Assinar

Como proteger as crianças na internet em 2021

Buscar

Como proteger as crianças na internet em 2021

Buscar
Publicidade
Opinião

Como proteger as crianças na internet em 2021

No Dia Internacional por uma Internet Segura, é bom lembrar que, na América Latina, 91% do público infantil se conecta diariamente à rede


9 de fevereiro de 2021 - 18h24

(crédito: Kelly Sikkema/Unsplash)

O Dia Internacional por uma Internet Segura (Safer Internet Day, em inglês) é uma campanha de conscientização para o uso responsável, respeitoso, crítico e criativo da tecnologia. Idealizado na União Europeia, ele é celebrado na segunda terça-feira do mês de fevereiro desde 2004, em mais de 100 países.

De acordo com criadores da data, o objetivo é “promover e debater sobre a necessidade de se ter uma internet mais segura, sobretudo para crianças e adolescentes”. O que é de extrema importância, considerando que a internet não foi pensada nem desenhada para os pequenos. A internet é um espaço muito hostil, e as crianças vulneráveis, ou seja, deve-se dar mais atenção e cuidado aos conteúdos oferecidos a elas, uma vez que elas não concebem o mundo como nós adultos.

Na América Latina, 91% das crianças se conectam diariamente a internet através de diferentes dispositivos, sendo 80% dos acessos feitos via celular. Essa facilidade com a qual eles entram em contato com os conteúdos que lhes agrada traz consigo um grande problema: 89% afirmam ter preocupações relacionadas à sua segurança ao se conectarem.

Segundo o Kids & Teens Industry Report I LATAM 2020, os adolescentes são mais conscientes dos perigos. Ao estarem online, os preocupa sua privacidade, o conteúdo a que estão expostos, o cyberbullying, serem espionados e as pessoas ou empresas que usam os seus dados.

Em relação à privacidade e o uso de seus dados, a indústria dos veículos de comunicação e de entretenimento estão a par dos riscos e cuidados necessários, por meio de diferentes regulações e através de sanções e multas aplicadas a anunciantes e a criadores de conteúdo. Em 2019, a FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA), sancionou o YouTube e o multou em US$ 170 milhões por não cumprir com a lei COPPA. Neste mesmo ano, o TikTok também foi multado por colher informação pessoal de menores de idade. Em 2020 o Google decidiu eliminar da Play Store três aplicativos para crianças porque eles armazenavam dados. E, recentemente, em 2021, a Mattel Brasil foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo com uma multa de R$ 200 mil pelo uso indevido de youtubers mirins para promover seus produtos em 2017.

Essas infrações, acompanhadas de condenações, se devem a violações de regulações. O cuidado com as crianças e suas conexões na Internet teve início em 1998, com a criação da de COPPA (Children´s Online Privacy Protection Act) nos EUA, que contou com uma importante atualização em 2013. O objeto principal destas regulações é a não coleta de dados dos pequenos sem o consentimento dos pais.

Ainda que os americanos tenham sido os pioneiros, muitas outras regulações foram se desenvolvendo para hoje proteger quase um milhão de crianças ao redor do mundo: a GDPR-K na União Europeia (2018), a LGPD no Brasil (2020) e outras regulações locais na China, Índia e Coréia do Sul.

Nada disso basta se não enfatizarmos também a necessidade de impulsionar um ecossistema com conteúdo sadio, adequado e relevante para o público infantil, que garanta experiências inovadoras, inspiradoras, divertidas e educativas através de ferramentas que priorizem o conteúdo de qualidade.

O caminho é longo, e os objetivos cada vez mais desafiadores. Com a conscientização e a ação eficiente de governos, sociedades, famílias, e o apoio de ONGs, poderemos esperar evoluir à uma internet mais segura.

Entretanto, a responsabilidade também é necessária por parte do setor privado. Como empresas somos agentes de mudança, e devemos promover na internet ambientes seguros e boas práticas para educar, entreter e transmitir valores, mantendo os menores de idade protegidos de qualquer risco potencial.

Peço a reflexão e o compromisso dos atores da indústria, tendo o sonho de que, em algum dia, o Dia Internacional da Internet Segura já não seja um instrumento necessário à conscientização.

**Crédito da imagem no topo: Soumil Kumar/Pexels

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • McLuhan que o diga

    Reflexões sobre o movimento de qualificação das mensagens das marcas sob a nova arquitetura dos meios

  • Qual o futuro da IA e o papel dos executivos na era da governança e da sustentabilidade?

    As principais reflexões do Gartner IT Symposium 2024 passaram por consumo energético, deepfakes e CIOs em ação