Com que roupa eu vou
Influenciados por diferentes fatores, temos duas opções para encarar 2023, com otimismo ou pessimismo
Influenciados por diferentes fatores, temos duas opções para encarar 2023, com otimismo ou pessimismo
Estamos entrando na reta final do ano e começa a pulsar na sociedade o sentimento de expectativa para 2023. Aproveito minha última coluna do ano para perguntar: você já escolheu com qual clima pretende entrar no ano que vem? É fato que existem duas visões: por diferentes motivos, sejam eles econômicos ou questões pessoais, há quem observe o próximo ano com otimismo ou pessimismo.
A última pesquisa Datafolha, divulgada no final de outubro – ainda antes dos resultados das eleições -, revelou que os brasileiros estão mais otimistas com o futuro: 62% acreditam que, nos próximos meses, a situação econômica do País irá melhorar. Tal cenário é positivo para o ambiente empreendedor e significa que a maioria dos brasileiros estão dispostos a gerar negócios, buscar e participar do desenvolvimento de soluções capazes de melhorar as corporações, os serviços públicos e privados e a sociedade como um todo.
O Brasil é um campo fértil para o empreendedorismo e há uma necessidade de empreender em todos os ramais da economia: do meio ambiente à indústria, passando pelo agro, energia, cultura, educação e os serviços que englobam saúde, turismo, gastronomia, tecnologia e, é claro, a indústria criativa. Algumas iniciativas que servem como inspiração na área urbana e localizados fora da bolha da Faria Lima são o G10 das Favelas e a Cufa (Central Única das Favelas).
O G10 das Favelas é um polo de negócios com matriz em Paraisópolis, em São Paulo, que comporta banco, bolsa de valores, instituto de pesquisa e startups de diferentes segmentos que geram valor para quem empreende e para as comunidades. A Cufa está atrelada à Favela Holding, grupo com dez empresas que contempla serviços de turismo, financeiros e de marketing, que conecta marcas e comunidades.
Se sairmos da área urbana e avançarmos para a agricultura e meio ambiente, também encontramos iniciativas inspiradoras entre agtechs e greentechs. O climatologista Carlos Nobre, por exemplo, tem um projeto batizado de Amazônia 4.0 – incorporação de computação em nuvem, automação industrial e inteligência artificial, para viabilizar a bioindústria da Amazônia -, no qual biofábricas são instaladas para transformar insumos do cacau e do cupuaçu em produtos de maior valor agregado e assim fomentar a bioeconomia e manter a floresta de pé. É uma geração de valor econômico para os trabalhadores da região e geração de valor ambiental para todo o planeta.
O dicionário Houaiss define empreender como “pôr em execução; realizar” a partir de conhecimentos sobre os aspectos econômicos que tangem um negócio. Como profissional de comunicação prefiro ir além e acrescentar que empreender é um ato de se comunicar, de se manifestar. Manifestar uma inquietação frente a um desafio e buscar solução para resolvê-lo ou ao menos minimizá-lo.
Mas para empreender é necessário deixar de esperar. No livro Grande Magia – Vida Criativa Sem Medo a premiada escritora norte-americana Elizabeth Gilbert fala de uma oportunidade perdida para em seguida chegar à conclusão de que as ideias circulam, encontram um alvo e nela se alojam, mas se a pessoa não se compromete com a ideia, ela procura um outro alguém que esteja disposto a permitir seu nascimento.
Se para gerações passadas o ato de empreender era restrito aos gênios ou privilégio para uma minúscula parcela afortunada da população, no mundo de hoje, com a revolução tecnológica e um mundo mais aberto ao novo e colaborativo, em alguns casos empreender depende apenas do agir.
Tenho plena consciência do 2023 que aguarda todos aqueles que querem começar a empreender ou aprimorar seus negócios, os desafios e as incertezas estão sempre ali no horizonte. No entanto, particularmente, optei por enfrentar 2023 pela via do otimismo consciente. Aquele que não nega a realidade, tem consciência das dificuldades, mas que acredita na solução, no recomeço e na necessidade de sermos protagonistas do crescimento da nossa economia. Vamos nessa?
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