadas e superadas. É comprovado que quando as mulheres estão

bem representadas em todos os níveis da organização promove-se a diversidade de pensamento e, consequentemente, a inovação e a tomada de decisões mais equilibradas e eficazes.

Esses resultados fazem sentido quando estão em harmonia com o propósito da empresa. Manter todos na mesma página, com clareza sobre os objetivos e a estratégia da organização, é essencial para que cada colaborador entenda o impacto do seu trabalho. Quando as pessoas sabem para onde estão indo e por que estão fazendo o que fazem, o engajamento e a motivação surgem naturalmente.